Caminhoneiros encerram protestos e liberam rodovias em todo o país

O trânsito na Rodovia Presidente Dutra (BR-116) voltou à normalidade após compromisso dos caminhoneiros autônomos de encerrar protesto que bloqueou trechos da rodovia, principal ligação entre São Paulo e Rio de Janeiro, desde a tarde do último domingo. No Espirito Santo, porém, a BR 101 segue bloqueada em trechos das cidades de Iconha, Atílio Vivácqua e Rio Novo do Sul. Apenas o trecho de Viana-Cariacica foi liberado.

O trecho sul fluminense da Dutra começou a ser liberado pelos caminhoneiros na madrugada de hoje, mas a pista sentido Rio de Janeiro, na altura de Volta Redonda, está com uma grande retenção devido a caminhões que apresentaram defeitos mecânicos durante sua retirada da pista, depois do término da manifestação. Por causa disso, há um engarrafamento de 25 km na via. No Rio Grande do Sul e no Paraná, o trânsito flui normalmente nas principais pistas.

Em reunião com o governo na terça-feira, os caminhoneiros autônomos se comprometeram a liberar gradualmente as estradas do País, segundo informações divulgadas pelo Movimento União Brasil Caminhoneiro (MUBC). De acordo com o comunicado, em contrapartida, o governo promete negociar com a categoria.

Será instaurada mesa de negociação com os caminhoneiros para discutir as reivindicações da categoria, que envolvem a jornada de trabalho com pausas obrigatórias para descanso e o cartão-frete. As negociações serão iniciadas no próximo dia 8 e deverão chegar em resoluções no prazo de 30 dias. O objetivo é dar mais tempo para que os caminhoneiros se acostumem com as novas regras.

Apesar da alternativa encontrada pelo governo federal, o ministro ressaltou que a lei não será revogada. Para o presidente do MUBC, a solução para o impasse pode ser a separação das jornadas - de curta e longa duração - e adequação do descanso à carga horária. Também foi definida na reunião a suspensão da emissão de novos cadastros no Registro Nacional de Transportadores Rodoviários de Carga (RNTC). 

Na prática, a norma ampliava a variedade de condutores que poderiam atuar na função, o que de acordo com entidades de caminhoneiros, aumentou em 600 mil o número de transportadores e teria elevado a oferta e diminuído o valor do frete. 
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