Caminhoneiros autônomos pedem 50% das cargas da administração pública federal

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Representantes de transportadores autônomos de cargas apresentaram uma pauta de reivindicações nesta quinta-feira (26) à comissão especial da Câmara dos Deputados que analisa um novo marco regulatório para o transporte rodoviário de cargas no País. A audiência pública foi solicitada pelos deputados Nelson Marquezelli (PTB-SP), Covatti Filho (PP-RS) e Diego Andrade (PSD-MG).
Entre as principais reivindicações estão uma reserva de mercado de 50% das cargas da administração pública para a categoria, a garantia de um preço mínimo para o frete e benefícios tributários na forma de subsídio do PIS e da Cofins para a aquisição de diesel e redução do ICMS incidente sobre o frete, entre outras.
Para o presidente da Confederação Nacional dos Transportadores Autônomos (CNTA), Diumar Cunha Bueno, apesar de os caminhoneiros autônomos representarem 50% da força de transporte de carga do País, a categoria vem sendo prejudicada por não ter suas demanda atendidas pelo governo.
“Nós da CNTA entendemos que antes mesmo de estabelecer um valor mínimo para o frete, nós precisamos garantir o serviço. Com isso, nós queremos garantir um mercado de sobrevivência para os caminhoneiros”, disse Bueno, referindo-se à proposta de assegurar uma cota mínima de carga, seja da iniciativa privada ou da administração pública, a caminhoneiros autônomos.
Bueno citou ainda outras demandas que, segundo ele, teriam sido acordadas com o governo e ainda não atendidas. Entre elas estão a isenção da tarifa de pedágio para o eixo suspenso (quando descarregado, o caminhão roda com um ou mais eixos suspensos, que não seriam cobrados) e a autorização para que os caminhoneiros tenham direito à portabilidade e levar dívidas dos programas Procaminhoneiro (Programa BNDES de Financiamento a Caminhoneiro) e Finame (BNDES Finame – Financiamento de Máquinas e Equipamentos) para o Banco do Brasil, já que os bancos privados não aceitam fazer o refinanciamento.
Exames obrigatórios
O presidente da Federação dos Caminhoneiros Autônomos de Carga em Geral do Estado de São Paulo (Fetrabens), Norival de Almeida Silva, também defendeu a pauta proposta pela CNTA e demonstrou preocupação com a maneira como algumas normas acabam afetando a categoria. Como exemplo, ele citou a realização dos exames toxicológicos, que serão obrigatórios a partir de março de 2016.
“Eu não sou contra o exame. Nem mesmo contra os custos de cerca de R$ 400. Não precisamos de ninguém drogado para fazer o nosso transporte. Os exames evitam acidentes”, observou Silva. “O que me preocupa é que, quando constar no exame [a presença de substância proibida], se o caminhoneiro for receber pelo INSS [por estar impedido de dirigir] ele não vai pagar suas dívidas”, completou.
Representando o ramo de transporte da Organização das Cooperativas Brasileiras (OCB), Abel Pare, defendeu a inclusão das cooperativas de transporte de cargas na Lei 11.442/07, que estabelece regras para o setor, como forma de dar segurança jurídica à categoria. Pare sugeriu ainda a equiparação das cooperativas às empresas de transporte, a fim de isentar as primeiras de emitirem o cadastro para a geração de Código Identificador da Operação de Transporte (Ciot), atualmente exigido para o pagamento dos fretes dos transportadores autônomos.
O deputado Toninho Wandscheer (PMB-PR) afirmou que as categorias precisam mostrar como colocar as propostas em prática. “Reserva de mercado já pelo nome não é uma ideia muito simpática. É um tema que nós precisamos debater com cuidado. Saber com fazer, que proposta levar, para que aconteça, senão não adianta”, disse o deputado.
Wandscheer também comentou a dificuldade de se implementar a aposentadoria aos 25 anos de contribuição para caminhoneiros. “É também um tema sensível que precisa ser pensado junto com o problema do déficit previdenciário”, disse.
Paralisações
Em março, protestos de caminhoneiros bloquearam 129 trechos de rodovias em 14 estados. Os bloqueios diminuíram com a sanção da Lei dos Caminhoneiros, que trata da jornada máxima de 12 horas da categoria, da isenção de pedágio para caminhões vazios (eixo suspenso) e de pontos de descanso nas estradas para os caminhoneiros, entre outros assuntos.
Na primeira reunião da Comissão Especial do Marco Regulatório de Transporte Rodoviário de Cargas, realizada na última quinta-feira (19), foram ouvidos representantes de empresas de transporte de cargas. Na próxima semana, serão ouvidos especialistas do setor de transportes na área jurídica e trabalhista e na semana seguinte representantes dos embarcadores. A comissão é presidida pelo deputado Baleia Rossi (PMDB-SP) e o relator é o deputado Nelson Marquezelli (PTB-SP).



Desafio do Brasil é diminuir custos, como os de logística

O Brasil tem uma agricultura cada vez mais profissionalizada, afirmou José Vicente Caixeta Filho, professor titular da Escola Superior de Agricultura “Luiz de Queiroz (Esalq/USP) durante o Summit Agronegócio Brasil 2015, realizado pelo jornal O Estado de S. Paulo, com patrocínio da Federação da Agricultura e Pecuária do Estado de São Paulo (Faesp), nesta quinta-feira, 26, em São Paulo.
“O Brasil é como o celeiro do mundo, com uma agricultura cada vez mais profissionalizada e que não pode sentir vergonha ao afirmar que os resultados são positivos”, disse ele durante sua palestra no evento.
Caixeta Filho destacou que a agropecuária brasileira tem crescido, principalmente, no setor de carnes. “Temos um incremento enorme da produção de carnes de baixo valor agregado que é um aspecto muito importante para agricultura brasileira”, disse.
Em compensação, o professor apontou que a logística é um dos principais desafios para o setor nos próximos anos. Ele avaliou que, além da alta dependência do transporte rodoviário e das filas de caminhões comumente registradas nos portos do País, há ainda a falta de estrutura de armazenagem.
“Produtor não tem onde armazenar e usa o caminhão como estoque e isso se reflete no valor do frete”, afirmou. Para ele, o Brasil precisa investir nestas questões para impulsionar ainda mais a produção.
Caixeta Filho ressaltou as novas estruturas portuárias inauguradas recentemente no Norte do País. “A movimentação de exportações no Maranhão, por exemplo, avançou 90% este ano ante 2014.”



Diesel “limpo” já chega a 30% do mercado brasileiro

diesel s-10

A qualidade do ar, principalmente nas grandes cidades brasileiras, está melhor, comemora o Ministério do Meio Ambiente (MMA). Citando dados da Agência Nacional do Petróleo e Biocombustíveis (ANP), o ministério destaca que o consumo do diesel S-10, o diesel “limpo”, já alcançou 30% do mercado nacional.
Com teor mais baixo de enxofre, o S-10 é considerado menos poluente, conforme exigência do Conselho Nacional de Meio Ambiente (Conama). Segundo a ANP, o consumo desse combustível supera até mesmo a capacidade da frota com motores produzidos especificamente para ele.
A tecnologia de produção dos combustíveis também apresentou melhorias. As análises feitas no novo diesel indicam uma concentração de enxofre entre 5 e 6 partes por milhão (ppm), bem abaixo dos 10 ppm especificados pela própria ANP para o atendimento às determinações do Proconve.
Mais de 5.500 postos de combustíveis, ao longo das principais rodovias brasileiras, contam com o novo combustível para o abastecimento da frota de transporte de carga. Números apresentados pela Associação Nacional dos Produtores de Veículos Automotores (Anfavea), afirmam que todos os veículos leves produzidos estão equipados com motores que atendem às exigências da fase L-6 do Proconve. Os veículos licenciados em 2015 cumprem as exigências.
Efeito real
Segundo a diretora de qualidade ambiental na indústria do MMA, Letícia Carvalho, os resultados apresentados, tanto em relação à fabricação de motores quanto em relação aos combustíveis, demonstram o efeito real e imediato do Proconve.
“Estamos promovendo a queda generalizada na emissão de poluentes e exigindo o aperfeiçoamento contínuo da indústria brasileira”, disse. “Melhorando a qualidade do ar nas grandes cidades, o impacto é direto na melhoria da saúde das populações.”
Para ela, a fase L-6 do programa é uma realidade e está plenamente implantada no Brasil. “Hoje temos a convicção de que no mercado brasileiro há oferta veículos e combustíveis dentro de padrões capazes de minimizar os efeitos nocivos do consumo de combustíveis fósseis à saúde”, afirmou.

Fonte: Portal Brasil



Dia da Consciência Negra

Hoje é dia de luta. Uma luta importante que não pode ser deslegitimada, o racismo no Brasil é um fato que não dá para ser negado. Ele existe, ponto. Pode não ser sua realidade, mas está aí todos os dias fazendo milhares de vítimas, é disfarçado, escondido, mas existe. Portanto, que o dia de consciência não seja só por hoje, mas durante todos os dias. Buscar informações, ler os relatos dos negros e entender que a luta é válida, já é um começo para mudar essa triste e cruel realidade.





Governo federal regulamenta exame toxicológico para caminhoneiros

Governo federal regulamenta exame toxicológico para caminhoneiros
foto: olhar direto
A partir do dia 02 de março de 2016 motoristas do transporte de cargas e de passageiros passam a ser obrigados a cada 60 dias fazer exames toxicológicos. A obrigatoriedade está regulamentada na Portaria nº 116/2015, publicada no Diário Oficial da União (DOU) que circula nesta segunda-feira, 16 de novembro.
A regulamentação foi feita pelo Ministério do Trabalho e Previdência Social e entra em vigor no dia 02 de março do próximo ano.
Conforme a Portaria, deverão realizar exames toxicológicos motoristas profissionais do transporte rodoviário coletivo de passageiros e do transporte rodoviário de cargas.
Os exames terão validade de 60 dias a partir da data de coleta da amostra, podendo o seu resultado ser utilizado neste período. Os exames deverão ser feitos tanto em caso de admissão quanto desligamento do motorista.
Ainda, segundo a Portaria, os exames toxicológicos dever “ter janela de detecção para consumo de substâncias psicoativas, com análise mínima de 90 (noventa) dias; ser avaliados em conformidade com os parâmetros estabelecidos”.
Confira a postaria 116/2015 na integra aqui: PORTARIA.
Fonte: Cenário MT



Mesmo menor, greve dos caminhoneiros continua

greve dos caminhoneiros

Depois da publicação da Medida Provisória 699, a greve dos caminhoneiros que teve início no dia 09/11 perdeu força. Entre outras punições, a MP aumentou o valor da multa para quem bloquear rodovias, chegando a quase R$ 6 mil, e multa em até R$ 20 mil os organizadores dos protestos.
Porém, mesmo com o contra-ataque governista, em pontos isolados do país a greve persiste. No final de semana os caminhoneiros se juntaram à grupos que pedem a saída da presidente Dilma do poder, e que estavam acampados em Brasília à cerca de um mês.
Na manhã de hoje um protesto se iniciou em Cristalina-GO, e bloqueou a BR-040, importante ligação entre Brasília-DF e Belo Horizonte-MG. Mantendo a pauta da semana passada, os caminhoneiros estão juntos com o movimento NasRuas, que também pede a renúncia/impeachment de Dilma Rousseff.
A PRF não emitiu nenhum informativo referente ao bloqueio, e a previsão de liberação da rodovia é as 18 horas. Carros, ambulâncias, ônibus e cargas perecível e de remédios estão passando normalmente.



Greve de caminhoneiros perde força no 3º dia de protestos

greve dos caminhoneiros 2015

Caminhoneiros iniciaram nesta quarta-feira (11) o terceiro dia de greve com protestos em rodovias de ao menos sete Estados. O número de manifestações nesta manhã é menor do que o registrado nos dois primeiros dias de greve. Na segunda (9), foram registradas paralisações em ao menos 14 Estados, e na terça (10), em ao menos dez.
Nesta manhã, as manifestações em rodovias federais acontecem no RS, SC, MG, MS, MT e TO, segundo boletim das 9h da PRF (Polícia Rodoviária Federal). Ainda há uma rodovia estadual, no Paraná, com paralisação de caminhoneiros.
Na maior parte dos trechos em que os caminhoneiros se concentraram, não houve interdição total da pista, eles permitem o tráfego de carros, ônibus e ambulância, de acordo com a PRF.
Protestos
A categoria iniciou a greve nesta segunda (9) após não entrar em acordo com o governo federal em relação às suas reivindicações. A adesão atingiu ao menos 14 Estados do país no primeiro dia e 9 no segundo.
Um dos líderes do CNT (Comando Nacional dos Transportes), movimento que lidera protestos pelo país, Ivar Schmidt, considerou positivo o início da greve.
Ele esperava que o movimento ganhasse mais adesões, mas disse que sua continuação dependia do apoio da população à sua pauta principal, que é a retirada da presidente Dilma Rousseff do governo. No entanto, entre o primeiro e o segundo dia, os protestos perderam fôlego.
Entre as reivindicações secundárias, estão os pedidos de redução do preço do óleo diesel, a criação do frete mínimo (este o governo reconhece que não conseguiu atender), salário unificado em todo o país e a liberação de crédito com juros subsidiados no valor de R$ 50 mil para transportadores autônomos.
O grupo também quer ajuda federal para refinanciamento de dívidas de compra de seus veículos.
Posição do governo
O Planalto alega que atendeu a maior parte das reivindicações da categoria que, em abril, fez sua última paralisação do ano.Oficialmente, os ministros José Eduardo Cardozo (Justiça) e Edinho Silva (Comunicação Social), integrantes do gabinete de crise montado pelo Planalto para acompanhar a greve, foram para o embate com os manifestantes.
O governo também anunciou terça (10) que aumentará as multas e as sanções a motoristas que obstruírem deliberadamente as rodovias, em uma tentativa de desestimular a greve.
“O valor das multas é avaliado pelo dano social que esses comportamentos trazem”, disse o ministro da Justiça. “O governo federal não pode admitir que pessoas, sem ter uma pauta de reivindicações e por uma questão política, fechem estradas para impor aquilo que acham que deve acontecer com o país por meio de uma medida inaceitável”, criticou Cardozo.
Multa mais alta
Atualmente, o Código Nacional de Trânsito prevê uma multa de R$ 1.915 para quem promover nas vias públicas competição, eventos organizados, exibição e demonstração de perícia sem permissão da autoridade de trânsito.
A atual punição será mantida, mas, no caso da obstrução deliberada com o uso veículo, o condutor será enquadrado em uma infração gravíssima e será aplicada uma multa de trânsito de R$ 5.746, podendo dobrar o valor para R$ 11.492 em caso de reincidência.
Bloqueios 
Minas Gerais
Há manifestação de caminhoneiros em dois trechos da BR-381. Na regiçao de João Monlevarde (km 359) há interdição parcial da via e em Nova Era (km 338) não a via não foi bloqueada.
Mato Grosso do Sul
Na BR-267, caminhoneiros se concentram na altura do km 364, Maracajú, sem interditar a pista.
Mato Grosso
Dois trechos da BR-158 estão parcialmente interditado nas regiões de Confresa (km 170) e Vila Rica (km 50).
Paraná
Nas rodovias estaduais, segundo o Batalhão de Polícia Rodoviária, caminhões interditam parcialmente a PR-466, km 145, próximo ao município de Manoel Ribas desde terça às 22h:20.
Santa Catarina
No início da manhã, caminhoneiros ocupavam uma faixa da BR-116, região de Papanduva (km54), impedindo apenas a passagem de caminhões. O trecho foi liberado por volta das 9h30, informou a PRF-SC
Rio Grande do Sul
Há ao menos sete manifestações em rodovias federais do Estado, segundo a polícia. Os caminhoneiros ficam nas margens das estradas, sem bloquear a passagem.Um dos protestos ocorre em Carazinho, na BR-285, km 337, onde os caminhoneiros estão aglomerados em um posto de gasolina. Em outra manifestação, em Santa Rosa, na BR-472, km 155, os veículos estão parados no acostamento.Pontos de protesto foram identificados em Porto Xavier, na BR-392, km 717, e em Ijuí, na BR-285, km 458. Em ambos, os caminhoneiros se encontram em pátios de postos de gasolina. O mesmo ocorre com manifestações em Julho de Castilhos, na BR-158, km 265, em São Sepé, na BR-392, km 297, e em Entre Ijuís, na BR 285, km 497.
Tocantins
Duas rodovias federais estão interditadas no Tocantins, a BR-242 com interdição parcial na região de Taguatinga (km 5) e a BR-153, interditada totalmente, na região de Colinas do Tocantins (km 240).
Fonte: Folha



Isso aqui é uma prisão; estamos todos presos, 99% querem ir embora

Greve? Caminhoneiros denunciam terror nas estradas e dizem que estão parados sob coação. “Isso aqui é uma prisão. Nós estamos presos há 12 dias”. Imprensa está impedida de falar com os trabalhadores, só sendo permitida entrevistas com os líderes.

Em vídeo divulgado no Facebook, na página “Polícia Rodoviária Federal – Operacional” (assista aqui), caminhoneiros acampados nas proximidades das cidades de Joinville e Maravilha, em Santa Catarina, denunciam serem mantidos em “cárcere privado” e impedidos de deixar os protestos que acontecem na região.
Segundo o chefe do Núcleo de Comunicação Social da PRF no estado, o Luiz Graziano, abusos estão acontecendo. Os profissionais são obrigados a permanecer no movimento sob ameaças.
“Passamos a produzir os vídeos e encaminhar para a imprensa para mostrar a realidade de vários bloqueios, onde estão ocorrendo abusos nos quais são obrigados a permanecer no movimento sem as mínimas condições e muitas vezes ameaçados.”, conta.

De acordo com o policial, mais de 90% dos caminhoneiros mantidos em todos os bloqueios querem seguir viagem ou regressar para casa, mas são impedidos pelos líderes do movimento. A Polícia Civil do estado foi mobilizada para auxiliar nas investigações sobre o caso.
“Não querem fazer parte do movimento, estão com cargas perecíveis, com problemas em casa. Familiares e caminhoneiros nos procuraram. E a imprensa foi impedida da falar com os eles, só sendo permitida entrevistas com os líderes, que ninguém sabe quem são”, denuncia o policial rodoviário.
Segundo relato dos caminhoneiros, aqueles que tentaram furar os bloqueios tiveram seus caminhões apedrejados e foram forçados a retornar aos acampamentos.
“Isso aqui é uma prisão. Nós estamos presos”, afirma na gravação um dos trabalhadores, que reclama estar há 12 dias nessas condições.

“Dizem que está liberado, mas vem caminhonete e carro atrás e quebra (os caminhões)”, completa.
Nesta terça-feira (03), caminhoneiros realizam protesto em Brasília contra o aumento do preço do diesel.
Na véspera, a presidenta Dilma Rousseff sancionou sem vetos a Lei dos Caminhoneiros, que garante à categoria benefícios, como a anulação de multas por excesso de carga nas rodovias e concede acesso a programas de financiamento.



Protesto de caminhoneiros bloqueia rodovias pelo país

Atos foram registrados em BA, ES, GO, MG, PR, RJ, RN, RS, SC, SP e TO. Motoristas são autônomos e se declaram independentes de sindicatos.


Protesto de caminhoneiros na BR-280 em São Bento do Sul (Foto: Cinthia Raasch/RBS TV)

Um protesto de caminhoneiros bloqueia nesta segunda-feira (9) trechos de várias estradas do país, segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF). Os atos acontecem em BA, ES, GO, MG, PR, RJ, RN, RS, SC, SP e TO.
O grupo que participa do movimento foi convocado pelo Comando Nacional do Transporte. Os manifestantes são autônomos e se declaram independentes de sindicatos. Eles são contra o governo Dilma Rousseff, pedem o aumento do valor do frete, reclamam da alta de impostos e da elevação nos preços de combustíveis, entre várias outras questões.
O movimento não tem adesão total dos caminhoneiros. A Confederação Nacional dos Transportes Autônomos afirmou, em nota, que não concorda com a mobilização, já que a pauta não tem relação com os problemas específicos da categoria. A União Nacional dos Caminhoneiros também informou que discorda dos bloqueios.
Em entrevista coletiva na manhã desta segunda, o ministro da Comunicação Social, Edinho Silva, afirmou que o movimento tem como objetivo desgastar o governo politicamente.
Veja a situação da em cada estado:

BR-407, km 230, perto de Capim Grosso, bloqueio parcial

Grupo protesta no Km 375 da BR-101, em Iconha, na região Sul do estado. Manifestantes convidam os caminhoneiros a pararem o transporte das mercadorias e estacionar no acostamento e no pátio da Associação dos Caminhoneiros do Sul do Espírito Santo (Ascames), localizado na região.

BR-101, km 375 - concentração em acostamento

BR-040, em Luziânia, bloqueio parcial. Veículos pequenos podem passar


A paralisação teve início na madrugada.

Rodovia Fernão Dias, em Igarapé - bloqueio parcial

BR-381, em João Monlevade, na Região Central - bloqueio parcial nos dois sentidos
BR-381, em Igarapé, no Km 513
BR-262, em Igaratinga, no Centro-Oeste - bloqueio total. São liberados apenas veículos de passeio, com carga viva ou medicamentos.
BR-040, em Conselheiro Lafaiete - bloqueio parcial


Em Medianeira, na região oeste, cerca de 200 trabalhadores fecham os dois sentidos da BR-277, na altura do km 667, desde as 7h. Somente veículos de emergência estão sendo liberados. A mesma situação ocorre em Apucarana, no km 670, e em Califórnia, no km 252.

BR-277, km 340, Guarapuava - bloqueio total

BR-277, km 667, Medianeira - liberada
BR-376, km 245, Apucarana - bloqueio parcial
BR-376, km 252, Califórnia - bloqueio total
BR-376, km 111, Paranavaí - bloqueio parcial
BR-376, km 133, Nova Esperança - bloqueio parcial
PR-280, km 175, Clevelândia - bloqueio total


BR-116 (Via Dutra), em Barra Mansa, bloqueio parcial.


Na BR-304, o grupo queimou pneus contra a cobrança de pedágios e contra o governo federal. Os carros começaram a passar pela marginal da rodovia. A PRF está no local para controlar o trânsito.
BR- 304, km 52, entre Assu e Mossoró - bloqueio parcial.

Os motoristas se concentram em postos de combustíveis em rodovias federais e estaduais. Alguns pontos têm bloqueios parciais. Outros tiveram interdições devido à queima de pneus. Um caminhão foiapedrejado próximo ao protesto na BR-116.

ERS-122, km 68, em Caxias do Sul - concentração no acostamento

RSC-287, km 104, em Santa Cruz do Sul - concentração no acostamento
BR-386, km 245, em Soledade - concentração no acostamento
BR-285, km 273, em Mato Castelhano - concentração no acostamento


Manifestantes bloqueiam a SC-486, no Vale do Itajaí. Um caminhão contêiner atravessado na pista impossibilita o tráfego de cargas. Em São Bento do Sul, na BR-280, os caminhoneiros estão sendo abordados pelos manifestantes para permanecer no acostamento e aderir ao movimento.

BR-280, em São Bento do Sul - concentração no acostamento

SC-486, km 21, entre Brusque e Itajaí - bloqueio total


A manifestação realizada por caminhoneiros fecha as pistas expressa e central da Marginal Tietê no sentido Rodovia Ayrton Senna. O comboio está na altura da Ponte da Casa Verde. Devido ao protesto, os motoristas enfrentam 5,5 km de congestionamento desde a Ponte do Piqueri.



BR-153, em Colinas dos Tocantins, bloqueio total.




Caminhoneiros preparam paralisação a partir de segunda e cobram renúncia de Dilma

Mobilização é feita por fora de sindicatos, que se mostram contrários à paralisação na segunda.

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Convocados pelo Comando Nacional do Transporte, caminhoneiros autônomos irão iniciar greve por tempo indeterminado na próxima segunda-feira, com pretensão de atingir todo o país. A pauta não traz reivindicações da categoria. As lideranças assumem publicamente que o objetivo é pressionar pela renúncia da presidente Dilma Rousseff.

Integrantes do movimento dizem que a lista de reivindicações permanece a mesma apresentada em fevereiro, quando houve uma greve de caminhoneiros que gerou problemas logísticos, ameaças de desabastecimento e terminou, já em março, em confronto da Força Nacional e da Polícia Rodoviária Federal com os motoristas em Camaquã.

— A nossa pauta do transporte existe e não foi atendida. Alguns pontos dela são redução do preço do óleo diesel, criação da tabela do preço mínimo do frete, carência de 12 meses para quem tem financiamento de caminhão no BNDES (no total, são 10 reivindicações). Agora, a pauta é a deposição da presidente — explicou Fábio Luis Roque, caminhoneiro de Santa Rosa e liderança do Comando Nacional do Transporte.

Um dos principais líderes, Ivar Schmidt, de Mossoró (RN), foi enfático em um vídeo de convocação à greve publicado na página do movimento no Facebook, com mais de 28 mil curtidores.

— A nossa principal reivindicação é a saída da Dilma Rousseff — disse Schmidt.

Eles admitem ter uma "aliança" com grupos anti-Dilma como Vem Pra Rua, Brasil Livre, Avança Brasil e Revoltados On Line.

A ideia é deslocar parte dos veículos, sobretudo do Distrito Federal e de Goiás, para Brasília até o próximo dia 15. Os caminhoneiros pretendem se juntar a manifestantes que estão acampados na capital federal para pressionar pelo impeachment ou pela renúncia. 

Como a organização é por fora dos sindicatos, por meio de uma rede de contatos de Facebook e WhatsApp, é difícil estimar a adesão. Alguns profissionais estão divididos.

— Achamos que não dá para ir à estrada sem uma pauta da categoria, somente para pedir impeachment. Vamos atender a solicitação do comando em parte. Ficaremos parados em casa e veremos o que vai acontecer — explicou o caminhoneiro Odi Antônio Vani, de Palmeira das Missões.

RS poderá ter 10 pontos de concentração

Roque estima que, na segunda-feira, o Rio Grande do Sul deverá ter pelo menos 10 pontos de concentração de caminhões em estradas. Soledade e Santa Rosa serão locais de protesto. As outras cidades são mantidas em sigilo pelos organizadores. O caminhoneiro reconhece que a maioria dos motoristas vai paralisar as atividades com a opção de ficar em casa.
A expectativa é de que transportadoras também se agreguem.

Sindicatos e federações da categoria são contrários à greve.

— Pelo o que percebemos, alguns infiltrados estão usando o caminhoneiro para instigar um golpe de Estado, querem derrubar o governo — afirma André Costa, presidente da Federação dos Caminhoneiros Autônomos do RS e de SC.

Há um clima de incerteza sobre a dimensão que a iniciativa poderá tomar.

— Os sindicatos não estão envolvidos com isso, não temos nada a ver com isso, mas a situação do caminhoneiro é a pior possível. Os fretes caíram 30%, o óleo diesel subiu três vezes, os pedágios cresceram 15%. Para quem está desesperado, é imprevisível. Já tem muito caminhão parado por falta de carga, e os fretes oferecidos não cobrem os custos — avalia Nélio Botelho, do Movimento União Brasil Caminhoneiro. 

O governo federal monitora, preocupado com a possibilidade de agitação política em momento de enfraquecimento do impeachment no Congresso. Outro alerta soa no Palácio do Planalto com a hipótese de ampliação da crise econômica caso ganhe força a paralisação no transporte de cargas.

— A maior parte dos sindicatos é contra a greve e vemos nisso um movimento que efetivamente tem viés político muito forte. Estamos acompanhando a movimentação dentro daquilo que costumamos fazer — afirma o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo. 

Mudança nas reivindicações

Pauta da greve de segunda-feira
- Renúncia da presidente Dilma Rousseff

Pauta dos caminhoneiros independentes apresentada na greve de fevereiro
- Redução do óleo diesel
- Criação de tabela com valor mínimo de frete
- Anulação das multas aplicadas a caminhoneiros na greve de fevereiro de 2015
- Reserva de mercado de 40% nas cargas em que o governo é agente pagador
- Refinanciamento bancário
- Respeito às decisões do Fórum do Transporte, criado neste ano
- Liberação de crédito de R$ 50 mil com juros subsidiados para transportadores autônomos
- Aposentadoria com 25 anos de contribuição
- Salário unificado em todo o território nacional
- Fator previdenciário permanecer em 1% para as empresas de transporte de cargas.




Paralisação de caminhoneiros preocupa setor portuário

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A paralisação nacional dos caminhoneiros, prevista para a próxima segunda-feira (9), preocupa empresários e autoridades do Porto de Santos. Há o temor de que bloqueios nas estradas impeçam a chegada de mercadorias no cais santista e motoristas sejam ameaçados.
Os caminhoneiros se juntaram a, pelo menos, quatro movimentos sociais que se organizam pela internet. Eles pedem, entre outras coisas, a redução do preço do óleo diesel, a criação de um frete mínimo e a renúncia da presidente Dilma Rousseff e de sua equipe. A aposentadoria dos profissionais após 25 anos de contribuição e a liberação de linhas de financiamento para veículos também estão entre os pedidos da categoria.
O movimento é organizado na página do Comando Nacional do Transporte, no Facebook, que conta com mais de 26 mil pessoas. “Essa decisão do nosso movimento se ampara, principalmente, no fato de que o Governo não atendeu reivindicações fáceis de serem atendidas, como, por exemplo, a anulação das multas referentes à manifestação passada, bastando pra isso no máximo 15 minutos de boa vontade da Presidência e do Ministro da Justiça. Provaram que não se importam com nossa categoria, que já esta massacrada pelos exploradores dos grandes grupos multinacionais”, diz um comunicado.
Apesar da movimentação nacional, em Santos, o Sindicato dos Transportadores Rodoviários Autônomos de Bens da Baixada Santista e Vale do Ribeira (Sindicam) não pretende participar do manifesto. A informação é do consultor portuário Sérgio Aquino.
“Não é um movimento local. As lideranças locais não estão envolvidas. É um momento delicado, de queda na movimentação de cargas, em que qualquer movimento prejudicaria o segmento e os próprios trabalhadores”, destacou Aquino.
De acordo com o secretário municipal de Assuntos Portuários e Marítimos de Santos, José Eduardo Lopes, havia a preocupação com uma manifestação de caminhoneiros ontem. Mas protestos ocorreram apenas em Guarujá, por conta de uma disputa comercial.
“Desde que (o movimento) foi anunciado, procuramos conversar com todo mundo. Nossa orientação é procurar antever qualquer problema, evitando impactos para a Cidade. E, se houver, que sejam mínimos, breves e localizados”, afirmou Lopes.
Preocupação
“O Sopesp (Sindicato dos Operadores Portuários) vê com preocupação o movimento nacional anunciado pelos caminhoneiros, em especial no que se refere ao transporte de cargas no Porto de Santos, o que poderá afetar as operações portuárias, e espera que as autoridades competentes encontrem uma solução ao caso”, destacou o presidente da entidade patronal, Roberto Teller.
Já o presidente do Sindicato das Empresas de Transporte Comercial de Carga do Litoral Paulista (Sindisan), Marcelo Marques da Rocha, aguarda, com preocupação, mais informações sobre a paralisação de segunda-feira. Para ele, há o temor do bloqueio de estradas e, também, de que motoristas sofram algum tipo de violência.
“Pode ser que algumas transportadoras optem por não colocar caminhões na rua para não serem depredados. Mas, por enquanto, o que temos são muitos boatos”, afirmou.
Procurada, a Companhia Docas do Estado de São Paulo (Codesp) informou, através de sua assessoria de imprensa, que a Guarda Portuária (Gport) aguarda a confirmação do movimento. Caso ele realmente aconteça, a corporação deve reforçar o efetivo e direcioná-lo para pontos estratégicos do cais santista.
Fonte: A Tribuna