Caminhoneiros descontentes com a atual situação do transporte rodoviário no país, que hoje tem fretes defasados em mais de 20%, rumam a Brasília para começarem uma manifestação visando a aprovação em caráter de urgência do projeto de lei 528 de 2015, dos deputados Assis do Couto (PDT/PR) e Celso Maldaner (PMDB/SC), e que está parado no Senado Federal.
O projeto tem como principal objetivo a criação da Política de Preços Mínimos do Transporte Rodoviário de Cargas, que visa estabelecer um valor mínimo para os fretes rodoviários, que hoje tem sido cada vez mais reduzidos devido à grande oferta de caminhões. O impulsionamento das vendas por meio do governo via BNDES criou uma bolha, com um excesso de caminhões nas estradas, e que hoje, pelo enfraquecimento da economia, faz com que os preços dos fretes estejam em patamares mínimos.
Houve uma falta de planejamento de longo prazo, que deveria ter sido feito pelo governo, para evitar tal situação. Algo parecido aconteceu nos Estados Unidos em 2008, com a bolha imobiliária. O governo facilitou a compra de imóveis, o que acabou por fim a iniciar uma crise no país que afetou o mundo todo.
A ideia dos caminhoneiros é se agruparem em Brasília e pressionarem os senadores para aprovação do projeto de lei. Em teoria, esse projeto teria que ser aprovado antes da colheita da safra, para reduzir os prejuízos dos transportadores. Hoje, com a atual situação, há transportadoras com mais de 50% da frota parada por falta de fretes, e os caminhoneiros autônomos estão rodando sem nenhum lucro.
As manifestações estão sendo coordenadas por Gilson Baitaca, que é vereador em Lucas do Rio Verde-MT, que também faz parte da coordenação do Movimento Independente União do TRC. Por meio de um áudio, Gilson convoca os caminhoneiros a rumarem para Brasília, ou, caso não possam, promover manifestações em suas localidades. OS caminhoneiros irão se reunir no estadio Mané Garrincha. As manifestações tem caráter pacífico, em as rodovias poderão ser fechadas entre as 7hs às 11h da manhã e das 13hs às 17hs da tarde.
Em 2015 e 2016, manifestações de caminhoneiros organizadas pelas redes sociais, sem apoio de sindicatos, pararam as principais rodovias do país por vários dias. Após as greves, o governo prometeu aos transportadores à aprovação de várias medidas visando melhorar a situação do transporte rodoviário. Mas pouco de efetivo tem sido feito e a crise no transporte só tem piorado.
A única lei que foi realmente aprovada é a que pune os caminhoneiros de fecharem as estradas com seus veículos. Essa lei cria vários obstáculos aos caminhoneiros, que além da multa, ficam proibidos de receberem incentivos fiscais ou financiamentos do governo.
Na semana passada, caminhoneiro iniciaram uma greve em Sorriso-MT, por causa dos baixos valores dos fretes.
Fonte: Blog Caminhoneiro
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