Novos preços dos combustíveis passam a valer a partir de 1º de abril

O Conselho Nacional de Política Fazendária (Confaz) publicou, nessa terça-feira (25), no Diário Oficial da União (DOU), o preço médio ponderado ao consumidor final (PMPF) de vários combustíveis em diversos estados. Os preços serão reajustados em 14 unidades federativas e começarão a ser praticados a partir de 1º de abril.

Os valores serão alterados em: Alagoas, Amazonas, Ceará, Goiás, Paraíba, Pernambuco, Piauí, Paraná, Rio de Janeiro, Rio Grande do Norte, Rondônia, Santa Catarina, São Paulo e Distrito Federal.

Em relação à gasolina, o estado que cobra mais caro pelo litro do combustível é o Acre, R$ 3,38. Em seguida, Rondônia, (R$ 3,19), Amazonas, R$ (3,13) e, no mesmo patamar, Goiás, Mato Grosso e Rio de Janeiro (R$ 3,12). O litro mais barato é o praticado na Paraíba e no Piauí, R$ 2,86. Não foram divulgados os preços da Bahia e do Rio Grande do Sul.

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O Acre é também o estado que cobra o litro de diesel mais caro no país, R$ 3,03. Depois, estão Rondônia (R$ 2,74), Mato Grosso e Roraima (R$ 2,73) e Pará (R$ 2,64). Nesse caso, o Mato Grosso do Sul é quem pratica o menor preço, R$ 2,30. Assim como em relação à gasolina, tampouco foram divulgados os preços do diesel da Bahia e do Rio Grande do Sul.

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Mais uma vez, o Acre lidera o preço mais caro. O valor do litro do álcool etílico hidratado carburante (AEHC), o etanol, chega a R$ 2,69 no estado. Em ordem decrescente, estão Amapá (R$ 2,62), Rondônia (R$ 2,60) e Santa Catarina (R$ 2,57). O Mato Grosso do Sul tem o menor valor, R$ 1,97.

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Além desses combustíveis, a tabela do Confaz traz os preços de referência para gás liquefeito de petróleo (GLP), querosene de aviação (QAV), gás natural veicular (GNV), gás natural industrial (GNI) e óleo combustível. Os preços divulgados pelo Confaz servem de base para calcular o Imposto sobre a Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) do produto.




Montadoras reduzem ritmo de produção

linha de produção mercedes benz axorAs montadoras reduzem o ritmo de produção de veículos, em claro movimento para se adequar ao cenário de queda nas exportações para a Argentina e de acomodação do consumo interno. Os ajustes começaram na virada do ano, quando as fábricas esticaram férias coletivas para normalizar os estoques. Depois disso, prosseguiram com paradas provisórias, corte de horas extras, mais férias coletivas e afastamento temporário de operários.

Desde o mês passado, pelo menos quatro montadoras de automóveis – Volkswagen, Renault, Honda e Peugeot Citroën – e três fabricantes de caminhões do ABC paulista – Mercedes, Scania e Ford – desaceleraram suas linhas de montagem. A Renault, com 20% da produção destinada à Argentina, diminuiu o terceiro turno na fábrica de São José dos Pinhais (PR), mesma cidade onde 150 operários da Volkswagen estão afastados da produção por pelo menos três meses. Em Porto Real, no sul do Rio, a Peugeot Citroën também suspendeu contratos de trabalho de aproximadamente 600 funcionários para reduzir o efetivo em 30% e cortar a produção em igual proporção.

Em Sumaré, no interior de São Paulo, a Honda suspendeu as horas extras que vinham sendo feitas nos últimos dois anos. A Mercedes-Benz voltou a adotar a semana curta de trabalho em sua fábrica de São Bernardo do Campo, no ABC paulista, com um dia a menos de produção na linha de caminhões, para adaptar o fluxo de montagem à acomodação do mercado doméstico e à queda nas exportações para a Argentina. A produção de ônibus na unidade não foi afetada. Os dias parados dos 2 mil operários que trabalham na produção de caminhões, segundo acordo com o sindicato dos metalúrgicos da região, serão descontados do banco de horas dos trabalhadores.

A Scania, também no ABC, interrompeu a produção por cinco dias desde fevereiro. Outras duas paradas estão marcadas para abril e maio. Antes do Carnaval, a Ford havia paralisado por cinco dias a montagem de caminhões em São Bernardo, segundo o sindicato dos trabalhadores.
Balanço da Anfavea mostra que as vendas de caminhões caíram 3,9% no primeiro bimestre do ano, somando 21,2 mil unidades.




Comprar uma carreta requer atenção a uma série de aspectos

Adquirir um caminhão é apenas uma das diversas iniciativas para quem vai começar a trabalhar como motorista autônomo. Tão importante quanto a escolha do veículo está também a opção correta pela carreta a ser utilizada. Segundo entidades e especialistas ligados ao transporte de carga, é fundamental estudar o segmento em que se vai trabalhar para identificar o melhor modelo na hora da compra.
Nas carretas, a força motriz, as rodas de tração e o motor ficam em uma parte, enquanto a carga é armazenada em outra. O local onde se encontra a cabine recebe o nome de cavalo mecânico. Já o compartimento das cargas é conhecido como semirreboque.
O engenheiro Rubem Penteado de Melo, especialista em veículos para o transporte de cargas, afirma que, não raro, a análise do tipo de carga a ser transportada não é levada em portante lembrar que carreta é m veículo comercial. Ela é um equipamento de transporte e sua produtividade será decisiva para o melhor resultado possível da atividade.” A escolha ideal requer a avaliação e diversos aspectos. consideração pelo autônomo que vai adquirir uma carreta.
“Trata-se de uma compra técnica. Além dos aspectos comerciais normais de todo veículo, como análise de preço, do valor de revenda, da garantia e da assistência técnica, é importante lembrar que carreta é um veículo comercial. Ela é um equipamento de transporte e sua produtividade será decisiva para o melhor resultado possível da atividade.”
A escolha ideal requer a avaliação de diversos aspectos. “Analisar o tipo de carga, os trajetos, as condições das rodovias (se serão sempre asfaltadas ou, vez ou outra, estradas rurais), como a carga será carregada (com empilhadeira ou manualmente), se o carregamento será feito pela traseira ou pelas laterais da carreta, tudo isso é importante para a escolha do veículo”, afirma Melo.
De acordo com ele, o mesmo estudo deve ser feito para as condições do local de entrega da carga. “Com esses dados, pode-se consultar os fabricantes de preferência para identificar o produto mais adequado às necessidades e recursos.”
Claudinei Pelegrini, presidente da Abcam (Associação Brasileira dos Caminhoneiros), diz que o mercado oferece tipos diversificados de carreta. “As mais comuns no Brasil são as linhas graneleira, basculante e furgão.” Um modelo convencional chega a custar, em média, R$ 75 mil, conforme o dirigente.
Segundo Pelegrini, apesar de a análise para a aquisição do melhor tipo de carreta ser extensa e minuciosa, o caminhoneiro tem à disposição modelos que atendem à maior parte das exigências de cada segmento. “A opção do tipo de veículo depende da região em que o profissional vai operar. O modelo mais utilizado para diversos tipos de cargas é o semirreboque graneleiro.”
Melo confirma que o mercado brasileiro oferece uma infinidade de modelos de carretas. Mas, conforme o especialista, as chamadas multiuso, como graneleiras e de carga seca, ainda têm a preferência da categoria.
“É óbvio que carretas multiuso facilitam o frete de retorno com outro tipo de carga e, assim, ajudam no resultado do transporte rodoviário. Porém, carretas com pouca especialização baixam a produtividade do setor. Isso gera custo para o embarcador epara o transportador. É possível ter veículos com alguma multiplicidade de uso, desde que tenham acessórios especializados por segmento”, diz.
Segundo ele, para a produtividade máxima na operação, nenhum modelo de carreta multiuso é recomendado. “Para se ter boa produtividade, a especialização do veículo é imprescindível. Dos modelos atuais, o que melhor se adapta a muitos tipos de carga ainda é a graneleira.”
Melo afirma que a configuração da carreta também precisa ser estudada. “A capacidade de carga, o tipo de suspensão (eixos juntos ou afastados), suspensão mecânica ou pneumática são itens que influenciam nos custos do transporte.”
O presidente da seção de Transportadores Autônomos da CNT, José da Fonseca Lopes, lembra que a escolha da carroceria está diretamente ligada à escolha do cavalo mecânico. “Cada motor tem uma funcionalidade e, por isso, o caminhoneiro deve observar qual o uso da carreta. Para puxar uma composição dupla de sete ou nove eixos, por exemplo, o veículo precisa ser traçado (tração 6×4)”, explica.
Lopes também destaca que o conhecimento do motorista sobre a funcionalidade da carreta facilita o seu uso. De acordo com ele, cada tipo de carroceria requer um manuseio diferente e a forma como ele é realizado influencia na segurança do veículo e na qualidade da carga que está sendo transportada.
Newton Gibson, presidente da ABTC (Associação Brasileira de Logística e Transporte de Carga), afirma que o ideal é o autônomo procurar um fabricante credenciado e com vasta experiência no setor. “É preciso enfatizar a confiança no fabricante, pois um acidente com carreta costuma ser muito grave.”
De acordo com Gibson, a classificação do Contran (Conselho Nacional de Trânsito) estabelece um peso máximo por eixo para cada tipo de carreta. “A escolha adequada evita, por exemplo, a deterioração prematura do asfalto.”
A documentação é outro item importante. Segundo o dirigente, como qualquer veículo, a carreta necessita de emplacamento. “Além disso, é preciso tomar cuidado com a instalação dos engates do reboque, que deve ser executada por um profissional confiável e que tenha experiência no ramo para colocação da placa com os números de capacidade de tração.”
A Librelato, cuja matriz está instalada em Orleans (SC), fabrica implementos rodoviários para as linhas pesada e leve. O diretor de vendas, Pedro Mazzuco, recomenda que o caminhoneiro estude antecipadamente os financiamentos disponíveis.
“Com essa avaliação, o profissional tem a certeza de qual será o valor mensal de sua aquisição.” Mazzuco afirma que a preferência da categoria é pela menor taxa de juros e pelo maior valor possível a ser financiado.
Pelegrini, da Abcam, diz que o caminhoneiro autônomo tem preferência pela linha de financiamento conhecida como PSI-Procaminhoneiro (Programa de Sustentação do Investimento), oferecida pelo BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), por meio das instituições financeiras habilitadas. Segundo Pelegrini, para 2014, o programa vai oferecer taxa anual de 6% paraa aquisição de carretas.
Vida útil do equipamento varia
Como todo veículo, as carretas também necessitam de troca depois de certo período, seja pelo desgaste natural do equipamento ou pelo tempo de uso. O segmento de atuação também interfere nas condições da carreta, sendo que o transporte de alguns tipos de carga pode acelerar o momento da renovação.
Para o engenheiro Rubem Penteado de Melo, especialista em veículos para o
transporte de cargas, as condições das rodovias por onde a carreta trafega também é fator relevante para a durabilidade do veículo. “Se o transporte for de minério de ferro, por exemplo, o momento da troca vai acontecer mais rapidamente. Caso o segmento seja de carga leve, em estradas com boas condições, a vida útil da carreta será bem mais longa.”

De acordo com ele, o momento ideal para a renovação se dá quando a manutenção começa a aumentar e a afetar o custo do transporte.
Claudinei Pelegrini, presidente da Abcam, afirma que o aumento dos gastos com a manutenção do veículo é um sinal de que o momento da troca chegou. “É comum o caminhoneiro exceder a tara indicada. Isso diminui a durabilidade da carreta.”
Segundo o dirigente, a idade do caminhão não acompanha a vida útil da carreta. “Uma carreta de qualidade pode ter maior durabilidade do que um caminhão”, afirma.
O presidente da ABTC, Newton Gibson, destaca que, no Brasil, a vida útil de uma carreta varia entre 10 e 15 anos, dependendo do modelo. Já a de um caminhão chega a 13 anos.
O dirigente diz que os motoristas precisam observar diversos itens para se certificar do momento de renovação da carreta. “Suspensão, tração, pneus e o tipo de aplicação interferem na vida útil de qualquer veículo. É importante que a manutenção da carreta seja periódica. Essa é a única forma de prolongar sua vida útil.”
Segundo Luiz Carlos Neves, presidente da Fenacat, o ideal seria que a renovação das carretas acontecesse a cada cinco anos. “Essa troca, no entanto, vai depender também da disponibilidade financeira do autônomo.”
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Com falta de mão de obra, Paraná 'importa' caminhoneiros da Colômbia

Sindicato das empresas do estado oferece cursos para os estrangeiros.
Há um déficit de cem mil profissionais no país, diz associação.


Empresas do setor de transportes no Paraná estão indo até a Colômbia para buscar novos caminhoneiros. Uma iniciativa do Sindicato das Empresas de Transportes de Carga do Paraná (Setcepar) seleciona e dá treinamento para os profissionais. O principal motivo para buscar profissionais fora do país é a falta de mão de obra no Brasil. Dados da Associação Nacional do Transporte de Carga e Logística (NTC&Logística) apontam que o país tem um déficit de cem mil profissionais. No estado, há espaço para 5 mil caminhoneiros.
“Historicamente, no passado, o filho do motorista seguia a profissão do pai. Atualmente, o pai incentiva o filho a ter outra profissão”, diz Gilberto Cantú, presidente do Setcepar que afirmou que a ideia de importar profissionais começou após a visita de um professor da Colômbia, que veio ao Brasil para dar aulas em um dos cursos promovidos pelo sindicato. “Foi identificado que lá havia uma mão de obra disponível. Ele começou a contatar essas pessoas e a gente montou esse programa para oferecer essas vagas para os nossos associados”. Além de cursos de formação, o sindicato prepara toda a documentação necessária para que eles tenham condições de trabalho.
Atualmente, o programa prepara os trabalhadores estrangeiros para atuarem nas empresas filiadas ao sindicato. Marcos Batisttella é dono de uma dessas empresas. No caso dele, embora atue na Argentina, Chile e Uruguai, esta é a primeira vez que contrata estrangeiros para o quadro funcional. “Uma das dificuldades foi o crescimento do mercado e essa lei da carga horária de trabalho. Para fazer a mesma produção que antes, precisa ter dois motoristas por caminhão”. Ele já conta com quatro colombianos na equipe e mais três devem ser contratados nos próximos dias. “Estou satisfeito com eles. Esses primeiros têm boa qualidade. Têm um nível de conhecimento cultural bom. O problema maior é a língua, de conversar com o pessoal, mas aos poucos vai entrando o portunhol e vai embora”, diz.
Gilberto Cantú também vai contratar mais dois motoristas que devem se formar nesta sexta-feira (14). Segundo ele, o sindicato já recebeu mais de 200 currículos de colombianos interessados em trabalhar no Brasil.
Falta de profissionais
O problema da falta de profissionais no setor não está no salário. Ao contrário, conforme o presidente do Presidente do Sindicato dos Transportadores Autônomos de Cargas de Ponta Grossa e Campos Gerais (Sinditac), Neori Leobet, um caminhoneiro pode tirar até R$ 5 mil por mês. “O bom caminhoneiro, hoje, escolhe a empresa em que quer trabalhar e faz preço do salário dele. Não existe um profissional hoje trabalhando por menos de R$ 3 mil por mês”, afirma.
Não existe um profissional  trabalhando por menos de R$ 3 mil por mês"
Neori Leobet, presidente do Sinditac
O presidente do Setcepar acredita que fatores como a distância da família, as más condições de segurança das estradas, os roubos e outros riscos da profissão têm afastado novos profissionais.  Além disso, a nova lei que obriga motoristas a trabalharem por oito horas diárias, com direito a intervalo de uma hora ajudou a aumentar a defasagem no setor.
O crescimento no setor também exige que novos profissionais sejam formados, mas isso leva tempo. O Serviço Social do Transporte (Sest) e o Serviço Nacional de Aprendizagem do Transporte (Senat) iniciaram um projeto em parceria com o governo federal para a formação de 50 mil novos caminhoneiros. Porém, para conseguir a habilitação da categoria “C” (caminhões de pequeno porte), é preciso possuir a carteira na categoria “B” (carros) por um ano, antes da mudança de categoria e dois anos para mudar para as categorias “D” e “E” (ônibus e caminhões de grande porte, respectivamente).
“Isso tinha que ter acontecido há cinco anos. Acho que a solução imediata para as empresas é a contratação de estrangeiros”, diz Neori Leobet. Ele acredita que nos próximos anos, o mercado terá ainda mais vagas disponíveis, devido ao próprio crescimento do setor e também da lei da jornada de trabalho.
Problema da falta de caminhoneiros não é o salário, diz  (Foto: Divulgação)Problema da falta de caminhoneiros não é o salário, diz presidente do Sinditac (Foto: Divulgação)