Sem acordo, caminhoneiros seguem em greve em cidades portuárias de SC


Os caminhoneiros autônomos que fazem o transporte de contêineres de quatro cidades portuárias de Santa Catarina continuavam em greve até a noite desta quarta-feira (22). Cerca de 2 mil trabalhadores pedem reajuste no valor pago pelo frete, mas não houve acordo com o sindicato das empresas. A greve ocorre em Itajaí, Navegantes, no Litoral Norte, Itapoá, no Norte, e Imbituba, no Sul.

Das quatro cidades onde a categoria está em greve, a adesão maior é em Itajaí. O sindicato dos trabalhadores calcula que 80% dos caminhoneiros autônomos estejam parados. Esses profissionais são contratados por transportadoras que prestam serviços para empresas que operam nos portos.

Por enquanto, os portos não sentiram reflexos da greve porque os trabalhadores que não aderiram estão prestando serviço. Porém, o presidente do Sindicato das Indústrias da Carne e Derivados no Estado de Santa Catarina  (Sindicarne), disse que a paralisação prejudica esse setor. “Não estão deixando passar. Estão quebrando os rótulos, com isso o produto precisa voltar pra inspeção, precisa reexaminar. É lamentável, com tantos problemas, essa falta de percepção”, disse Ricardo Gouvêa.

Negociações
A greve começou em 2 de março. Três dias depois, voltaram a trabalhar porque as empresas disseram que iriam negociar. Na segunda (20), pararam novamente porque ainda não houve acordo.

Os motoristas autônomos comparam o que recebem com o que é pago em outras cidades portuárias, como Santos, em São Paulo. Pedem um reajuste de 30% no valor do frete. Mas as empresas dizem que estipular uma tabela de valores pode caracterizar formação de cartel. E o sindicato delas alega que a reivindicação é absurda.

“Esses 30% não vão ser aceitos por ninguém. Nem por nós, nem pelo próprio embargador, pelo cliente. Isso é fora de cogitação, 30% de reajuste no mercado que nós estamos enfrentando hoje”, disse o presidente do Sindicato das Empresas de Veículos de Transporte de Carga e Logística de Itajaí e Região (Seveículos).

Atualmente, para fazer um percurso de 15 quilômetros, por exemplo, o caminhoneiro ganha R$ 90. Algumas empresas já aceitaram pagar 15% a mais.

“Hoje, a gente não está conseguindo receber nem para manter o caminhão. O que a gente consome do insumo do caminhão, óleo, pneu, manutenção, impostos, a gente não está conseguindo receber isso no frete. Não tem como”, disse o transportador autônomo Janderson Maçaneiro.

Fonte: G1




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