Sest/Senat faz exames em caminhoneiros no noroeste paulista

Campanha de saúde tem apoio da Polícia Rodoviária Federal na região.

Segundo pesquisa, 68% dos caminhoneiros estão acima do peso.


Uma pesquisa do setor de transportes constatou que apenas dois de cada dez caminhoneiros cuidam da saúde. Para mudar essa realidade e estimular que esses profissionais façam exames preventivos, a Polícia Rodoviária Federal em parceria com o Sest/ Senat realizam campanhas nas estradas da região noroeste paulista.
Jair Vascão é caminhoneiro há 28 anos e a vida dele é percorrer estradas e fazer entregas por todo o Brasil, mas em uma dessas viagens passou por um susto ao ter um princípio de infarto. “Estava descendo uma avenida e comecei a passar mal, achei que era estômago, e começou a escurecer a vista. Na hora estacionei o caminhão e procurei um hospital e disseram que era principio de infarto”, afirma o caminhoneiro.
O descuido com a saúde entre os caminhoneiros é mais comum do que se imagina. “Não me cuido como deveria, até porque não tem tempo, a gente tem vida corrida, agitada, carga de trabalho é grande”, diz o caminhoneiro Fábio del Canali.

Por isso, a Polícia Rodoviária Federal incluiu um novo item a ser verificado nas estradas. Além das condições do caminhão e a documentação do veículo, a saúde dos motoristas também é avaliada. O objetivo é identificar possíveis doenças que possam interferir na atividade deles.
Os comandos da saúde feitos pela Polícia Rodoviária Federal em parceria com o Sest/Senat mostram resultados preocupantes. Os dados apontam que 68% dos caminhoneiros entrevistados estão acima do peso, 39% trabalham com carga horária excessiva e 12% fazem uso de medicamentos impróprios. “Os resultados apontam o estilo de vida do motorista, sempre sem tempo, não cuida da pressão arterial, do seu estresse, e isso pode ocasionar problemas sérios na vida e na própria rodovia”, afirma Micheli Zanini, coordenadora do Sest/Senat de Rio preto.
De acordo com o especialista em medicina do trabalho Wilson Custódio o descaso com a saúde começa muitas vezes na admissão do empregado. “A gente percebe que a cultura determinante é o maior cuidado com a máquina. A avaliação do motorista é com a técnica e não com a saúde dele”, afirma.


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