Região do Alto Tietê registrou 151 casos em 2013.
Fazer paradas em locais vigiados é uma das dicas da Polícia Rodoviária.
“Está muito perigoso. Já teve colega que foi assaltado na Estrada da Pedreira. A gente fica de mãos atadas. Na maioria das vezes, não conseguimos fazer outros caminhos. É complicado”. A declaração é de José Gomes, que trabalha como caminhoneiro em Mogi das Cruzes. Os casos de roubo a estes motoristas têm se repetido na cidade e na região, sempre com o mesmo roteiro: a vítima é rendida na estrada, levada para um cativeiro e libertada horas depois, quando veículo e a carga já desapareceram.
Dados da Secretaria Estadual de Segurança Pública apontam que em todo o ano de 2012 foram registrados 12 casos de roubo de carga em Mogi das Cruzes. Neste ano, apenas de janeiro a setembro, já ocorreram 17 crimes deste tipo. Todo o Alto Tietê já soma 151 registros de roubo de carga em 2013. Cortada pela Rodovia Ayrton Senna, a cidade de Itaquaquecetuba lidera o ranking regional com 49 casos.
Prestador de serviço para uma empresa em Mogi das Cruzes, o caminhoneiro Ezequiel Cardoso recorda outro local em que os motoristas passam com atenção redobrada. “No final da Mogi-Dutra, próximo de Arujá, tem um trecho com várias lombadas em seguida. O motorista tem que passar devagar e é nessa hora que os assaltantes abordam. É sempre de madrugada. Todo mundo teme pela vida.”
Dicas de segurança
O G1 vem noticiando os casos de roubo a caminhoneiros na região. O último aconteceu em 31 de outubro e acabou na prisão em flagrante de três homens no limite entre Itaquaquecetuba e Guarulhos. Segundo a polícia, os suspeitos renderam o motorista e o ajudante quando eles saíam de um posto de combustíveis. Uma testemunha percebeu a ação e acionou os policiais. O caminhão foi recuperado e as vítimas libertadas.
Uma das abordagens mais corriqueiras acontece quando o motorista de um carro em movimento avisa ao caminhoneiro que sua carga está caindo na pista. Foi o que aconteceu com Laerte da Rocha. Ele conta que já sofreu uma tentativa de roubo em Mogi das Cruzes. “Eu estava na Mogi-Dutra, umas 18h, e homens em dois carros disseram que a minha carga estava caindo e queriam que eu parasse. Mogi e São Paulo são as piores cidades para os caminhoneiros trabalharem por causa dos roubos.”
A Polícia Rodoviária afirma que tem conhecimento dos casos e vem intensificando suas operações. O tenente Marcos Douglas Guillon Pinto dá algumas dicas que podem livrar o motorista de sofrer um roubo. “O condutor não deve parar seu veículo e sim procurar sair daquele local e parar em um lugar seguro. Pode ser um comércio com grande movimentação de pessoas, uma base da Polícia Rodoviária, locais próximos de viaturas. É importante o caminhoneiro ligar para o telefone 190 da Polícia Militar e, se tiver condições de informar, também deve passar as características do veículo suspeito e de seus ocupantes.”
O tenente também orienta sobre o que fazer caso os ladrões consigma render o caminhoneiro. “Nesses casos o condutor nunca deve reagir para não colocar sua vida em risco. Tão logo seja liberado, ele deve comunicar imediatamente a Polícia Militar, passando as informações que conseguir. Não deve se esquecer de registrar o ato criminoso junto à delegacia, o que facilita o mapeamento dos locais de ações desse tipo de quadrilha.”
Conhecendo as rotas
Uma forma de se prevenir dos roubos é conhecer bem o caminho a percorrer. Dono de uma transportadora de Mogi das Cruzes, Dario José da Silva Júnior afirma que está preocupado com a onda de roubos. “Não tivemos problema de prejuízo e roubo não, mas estamos nos precavendo dessa situação. Eu sempre percorro com um caminhão as rotas novas que vamos fazer para montar uma avaliação da estrada e repassar aos meus motoristas”, conta.
O último trecho que Dario percorreu foi da Rodovia Carvalho Pinto, no caminho para a cidade de Guaratinguetá. “Percebi que faltam postos de gasolina com suporte para os caminhoneiros. Eu costumo anotar os quilômetros em que tem postos da polícia rodoviária e outros pontos de apoio para passar às pessoas que prestam serviço para mim”, explica.
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