Após dois graves acidentes envolvendo um total de cinco caminhões,
nesta madrugada, na altura do Km 220 da Via Dutra, em Guarulhos (SP), o
presidente da Associação Brasileira dos Caminheiros (ABCAM), Claudinei
Pelegrini, lamentou o ocorrido e pediu a aplicação mais severa da
recente lei de regulamentação para a prevenção de acidentes como os que
mataram pelo menos uma pessoa nesta sexta-feira (8).
“É lamentável que isso continue acontecendo em nossas estradas. É
bem provável que esse motorista estivesse rodando há várias horas. E só o
registrador do veículo vai poder confirmar isso”, declarou Pellegrini.
Datada de 30 de abril de 2012, a Lei 12.619 estabeleceu novas
regras para o exercício da atividade. O texto afirma que para cada
quatro horas na estrada é obrigatório que o motorista faça uma pausa de,
no mínimo, 30 minutos.
“Essa lei melhorou as condições de trabalho do caminhoneiro, que
antes passava 12, 24, 36 horas rodando direto. Eu mesmo, num passado não
tão distante, cheguei a ir de São Paulo a Belém sem dormir (cerca de
2.900 Km)”, lembra Pelegrini, que completou: “Quem vê de fora pode achar
pouco, mas 30 minutos é o tempo suficiente para que ele volte à razão e
a perna pare de formigar depois de ficar muito tempo na mesma posição”.
Segundo o presidente, o trabalho de prevenção de acidentes é feito
investindo na capacitação dos motoristas nas áreas de primeiros
socorros, direção defensiva, e de cursos obrigatórios para habilitar o
transporte de determinados tipos de carga.
"Todos os motoristas profissionais, autônomos ou contratados, têm
que fazer cursos de capacitação e especialização, que variam conforme o
tipo de carga que carregam. Tais capacitações fazem parte dos deveres do
motorista profissional, que, inclusive trata de sua responsabilidade
quanto ao estado do veículo e da carga transportada".
Pelegrini afirmou ainda que a lei precisa de alterações e destacou o
trabalho da Polícia Rodoviária Federal para que mais vidas sejam
salvas.
“Com o tempo, a lei deve sofrer alterações. É preciso aparar
arestas necessárias e adaptá-la à realidade brasileira e de nossas
estradas. A Polícia Federal vem fiscalizando quem está rodando sem
parar, quem está rodando com excesso de carga… Isso é bom. É necessário
que se faça uma fiscalização cada vez mais pesada para evitar outros
casos assim se repitam”.
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