Veja os pontos de bloqueios nas estradas do país nesta quinta-feira

A view of a truckers' protest on the BR 381 highway in Betim

Apesar de a Justiça já ter determinado a liberação das rodovias federais em 6 estados (Minas Gerais, Bahia, Mato Grosso, Mato Grosso do Sul, São Paulo e Ceará), e em 14 municípios de outros cinco estados (Paraná, Goiás, Tocantins, Rio Grande do Sul e Santa Catarina), caminhoneiros seguem protestando nas estradas do país nesta quinta-feira (26).
Às 19h, nove estados registravam protestos, seis deles com bloqueio: CE, MT, MS, PR, RS, SC. No Rio, caminhoneiros protestam em frente a uma refinaria de sal em Cabo Frio contra o valor do frete. Não há interdição de rodovia.
Em Minas, a BR-050, entre Divinópolis e Itaúna, bloqueada desde segunda-feira (23), foi liberada nesta manhã. Já no trecho entre Uberlândia para Araguari, o bloqueio começou às 8h e terminou às 15h. No CE, caminhoneiros chegaram a fechar a BR-116, em Fortaleza, liberaram no fim da manhã, mas bloquearam outro trecho, em Tabuleiro do Norte.
No interior de São Paulo, o grupo de caminhoneiros da região de Assis (SP) que interditou pelo segundo dia seguido parte da rodovia Raposo Tavares (SP-270), no quilômetro 426, entre Cândido Mota e Palmital, liberou as pistas por volta das 15h. Também no interior, a rodovia Comandante João Ribeiro de Barros (SP-294) foi liberada pelos caminhoneiros que se protestavam desde o início da manhã – tanto o km 560, em Parapuã, quanto o km 518, em Pacaembu, foram desocupados às 17h25, segundo a Polícia Militar Rodoviária.
Já no litoral paulista, caminhoneiros bloqueou a Via Anchieta durante dez minutos, mas atrapalharam o tráfego na rodovia por cerca de duas horas.
Em Goiás, caminhoneiros que protestavam na BR-364, em Mineiros, liberaram a rodovia por volta das 15h  após serem notificados de duas liminares expedidas pela Justiça Federal.
Na noite desta quarta (25), uma reunião entre sindicatos e associações que representam os caminhoneiros e o governo tentou pôr fim à greve. Os trabalhadores aceitaram a proposta, mas o acordo não contou com o apoio de Ivar Luiz Schmidt, que se diz representante do Comando Nacional do Transporte. O movimento, segundo ele, é responsável por cerca de 100 pontos de bloqueio nas estradas.
Veja abaixo a lista com os pontos de bloqueio:
CE:
BR-116, no km 213, em Tabuleiro do Norte

MS:
BR-163, no km 256, em Dourados
BR-163, no km 267, em Dourados
BR-163, no km 270, em Dourados
BR-163, no km 466, em Campo Grande
BR-262, no km 321, em Campo Grande
BR-267 no km 362, em Maracaju
BR-463, no km 102, em Ponta Porã

MT:
BR-070, no km 274, em Primavera do Leste
BR-070, no km 285, em Primavera do Leste
BR-364, no km 196, em Rondonópolis
BR-364, no km 397, em Cuiabá
BR-163, no km 588, em Diamantino
BR-163, no km 593, em Nova Mutum
BR-163, no km 614, em Diamantino
BR-163, no km 686, em Lucas do Rio Verde
BR-163, no km 745, em Sorriso
BR-163, no km 845, em Sinop

PR:
BR-163, no km 32, em Santo Antônio Do Sudoeste
BR-163, no km 64, em Pérola D’oeste
BR-272, no km 364, em Campo Mourão
BR-277, no km 238, em Irati
BR-277, no km 338, em Guarapuava
BR-277, no km 455, em Laranjeiras do Sul
BR-277, no km 600, em Cascavel (próximo ao Trevo Cataratas)
BR-369, no km 397, em Mamborê
BR-369, no km 501, em Corbélia
BR-373, no km 265, em Prudentópolis
BR-373, no km 478, em Coronel Vivida
BR-376, no km 137, em Nova Esperança
BR-376, no km 158, em Mandaguaçu
BR-376, no km 353, em Ortigueira
BR-467, no km 76, em Toledo
BR-476, no km 361, em União Da Vitória
BR-487, no km 197, em Campo Mourão
BR-487, no km 189, em Campo Mourão
PRC 158, no km 528, em Vitorino
PR-160, no km 53, em Cornélio Procópio
PR-170, no km 26, em Florestópolis
PR-170, no km 381, em Guarapuava
PR-180, no km 203, em Goioerê
PR-180, no km 205, em Goioerê
PRC-180, no km 465, em Francisco Beltrão
PR-182, no km 320, em Toledo
PR-182, no km 459, em Realeza
PR-182, no km 481, em Ampére
PR-218, no km 254, em Astorga
PR-239, no km 539, em Nova Aurora
PRC-280, no km 134, em Palmas
PRC 280, no km 194, em Mariópolis
PRC-280, no km 255, em Marmeleiro
PRC-280, no km 175, em Clevelândia
PR-281, no km 255, em Chopinzinho
PR-281, no km 542, em Dois Vizinhos
PR 281, no km 467, em Chopinzinho
PR-317, no km 047, em Santa Fé
PR-317, no km 055, em Santa Fé
PR-323, no km 36, em Sertanópolis
PR-323, no km 163, em Paiçandu
PR-323, no km 303, em Umuarama
PR-323, no km 311, em Umuarama
PR-444, no km 08, em Arapongas
PR-445, no km 80, em Cambé
PR-458, no km 000, em Flórida
PR-463, no km 002, em Nova Esperança
PRC-466, no km 245, em Guarapuava
PR-466, no km 100, em Jardim Alegre
PRC-466, no km 179, em Pitanga
PR-471, no km 222, em Nova Prata do Iguaçu
PR-479, no km 86, em Moreira Sales
PR-483, no km 001, em Francisco Beltrão
PR-491, no km 001, em Marechal Cândido Rondon
PRC-487, no km 295, em Manoel Ribas
PR-558, no km 004, em Campo Mourão
PR- 562, no km 085, em São João
PR 566, no km 12, em Itapejara

RS:
BR-101, no km 22, em Três Cachoeiras
BR-101, no km 53, em Terra de Areia
BR-116, no km 114, em São Marcos
BR-116, no km 389, em Camaquã
BR-116, no km 397, em Camaquã
BR-116, no km 401, em Camaquã
BR-116, no km 454, em São Lourenço do Sul
BR-116, no km 465, em São Lourenço do Sul
BR-116, no km 481, em Pelotas
BR-116, no km 529, em Pelotas
BR-116, no km 612, em Arroio Grande
BR-153, no km 53, em Erechim
BR-158, no km 202, em Cruz Alta
BR-158, no km 243, Júlio de Castilhos
BR-158, no km 265, em Júlio de Castilhos
BR-285, no km 337, em Carazinho
BR-285, no km 568, em São Luiz Gonzaga
BR-287, no km 332,5, em São Vicente do Sul
BR-287, no km 397, em Santiago
BR-290, no km 215, em Pantano Grande
BR-293, no km 125, em Candiota
BR-386, no km 37, em Frederico Westphalen
BR-386, no km 41, em Frederico Westphalen
BR-386, no km 50, em Seberi
BR-386, no km 219, em Ubirapuitã
BR-386, no km 269, em Fontoura Xavier
BR-392, no km 66, em Pelotas
BR-392, no km 76, em Morro Redondo
BR-392, no km 297, em São Sepé
BR-392, no km 655, em Cerro Largo
BR-392, no km 638, em Guarani das Missões
BR-468 , no km 0, em Palmeira das Missões
BR-470, no km 11, em Barracão
BR-471, no km 137, em Santa Cruz do Sul
BR-472, no km 115, em Boa Vista do Buricá
BR-472, no km 155, em Santa Rosa
BR-472, no km 164, em Santa Rosa
BR-472, no km 167, em Santa Rosa
BR-472, no km 478, em Itaqui
ERS-122, no km 69, em Caxias do Sul
ERS-126 , no km não informado, em Paim Filho
ERS-155, no km 65, em Santo Augusto
ERS-208, no km 42, em Maximiliano de Almeida
ERS-210, no km não informado, em Boa Vista do Buricá
ERS-211, no km 43, em Paulo Bento
ERS-287, no km não informado, em Venâncio Aires
ERS-307, no km 49, em Santa Rosa
ERS-324, no km 02, em Ronda Alta
ERS-332, no km 60, em Arvorezinha
ERS-342, no km não informado, em Ijuí
ERS-342 – km não informado, em Catuípe
ERS-332, no km 139, em Espumoso
ERS-344, no km 28, em Tuparendi
ERS-344, no km 44, em Independência
ERS-404, no km 04, em Sarandi
ERS-406, no km 01, no entroncamento com a ERS-324, em Planalto (próximo a Nonoai)
ERS-436, no km 02, em Taquari
ERSC-453 , no km não informado, em Venâncio Aires
ERSC-470, no km 182, em Veranópolis
ERS-470, no km não informado, em Nova Prata
ERSC-472, no km não informado, em Palmitinho
ERSC-481, no km 09, em Estrela Velha
VRS-816, no  km 00, em Venâncio Aires

SC:
BR-101, no km 404, em Maracajá
BR-116, no km 41, em Papanduva
BR-116, no km 54, em Papanduvas
BR-116, km 138, em Santa Cecília
BR-158, no km 109, em Cunha Porã
BR-158, no km 139, em Palmitos
BR-282, no km 340, em Campos Novos
BR-282, no km 380, em Joaçaba
BR-282, no km 505, em Xanxerê
BR-282, no km 571, em Nova Erechim
BR-282, no km 605 (trevo), em Maravilha
BR-282, no km km 645,6, em São Miguel D’o Oeste
BR-470, no km 316, em Campos Novos
BR-470, no km 174, em Pouso Redondo
BR-470, no km 178, em Pouso Redondo
BR-470, no km 252, em Curitibanos
SC-135, no km 119, em Videira
SC-135, no km 139, em Tangará
SC-157, no km 1, em São Lourenço do Oeste
SC-157, km 54, em Quilombo
SC-160, no km 0, em Campo Erê
SC-163, no km 58, em São Miguel do Oeste
SC-386, no km 0, em Iporã do Oeste
SC-415, km 21,5, em Itapoá

Fonte: G1



Lei dos Caminhoneiros sem vetos é um erro e acidentes vão aumentar

imagem:google
A Associação Brasileira de Concessionárias de Rodovias (ABCR) criticou a decisão anunciada pela presidente Dilma Rousseff de sancionar o Projeto de Lei 4.246/12 – conhecido como Lei dos Caminhoneiros – sem vetos, como tentativa de colocar fim à mobilização da categoria.
Para a entidade que representa as concessionárias de rodovias, se aprovada sem vetos, a nova lei “vai significar exatamente o oposto do que a sociedade deseja”. “Na prática, passaremos a ter, por exemplo, estradas com mais acidentes, pedágios mais caros, fretes mais elevados, aumento dos custos logísticos e dos preços finais dos produtos transportados por vias rodoviárias”, diz a nota da entidade.
“O que poderia ser um avanço para a categoria vai se transformar num grande retrocesso para a profissão, pesar no bolso dos brasileiros e aumentar as taxas de acidente e mortalidade na estrada”, completa o texto.
Nesta madrugada, governo e caminhoneiros chegaram a um acordo para acabar com os bloqueios nas estradas. “Nossa expectativa é que a categoria se sensibilize com as conquistas e encerre o movimento”, disse o presidente da Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA), Diumar Bueno, após o acordo.
O acordo fechado na madrugada garante sanção integral da Lei do Caminhoneiro; carência de 1 ano para pagamento das parcelas de financiamento de caminhões pelo Finame e Pró-Caminhoneiro; elaboração de tabela referencial de frete por entidades representativas de caminhoneiros, transportadoras e embarcadores com mediação do Ministério dos Transportes; e ausência de aumento de diesel para caminhoneiros por seis meses, entre outras questões.
O documento foi assinado por Miguel Rossetto (Secretaria Geral da Presidência), pelo ministro Antônio Carlos Rodrigues (Transportes) e 11 representantes de trabalhadores.
Para a ABCR, “ao arcar com custos logísticos mais elevados, viagens mais demoradas, manutenção mais frequente do caminhão, os caminhoneiros serão os mais prejudicados”. A entidade destaca ainda que é preciso envolver os embarcadores no debate da nova lei.
“É importante lembrar que os caminhoneiros têm direito ao vale pedágio, a ser pago pelo embarcador. Há, portanto, necessidade de envolver os embarcadores em toda esta discussão do PL antes de sancionar uma lei que poderá ter sérias consequências para a própria categoria”, diz a nota.
A entidade diz ainda que um dos efeitos da liberação do pagamento do eixo suspenso será o aumento do pedágio para todos os usuários, “como forma de manter viabilidade das concessões de rodovias”.
“O aumento do peso dos caminhões também vai significar pedágios mais caros. Isso porque os efeitos da sobrecarga sobre a vida útil dos pavimentos são de redução média de mais de 1,5 ano na vida útil do pavimento para 5% de sobrecarga e redução de mais de 3 anos na vida útil do pavimento para 10% de sobrecarga”, explica a entidade. “Na ponta, isso significa acréscimo considerável do custo de manutenção das rodovias brasileiras, sejam elas públicas ou privadas”, completa.
A ABCR ressalta que espera que o governo federal realize “uma análise técnica” das questões apontadas pelas concessionárias, “para que não se prossiga com a sanção de artigos que significarão, na ponta, mais acidentes, rodovias menos seguras e caminhoneiros autônomos mais sobrecarregados.”
Fonte: DCI



Fretes estão 14% abaixo do custo mínimo do serviço

O preço pago pelas empresas que querem transportar sua mercadoria pelo país aos caminhoneiros e companhias transportadoras de carga está pelo menos 14% abaixo do custo mínimo para se fazer esse serviço.
É o que aponta pesquisa divulgada nesta quinta-feira pela NTC&Logística (Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística), entidade que agrega empresas que têm frotas de caminhão para transporte.
Chamado índice de defasagem do frete, o valor vem aumentando nos últimos anos. Conforme mostrado em setembro de 2014, a defasagem na época era de 9,7% e havia subido dois pontos percentuais em menos de um ano.
A defasagem do preço do frete é apontada como o motivo da paralisação dos caminhoneiros em todo o país, iniciada na semana passada.
Os caminhoneiros pedem que o governo reduza o preço do combustível, do pedágio e aumentem a permissão para eles dirigirem por mais tempo como forma de melhorar justamente os ganhos com o trabalho.
Esse índice da NTC&Logística considera todos os custos que uma empresa transportadora tem para realizar o serviço, incluindo mão de obra, diesel, compra e reposição de equipamentos, entre outros. E aponta qual seria o valor mínimo que as empresas deveriam receber dos clientes para fazer o serviço.
Depois é feita uma sondagem com companhias do setor para saber qual valor médio real que elas estão cobrando dos clientes para fazer o transporte. A diferença entre um valor e outro é considerada a defasagem.
Reajustes
O aumento da defasagem se deu por causa dos recentes reajustes nos custos das tarifas públicas e, principalmente, do diesel. Segundo a pesquisa, o combustível deverá subir 8% num período de menos de seis meses. Para distâncias acima de 400 km, o custo do frete deverá ficar ente 2% e 3% maior somente pelo aumento do diesel.
Como o índice de defasagem é de janeiro de 2015, ele ainda não capturou todo o impacto do aumento do diesel deste ano e a defasagem atual é ainda maior que os 14% medidos no mês passado.
Outro fator que colabora para o déficit é queda da atividade econômica. Com mais caminhões disponíveis para fazer o transporte, as empresas transportadoras e caminhoneiros autônomos não conseguem repassar os aumentos de custo aos chamados embarcadores ou donos da carga.
Para se ter uma ideia, o custo médio do transporte cresceu 4% nos 12 meses anteriores a janeiro, contra um crescimento do IPCA de 7%. Segundo a associação, outro custo que vem subindo é com a segurança devido ao aumento dos roubos de carga.
Fonte: Folha Press



PRF vai multar caminhoneiros que mantiverem bloqueios nas rodovias

Greve dos Caminhoneiros

Em entrevista coletiva na tarde desta quinta-feira, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, afirmou que os caminhoneiros que bloquearem rodovias serão multados, individualmente, em valores entre R$ 5 mil e R$ 10 mil por hora — valores que vinham sendo determinados pela Justiça, conforme a rodovia.
Cardozo explicou que os dados da Polícia Rodoviária Federal serão usados pela Advocacia-Geral da União (AGU) para identificar os caminhoneiros e cobrar judicialmente a aplicação da multa estabelecida por descumprimento da ordem judicial.
O ministro disse ainda que a pasta recebeu relatos de que “atos ilícitos” estariam sendo praticados nas manifestações. O ministro pediu à Polícia Federal a abertura de um inquérito para apurar os abusos ocorridos nas estradas.
Conforme o ministro, o governo está aberto à negociação com a categoria e empresários do setor, mas alguns manifestantes não estariam dispostos ao diálogo. De acordo com Cardozo, apesar da dinâmica do movimento, é possível afirmar que houve um “refluxo claro” do movimento dos caminhoneiros.
Nesta tarde, sete Estados participavam das manifestações, sendo que os protestos estavam mais concentrados no sul do país. No Rio Grande do Sul, por volta das 14h, eram 75 os pontos de bloqueios em rodovias estaduais e federais.
Fonte: Zero Hora



Queda no preço do frete e altas do diesel e pedágio originaram protestos

Entenda os principais pontos da greve e reivindicações dos caminhoneiros.
Ao todo, 14 estados já foram atingidos por paralisações.

Bloqueios ocorrem em diversas estradas pelo país, mesmo após decisões judiciais que determinaram a liberação de rodovias federais em 11 estados e após negociação entre o governo e sindicatos e associações de caminhoneiros.

A liderança do movimento não é centralizada. O acordo não contou com o apoio, entre outros, de Ivar Luiz Schmidt, que se diz representante do Comando Nacional do Transporte. Segundo ele, o CNT é responsável por cerca de 100 pontos de bloqueio nas estradas.

Manifestantes dizem ainda que não foram notificados das decisões judiciais ou que o grupo que negociou o fim das interdições não tem legitimidade. Alguns ocupam rodovias estaduais, que não estão na lista da Justiça de vias a serem desbloqueadas.

Veja abaixo os principais pontos da greve:
O que pedem os caminhoneiros?

Não há uma pauta unificada de reivindicações. Os manifestantes reclamam, principalmente, da alta do preço do diesel, da redução do preço do frete e do valor dos pedágios.

Selo - preço do diesel (Foto: G1)
Segundo a Federação dos Transportadores Rodoviários Autônomos do Estado de São Paulo (Fecamsp), a alta do diesel, em janeiro, de R$ 0,15 por litro serviu como “gatilho” para os protestos.
O combustível ficou mais caro depois que o governo elevou as alíquotas do PIS/Cofins e da Cide. A expectativa da equipe econômica é arrecadar R$ 20,6 bilhões neste ano com as alterações.
Selo - preço do frete (Foto: G1)
Ainda segundo a Fecamsp, o preço do frete teve uma queda de 37% em todo o país nos últimos cinco meses. A federação alega que, ao mesmo tempo em que aconteceu essa diminuição, houve alta nos custos de manutenção dos caminhões e das safras de produtos agrícolas, resultando em “mais carga a transportar”, com “o mesmo número de caminhões”.
A Abcam explica que a queda de 37% acontece porque a remuneração paga aos caminhoneiros não acompanhou esse aumento de custos, reduzindo o valor final que "resta na mão do motorista".
As entidades do setor apontam a existência de um “cartel informal” do preço do frete, pedindo o estabelecimento de uma planilha nacional de referência.
A Agência Nacional de Transportes Terrestres (ANTT) informou ao G1 que o preço do frete é livre, negociado entre contratante e contratado. O que se regulamenta é apenas a forma de pagamento, para fins fiscais.
Haroldo Christensen, diretor de projetos e comunicação da Associação Brasileira de Caminhoneiros (Abcam), afirma que o valor do frete, hoje, é definido por uma tabela de referência feita pelas transportadoras. "Nós entendemos como ilegal, porque pode gerar uma cartelização do frete", diz.
"O frete deveria ser o maior motivo da paralisação. Porque a variação do diesel, dos insumos, devia estar ligada a isso. O que não existe é uma planilha nacional de custos, em que fossem colocados todos os insumos assumidos, como combustível, pneu, manutenção. E junto com isso o valor das commodities. E sairia um valor de tonelada/km rodado, que seria variável conforme esses elementos", defende Christensen.
Custo do pedágio (Foto: G1)
Outro motivo apontado para os protestos é o preço do pedágio nas rodovias, além de casos em que o valor é embutido no frete. “Desde 2001, pela lei 10.209, foi estabelecido o Vale-Pedágio Obrigatório, o qual determina que o valor do pedágio tem que ser pago, integralmente, pelo embarcador, e não pelo caminhoneiro”, argumenta a federação, que pede maior rigor na fiscalização pela ANTT.


Quem comanda o protesto?
A manifestação não é centralizada. Os primeiros protestos começaram em 13 de fevereiro, no Paraná, em um ato que incluía os professores do estado reclamando de medidas de corte de gastos e do que classificam de "abandono" da educação. Nos dias seguintes, a manifestação se espalhou por outros estados.

"Estamos acompanhando, não estamos participando", diz Christensen, da Abcam. "É um movimento que tem acontecido e não tem comando central. Não existe uma direção. Em cada lugar estão agindo de uma maneira diferente", explica.
O governo pode voltar atrás no preço do diesel?

Em meio à paralisação, o ministro da Secretaria-Geral, Miguel Rossetto, afirmou nesta terça que não faz parte da “pauta” do governo reduzir preço do litro do óleo diesel. “Não está na pauta do governo a redução do preço do diesel neste momento”, disse. A definição dos preços dos combustíveis no Brasil parte da Petrobras. Porém, a variação do preço nas bombas para o consumidor depende de decisão dos postos de gasolina.


Que atitudes foram tomadas para desbloquear as estradas até agora?
A Advocacia-Geral da União protocolou ações na Justiça Federal dos estados onde houve o bloqueio de rodovias. A AGU pediu que a Justiça conceda liminar (decisão provisória) para que as estradas sejam desbloqueadas e para que seja imposta uma multa de R$ 100 mil por cada hora em que a decisão for descumprida. Em 11 estados, o pedido da AGU foi atendido.

Divulgadas entre terça e quarta-feira, as decisões judiciais impedem os motoristas de fecharem todas as rodovias federais de Minas Gerais, Bahia, Mato Grosso do Sul, Mato Grosso, São Paulo e Ceará, e em 14 municípios de outros cinco estados – Paraná, Goiás, Tocantins, Rio Grande do Sul e Santa Catarina.
Os juízes fixaram multas que variam de R$ 1 mil a R$ 50 mil para cada hora que os manifestantes se recusarem a liberar as pistas.
Como o governo está agindo?

O governo recebeu nesta quarta-feira representantes dos caminhoneiros para um encontro em Brasília. Segundo o dirigente da Abcam, foram convidadas algumas lideranças locais. "Nós, como associação, fomos convidados como ouvintes. Nós entendemos que não é o correto. Mas vamos como ouvintes e lá reivindicamos", afirmou Christensen antes do encontro.


Após a reunião, o ministro Rossetto afirmou que o governo se comprometeu a sancionar sem vetos a Lei dos Caminhoneiros. A matéria foi aprovada na Câmara no último dia 11 e estabelece regras para o exercício da profissão de motorista. Ainda segundo o ministro, a Petrobras se comprometeu a não reajustar o preço do diesel pelos próximos seis meses.

Como a categoria reagiu ao anúncio de acordo?
Sindicatos e associações aceitaram a proposta do governo para acabar com os bloqueios. Mas lideranças como Ivar Luiz Schmidt, que se diz representante do Comando Nacional do Transporte, rejeitaram o acordo. Segundo ele, o CNT é responsável por cerca de 100 pontos de bloqueio nas estradas. A entidade foi criada recentemente e não é vinculada a nenhum sindicato ou confederação de trabalhadores.

Manifestantes dizem ainda que não foram notificados das decisões judiciais ou que o grupo que negociou o fim das interdições não tem legitimidade.

Quantos caminhões registrados existem no Brasil?
Segundo a ANTT, são 1 milhão de registros de transportadores, com 2,2 milhões de veículos. A maioria dos registros (857 mil) de para autônomos, 1 milhão de veículos. Já os registros de empresas são 171 mil, com 1,2 milhões de veículos. Os registros para cooperativas são 410, com 17 mil veículos.

Fonte: G1



Bloqueio de caminhoneiros chega a Santos; MG e RS ordenam liberação

Manifestantes bloquearam acessos ao maior porto do país, em SP.
Governo conseguiu na Justiça primeiras decisões para liberar estradas.

Caminhoneiros protestam na Via Expressa, em Salvador. (Foto: Imagens/Tv Bahia)
Via Expressa em Salvador.

O bloqueio de estradas por caminhoneiros começou a afetar também o transporte de mercadorias nos portos e ferrovias do país. Nesta terça-feira, os manifestantes fecharam os acessos ao Porto de Santos (SP), o maior do Brasil.

Ao mesmo tempo, o governo conseguiu nas justiças do Rio Grande do Sul e de Minas Gerais a liberação de trechos interditados pelos protestos.

Caminhoneiros buscam apoio de outros motoristas (Foto: Alan Batislani/Arquivo pessoal)Os bloqueios afetaram também a operação do porto de Paranaguá, no Paraná, principal terminal de exportação de produtos agrícolas do país. Segundo a administração do porto, apenas 10% dos carregamentos previstos para esta terça-feira foram realizados.

Caso o protesto prossiga, há risco de atrasos nos carregamentos dos navios atracados no porto e também das embarcações que aguardam no mar, afirma a administração.
Desde segunda-feira (23), o terminal ferroviário de Rondonópolis, no sul de Mato Grosso, deixa de exportar 12,8 mil toneladas de grãos por dia, devido aos protestos que impedem a circulação dos caminhões.

As manifestações, iniciadas na semana passada, conseguiram maior adesão e foram registrados paralisações de caminhoneiros em 13 estados ao longo desta terça. 

Decisões judiciais
O governo conseguiu nesta terça as primeiras decisões judiciais determinando o desbloqueios de rodovias pelos caminhoneiros. A Justiça Federal de Pelotas, no sul do Rio Grande do Sul, decidiu que os manifestantes devem desocupar três rodovias federais da região: BR-116, BR-293 e BR-392.

Em Minas Gerais, a Justiça Federal determinou a imediata desobstrução das rodovias federais que cortam o estado, parcialmente bloqueadas por caminhoneiros desde domingo (22). Caso a decisão seja descumprida, os sindicatos que promovem os protestos pagarão multa de R$ 50 mil por hora de ocupação indevida, além de R$ 5 mil por pessoa física ou veículo.

A liberação das rodovias em Minas só deve acontecer nesta quarta-feira (25), assim que a Polícia Rodoviária Federal (PRF) for notificada oficialmente.

Em Santa Catarina, a PRF começou a usar sua tropa de choque para liberar rodovias ocupadas pelo protesto de caminhoneiros.

Os policiais fizeram com que os veículos que bloqueavam um trecho da BR-282 em Xanxerê, no oeste do estado, fossem tirados da pista e colocados no acostamento. Segundo a PRF, foi uma desinterdição "à força, mas sem confronto".

VEJA COMO ESTÁ A SITUAÇÃO EM CADA ESTADO

BA
Caminhoneiros iniciaram protestos na manhã desta terça-feira na Bahia. À tarde, eles fecharam a Via Expressa, em Salvador, no sentido porto.

Também há interdições na cidade de Luís Eduardo Magalhães, região oeste do estado. Um trecho que estava interditado em Feira de Santana foi liberado no fim da tarde. Veja aqui os pontos com bloqueios.

CE
Os bloqueios também chegaram ao Ceará nesta terça-feira, onde cerca de 60 caminhões fecham os dois sentidos da BR-116, em Fortaleza. Apenas uma faixa de cada lado está livre para o trânsito de veículos pequenos, de emergência e de caminhões com carga viva.

O trecho é um dos principais acessos à capital cearense e com intensa movimentação de cargas, já que a rodovia liga o Ceará ao Rio Grande do Sul. Veja aqui os pontos com bloqueio no estado e no país.

SP
Um protesto de caminhoneiros bloqueia os acessos ao Porto de Santos desde a manhã desta terça-feira. A fila de caminhões fez com que a Ecovias, concessionária que administra o Sistema Anchieta-Imigrantes (SAI), liberasse a circulação de veículos de passeio, que chegam da capital paulista, pelo acostamento da Rodovia Anchieta.

Um outro grupo realizou um ato de protesto no km 560 da Rodovia Comandante João Ribeiro de Barros (SP-294), em Parapuã, interior de São Paulo.

De acordo com a Polícia Militar Rodoviária de Adamantina, os veículos comuns são liberados enquanto os motoristas de caminhões são convidados a aderir ao movimento. Veja aqui os pontos de bloqueio no estado.

MG
Em Minas Gerais, os caminhoneiros interditavam parcialmente, nesta terça-feira, a Rodovia Fernão Dias, em Igarapé, na Grande BH; em Oliveira, no Centro-Oeste; e em Perdões, no Sul; e em Santo Antônio do Amparo. Veja aqui os pontos de bloqueio no estado.

São registrados bloqueios também na BR-262 e na BR-040. Manifestantes fecharam ainda o trecho da MG-050 que liga Divinópolis a Formiga.

A manifestação na Região Metropolitana afeta a produção de veículos na Fiat pelo segundo dia consecutivo. Segundo a assessoria de imprensa da empresa, devido à falta de peças que não foram entregues não é possível retomar a produção, e turnos foram suspensos.

A paralisação no Centro-Oeste de Minas já provoca reflexos nos postos de combustíveis. Em Oliveira, pelo menos três já confirmaram que estão fechados e outros têm quantidade mínima para abastecimento.

PR
Segundo a PRF, até as 16h20 desta terça, o estado tinha 31 pontos de interdição em rodovias.
A paralisação afetou as operações do Porto de Paranaguá. Dos 900 caminhões que deveriam descarregar no pátio nesta terça, apenas 45 chegaram. Segundo a administração, 1.569 caminhões também deixaram de carregar os grãos do porto.

Os bloqueios também causaram falta de combustíveis em alguns postos do sudoeste e do oeste do Paraná. Naqueles em que ainda havia combustível, o litro da gasolina chegou a R$ 5.

Indústrias de alimentos, agricultores e pecuaristas do oeste, sudoeste e norte do Paraná estão suspendendo as produções. Frigoríficos em Francisco Beltrão, Dois Vizinhos e Toledo deixaram de fazer o abate de aves.

Em Marmeleiro, nesta terça, um produtor teve que jogar fora 3 mil litros de leite, já que os caminhões do laticínio para quem fornece em Santa Catarina não conseguem chegar à propriedade no sudoeste do Paraná desde o dia 18.

Em Santo Antônio do Sudoeste, as aulas nas escolas municipais foram canceladas, e os serviços de limpeza, interrompidos.

SC
Em Santa Catarina, onde os protestos ocorrem desde quarta-feira (18), há pelo menos 32 rodovias estaduais e federais com bloqueios de caminhoneiros.

Os atos se concentram, principalmente, no Oeste do estado, mas há bloqueios também na Serra, no Vale do Itajaí, no Sul e no Norte. Veja aqui os pontos de bloqueio no estado.

Segundo o Sindicato das Indústrias de Laticínios e Produtos Derivados (Sindileito), por causa dos bloqueios a coleta de leite no estado pode ser 100% interrompida. O Sindicato dos Postos de Combustíveis de Chapecó afirma que 90% dos postos do oeste catarinense estão sem combustível.

A maioria dos frigoríficos do estado deve parar a produção nesta terça-feira, segundo o diretor-executivo do Sindicato das Indústrias de Carne e Derivados de Santa Catarina (Sindicarne) e da Associação Catarinense de Avicultura (ACAV), Ricardo de Gouvêa.

"O prejuízo é muito grande. Hoje ainda não é possível mensurar. Ele é do tamanho de toda a cadeia produtiva", disse Gouvêa.

RS
A Justiça Federal de Pelotas, no Sul do Rio Grande do Sul, determinou que caminhoneiros desocupem três rodovias federais da região: BR-116, BR-293 e BR-392.

Segundo as polícias rodoviárias federal e estadual, manifestações de caminhoneiros ocorrem em mais de 20 rodovias do estado nesta terça-feira. Em algumas delas, veículos de carga são impedidos de seguir viagem.

A paralisação dos caminhoneiros já afeta diversos setores produtivos no estado. Indústrias de laticínios e frigoríficos, por exemplo, estão com produção reduzida por falta de matéria-prima e já contabilizam prejuízos. Caso a circulação de mercadorias não seja normalizada, os supermercados afirmam que podem faltar produtos nas prateleiras.

Se o bloqueio continuar, em um ou dois dias faltará leite no mercado, estima o Sindicato da Indústria de Laticínios e Produtos Derivados do estado (Sindilat-RS). O maior frigorífico de suínos do estado suspendeu as atividades nesta manhã e 3 mil animais deixarão de ser abatidos.

MT
Pela manhã, ao menos dez trechos das BRs 364, 163 e 070, em Mato Grosso, estavam bloqueados nesta terça-feira.
Segundo a PRF, os caminhoneiros não deram trégua durante a noite e mantiveram as interdições nos municípios de Cuiabá, Rondonópolis, Lucas do Rio Verde, Nova Mutum, Sorriso e Diamantino. Em Sinop, o bloqueio começou no início da manhã.

Os caminhoneiros tentam impedir, há quase uma semana, que os veículos de cargas façam o escoamento da produção agrícola.
Os caminhões com combustíveis seguem presos em bloqueios e, como consequência, o óleo diesel acabou em distribuidora no Norte do estado.

MS
Até as 15h, segundo a PRF, Mato Grosso do Sul tinha seis pontos de interdição – sendo três em rodovias federais.
Os protestos desta terça se concentram em São Gabriel do Oeste, Dourados e Campo Grande. Em Ponta Porã, a BR-463, que havia sido bloqueada pela manhã, foi liberada no fim da tarde. Veja aqui os pontos de bloqueio no estado.

Para o caminhoneiro Marcelo Silva, o protesto está mal organizado. Ele saiu de Santa Catarina para entregar piso em Mato Grosso e já passou por quatro pontos de manifestação. "São nossas reivindicações, claro, mas nem todos os caminhoneiros estavam preparados para a paralisação", disse durante parada na BR-163, em São Gabriel do Oeste.

Os motoristas que participam do protesto no estado montaram tendas na beira das rodovias, onde improvisaram almoço nesta terça-feira. Os organizadores do movimento afirmam que não há previsão para o término dos bloqueios.

PI
Caminhoneiros do Piauí estão deixando de fazer viagens por causa do recente reajuste nos preços dos combustíveis em todo o Brasil. Não foram registrados bloqueios em rodovias.
Segundo os motoristas, a categoria tem encontrado dificuldades para diminuir os gastos e manter lucros. Desde o início do ano, foram dois os aumentos no preço dos combustíveis.

Protesto na BR-381 em trecho próximo a Betim, nesta terça-feira (24) (Foto: Reprodução/TV Globo)Caminhoneiros fazem paralisação na PR-218, em Astorga (Foto: Ramon Rosa/Arquivo Pessoal)