MDIC recebe projeto para renovação de frota


Dez entidades envolvidas com a fabricação e venda de caminhões, implementos e o transporte rodoviário de carga apresentaram, em conjunto, proposta para o estabelecimento do Programa Nacional de Renovação de Frota. O projeto foi entregue ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) na segunda-feira, 25, em Brasília. Na abertura da Fenatran ao público, em 28 de outubro, a secretária de Desenvolvimento da Produção do MDIC, Heloísa Menezes, já havia anunciado que o governo se empenhava na definição de um programa desse tipo. 

Há décadas são apresentados projetos sobre o assunto ao governo federal, provenientes de várias entidades e com modelos diferentes. Pela primeira vez, porém, todas se reuniram para estabelecer diretrizes básicas da renovação e melhoria da frota brasileira.

Dez entidades participaram da elaboração do estudo: Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Confederação Nacional do Transporte (CNT), Federação Nacional da Distribuição de Veículos Automotores (Fenabrave), Instituto Aço Brasil, Instituto Nacional das Empresas de Sucata de Ferro e Aço (Inesfa), Associação Nacional do Transporte de Cargas e Logística (NTC&Logística), Sindicato Interestadual da Indústria de Materiais e Equipamentos Ferroviários e Rodoviários (Simefre), Sindicato das Empresas de Sucata de Ferro e Aço (Sindinesfa), Sindicato Nacional da Indústria de Componentes para Veículos Automotores (Sindipeças) e Sindicato dos Metalúrgicos do ABC (SMABC). 

A primeira etapa do programa será destinada aos caminhões. Atualmente, cerca de 200 mil caminhoneiros dirigem veículos acima de 30 anos. Historicamente, motoristas autônomos têm dificuldade para obter crédito. De acordo com a proposta do programa, esses profissionais autônomos poderão negociar seu veículo antigo e adquirir um novo ou seminovo. 

Um dos pontos em que o programa se apoia é a segurança. Os caminhões antigos representam 7% da frota total de veículos e estão envolvidos em 25% dos acidentes graves. Os congestionamentos causados por quebras ou acidentes geraram em 2012 custos de R$ 4,9 bilhões ao Instituto Nacional do Seguro Social (INSS) e ao Sistema Único de Saúde (SUS). 

O programa também resultará em melhoria da qualidade do ar. Entre um caminhão com mais de 30 anos e um moderno, com tecnologia atualizada de controle da poluição, há uma redução de 87% nas emissões de carbono, 81% nas de hidrocarbonetos, 86% nas de óxido nitroso e 95% nas de materiais particulados. Adicionalmente, os caminhões novos (já dentro dos padrões de emissões Proconve P7) consomem cerca de 10% menos diesel do que aqueles acima de 30 anos. Feitas as contas, o Brasil economizaria cerca de R$ 5 bilhões em dez anos na balança comercial, apenas com a redução da necessidade de importação do combustível. 

Outra vertente ambiental se refere ao destino dos veículos que sairão de circulação. Eles devem passar por processo de reciclagem para reaproveitamento ou descarte correto de componentes como aço, ferro e resíduos líquidos. O Programa Nacional de Renovação de Frota prevê a substituição de aproximadamente 30 mil unidades por ano durante dez anos.

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MAN Latin America começa nesta semana uma nova campanha publicitária nos principais jornais e rádios do Rio de Janeiro. O anúncio destaca a taxa de 0,49% ao mês oferecida aos frotistas fluminenses na compra de caminhões novos graças ao Programa de Incentivo à Renovação, Modernização e Sustentabilidade da Frota de Caminhões do Estado do Rio de Janeiro, lançado em 2013.
O objetivo do programa é reduzir a idade média dos caminhões do Estado, que hoje é de 17,1 anos, para 12 anos até 2018. Para isso, o governo estimulará com incentivos fiscais a destruição de 40 mil caminhões, cerca de um terço da frota registrada no estado. Esses veículos deverão ser transformados em sucata nas recicladoras credenciadas — as siderúrgicas Gerdau e Votorantim.
Ao dar fim ao caminhão antigo, o caminhoneiro autônomo ou frotista obterá um “certificado de destruição” que o habilitará a comprar, em concessionárias e fabricantes de caminhões do Rio, um veículo novo com isenção de Imposto Sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS). O valor de face do certificado não poderá ser inferior a 7,8% do valor do caminhão novo. O proprietário do veículo também terá o direito a utilizar um crédito, equivalente a 12% do valor do caminhão novo, para abater, em 48 parcelas, o ICMS a ser pago sobre as atividades do caminhão no estado.
“Esperamos com esse conjunto de ações garantir significativo incremento nas vendas do Rio de Janeiro, auxiliar na renovação de frota e contribuir para a melhoria no transporte de carga, segurança e qualidade de vida dos motoristas”, diz Ricardo Alouche, vice-presidente de Vendas, Marketing e Pós-Vendas da MAN Latin America.




Prova teórica para a CNH ficará mais educativa

O exame teórico para emissão da Carteira Nacional de Habilitação (CNH) vai ficar menos “decoreba” e mais educativo em São Paulo. O Departamento Estadual de Trânsito (Detran) decidiu modificar a forma como são feitas as perguntas aos candidatos a motorista no Estado e, pela primeira vez, vai abrir para consulta o novo banco de questões com os mil quesitos que serão usados na aplicação dos testes para quem vai tirar a 1.ª habilitação. As mudanças devem passar a valer em um mês.
Na prática, em vez de responder qual o nome oficial de uma placa de trânsito, por exemplo, o futuro motorista terá de escolher entre as alternativas qual a forma correta de proceder diante daquela sinalização. Para o Detran, o novo método deve acabar com as queixas de “pegadinhas” nas questões, ampliar o caráter educacional do exame e aumentar o índice de aprovação na primeira tentativa, que hoje é de 60%.
“Nosso objetivo é ampliar o caráter educacional do processo de habilitação. Para o Detran, a forma de perguntar induz a maneira de ensinar. Se perguntamos de outra maneira isso vai exigir ensinar de outra maneira. É mais possível que tenha um aproveitamento melhor do que um aumento do índice de reprovação”, afirmou a gerente da Escola Pública de Trânsito do Detran, Rosana Néspoli, que apresentou a reformulação ontem a órgãos, entidades e especialistas do setor em São Paulo.
Pelo cronograma, as novas questões serão aplicadas a partir do dia 28 de fevereiro nas 40 cidades do Estado, incluindo a capital, em que o exame teórico já é eletrônico. Na semana que vem, os instrutores de autoescolas desses locais serão instruídos sobre as modificações. A meta é implementar até o fim de março o modelo também nas regiões onde os exames são feitas em versão impressa. A partir do dia 17, o Detran deve divulgar em seu site o banco de questões para que os candidatos consultem e façam simulados antes da prova.
“Por que temos de tornar sigiloso um banco de questões se o que nós queremos é que as pessoas saibam de tudo? Não há competição entre candidatos, como em um vestibular. O exame não á classificatório. Nossa máxima é: quem demonstrar que sabe, passa”, disse Rosana. A divulgação das novas perguntas, que foram formuladas em parceria com a Fundação Vanzolini, instituição mantida por professores da Escola Politécnica da USP, deve acabar com a venda de apostilas de estudo pelas autoescolas.
Estímulo. Para o vice-presidente do Sindicato das Autoescolas de São Paulo, Moisés Bicalho, as mudanças no exame teórico são bem-vindas e vão estimular mais pessoas a tentar tirar a CNH. “Tem muita gente que não tem habilitação porque tem medo de reprovar. Além de aumentar o número de candidatos, vamos ter motoristas mais conscientes”, disse Bicalho. Só no ano passado, o Detran emitiu 790.716 permissões para dirigir (1.ª habilitação), 157.371 apenas na capital.
O consultor em segurança de trânsito Philip Gold também aprovou no novo método, mas sugeriu ao Detran que as provas sejam aplicadas também aos instrutores das autoescolas e aos agentes de trânsito da Companhia de Engenharia de Tráfego (CET) para avaliar a capacidade dos formadores e dos fiscais de condutores. “Se eles não acertarem 100% das questões, é sinal de que precisam ser requalificados ou que as perguntas devem ser reavaliadas”, disse.
Já o engenheiro de trânsito Horácio Figueira sugeriu que o Detran faça um acompanhamento posterior com os motoristas para comparar o nível de perda de conhecimento entre os aprovados no novo teste com os que passaram pela avaliação anterior a partir de dados como infrações recebidas e incidentes no trânsito.
“Desta forma, veremos a eficácia dessa mudança e a necessidade de possíveis revisões. Porque o grande desafio não é apenas formar bons motoristas, mas também reduzir o número de acidentes”, disse.

Fonte: Estadão



Frete, caminhão novo e estradas melhores

Neste mundo de incertezas não existem receitas e nem fórmulas para sabermos como será o ano de 2014. Existe apenas a oportunidade de um recomeço, a chance de fazer tudo aquilo que foi deixado para trás no ano que passou. Uma nova jornada que se inicia rumo à felicidade e conquistas, tanto pessoais quanto profissionais. Sem querer pintar um quadro pessimista, a realidade é que para o carreteiro autônomo é difícil planejar. Em um mês tem carga o suficiente para sua sobrevivência, enquanto que em outro a movimentação é tão fraca que o valor que recebido mal dá para sobreviver.
O carreteiro Edevigues Messias, de 49 anos e 15 nas estradas transportando carga seca em seu próprio caminhão, um modelo fabricado em 1983, reconhece que realizar os planos não é fácil. “Não planejo minha vida, o que tem de acontecer, acontece. Se eu puder comprar eu compro”, fala desacreditado de tudo, mas mesmo assim tem opinião de que a profissão de carreteiro é a que dá mais retorno.
Estudou até concluir o segundo grau dirige cerca de oito horas por dia, chegando a fazer até três viagens por semana sonha poder comprar um caminhão novo. “Por isso trabalho tanto, mas se o governo incentivasse nossa categoria, reduzindo os impostos, com certeza eu já estaria com o meu caminhão novo. O governo dá incentivo para os estrangeiros e empresários, mas para o carreteiro autônomo não”, reclama.
Sobre o ano que passou, não tem nada a reclamar, porém, não acredita em estabilidade econômica para 2014. “Se tiver saúde a gente enfrenta as dificuldades, mas do jeito que este País está indo acredito que vai estourar uma crise. Está claro que o Brasil precisa de uma reforma urgente”, opina. Lembra que este ano tem eleições e sugere se a presidente Dilma Roussef for reeleita, bem que ela poderia dar melhores condições para os carreteiros autônomos, incentivando a renovação da frota da categoria.
Em relação à Lei do Motorista, sancionada pelo governo federal, Edevigues diz não ter mudado muito sua rotina, pois percorre curtas distâncias e dorme em casa. Pensa que o governo não tinha que se intrometer em controlar horário de carreteiro e deveria fiscalizar mais as estradas e os motoristas drogados e alcoolizados que estão por aí. “Não estou falando somente dos carreteiros e sim de todos os motoristas que andam pelas estradas”, acrescenta.
Outro carreteiro, o baiano José Humberto de Oliveira Macedo, de 44 anos de idade, roda todo o Nordeste transportando, óleo de soja, polietileno e farelo de soja, leite, entre outros produtos, reclama que o ano de 2013 foi fraco demais. “No ano passado não tivemos muito frete. A concorrência está alta, além disso o cliente trabalha em cima de preço. Se a gente não tem preço, não roda. O mercado está bem complicado”, reclama.
Macedo explica que muitos carreteiros compraram caminhão com as linhas de financiamento disponíveis, e como precisam pagar as prestações aceitam frete a qualquer preço. “Vários empregados de transportadoras também se desligaram de suas empresas, compraram caminhão e estão disputando conosco, que estamos há muito mais tempo no mercado”, explica.

Ele chega a fazer duas viagens por mês com seu caminhão apelidado de Bob Esponja, fabricado em 2007. Casado e sem filhos, viaja sempre sozinho e chega a dirigir cerca de 10 horas por dia. “Gosto de sair bem cedinho, paro na hora do almoço e dirijo até por volta das 18 horas. Sempre pernoito em posto de combustível e durmo na cabine”, diz.
Insatisfeito com o valor do frete, José Humberto, não acredita que o ano de 2014 venha a ser bom para o setor. Por ser um ano em que a Copa do Mundo de Futebol será realizada no Brasil, ele não tem esperança que haja melhora no fluxo de carga. Segundo ele, se fosse para melhorar, com certeza já teria aumentado a movimentação de mercadorias. “Para nós, que rodamos nas estradas, pouco girou. Não acredito no aquecimento da economia por conta da Copa do Mundo”, opina. Lembra que o carreteiro tem de alimentar a família, manter o caminhão, pagar seguro, óleo diesel e muitos outros compromissos, por isso a vida do autônomo é uma bola de neve. “Vontade de trocar de caminhão a gente tem, a taxa de financiamento do Procaminhoneiro é até razoável, mas é muita burocracia para termos acesso. As portas não se abrem para nós como para outras categorias”, reclama.

Diz que 2013 foi um ano bom, mas quer esquecer 2012, ano em que roubaram seu caminhão. “Precisamos de mais segurança. Alguns postos de combustíveis cobram pedágio para estacionarmos, tomarmos banho, enquanto que em outros precisamos abastecer para ter estes benefícios. Mas, na realidade, nenhum oferece segurança”.
As estradas têm muito ainda que melhorar, principalmente no Nordeste. Segundo ele, as concessionárias responsáveis não têm competência alguma para cobrar pedágio, inclusive na Bahia, onde a malhar viária deixa muito a desejar. “Tem muito pedágio e nada em troca. Perdi um amigo na BR324 por falta de infraestrutura da rodovia”, fala desacreditado. José Humberto afirma que o Brasil é um País muito rico, mas existem muitas coisas que deveriam ser revistas, como por exemplo, a distribuição de renda. “O patrimônio é nosso e quem ganha dinheiro é a empresa de transporte que contrata a gente. Tá tudo errado”.
Lembra que as empresas de transporte de cargas exigem que os pneus estejam em condições de uso e segurança, o certificado do tacógrafo aferido, fundo do caminhão alto, documentação do veículo e do motorista em ordem, mas pela segurança dos carreteiros elas não se preocupam. “Enfrentamos estradas ruins e viajamos dia e noite para atender o prazo de entrega da carga no cliente, nos deparamos com prostituição, drogas, tudo. É uma profissão muito arriscada”, declara. Ele tem esperança de um dia voltar para a terra onde nasceu, no interior da Bahia.
Por isso os desejos do caminhoneiro para 2014 não são modestos, ele quer melhoria do setor, incentivo na troca de caminhão, segurança e conforto nos postos de combustíveis, fiscalização nas estradas em relação ao sobrepeso nos caminhões, entre outras coisas. “O governo deve desvendar os olhos e ver tudo isso aí”, conclui.
Já o jovem Genivaldo de Jesus, motorista de 28 anos de idade e nove na estrada, planeja terminar de pagar seu caminhão em 2014. Além de gostar da profissão e achar que é um sofredor, Genivaldo diz transportar tudo em seu caminhão, um modelo leve fabricado em 1998, desde cargas de alimentos, eletrônicos e móveis principalmente para o interior da Bahia e todo o Nordeste.
Afirma que durante a semana trabalha das 4 horas da manhã até às 22 horas. Diz que a Lei do Motorista ainda não está causando problemas para ele e que não roda mais que isso porque tem medo dos ladrões nas estradas. Dorme geralmente na cabine do caminhão e vai para casa nos finais de semana. Diz sofrer muito com a proibição da operação de carga e descarga nas cidades, por isso acaba sendo obrigado a parar para descarregar o caminhão em lugar proibido, e consequentemente, pagando diversas multas.
Genivaldo reclama que o ano de 2013 foi ruim por conta do alto custo do óleo diesel, principalmente no mês de agosto. “É tanta lei e impostos neste País. Temos de mudar isso. Quero em 2014 uma vida mais sossegada e tranquila”, afirma. Segundo ele, sua diversão é conhecer novos lugares. “Nasci dentro de um caminhão, meu pai é carreteiro. Minha vida é viajar e conhecer a cada dia um canto deste país tão grande. Apesar de estar trabalhando, dá para se divertir bastante, conhecer gente nova, enfim gosto muito do que faço”, finaliza.

Por falta de oportunidade de estudar, Milton Miranda, 35 anos de idade, se profissionalizou na estrada. Transportando cargas de tinta e polietileno entre Salvador e Recife em seu caminhão ano 78, ele, quando pode, leva sempre seu filho mais novo que é apaixonado por caminhão e adora viajar. “Se esta profissão for fazer meu filho feliz, não me oponho. Ele tem de seguir o coração dele”. Durante as férias escolares e nos finais de semana, o filho mais novo de Milton o acompanha. Além de ajudar o pai, faz companhia e lhe dá muito carinho. “Solidão não é fácil”, suspira o carreteiro.
Em 2014, ele espera que o valor do frete tenha uma melhora, para que os carreteiros fiquem mais estimulados. “Justamente por isso que tenho um caminhão fabricado no final dos anos 70. Nunca sobra dinheiro para investir. Se for para me afogar em financiamento não terei como pagar as prestações”, reconhece. Milton fala com o coração apertado que se seu caminhão parar de rodar vai procurar outra coisa para fazer, como por exemplo, dirigir ônibus. “Afinal de contas tenho uma família para sustentar”.
Diz que planeja sua vida e espera que este ano que se inicia seja melhor e que valha a pena viver nas estradas. “É muito gratificante ser carreteiro, porque transportamos tudo que as pessoas consomem. E, quanto mais viagens fazemos, mais dinheiro, conhecimento e amizade ganhamos. Isso é amor. A decepção é pelo valor do frete, mas o meu amor pela estrada é muito grande”, declara. Outro ponto destacado por ele para 2014 é referente ao maior cuidado que as autoridades devem ter para olhar para o setor de transporte, valorizando o trabalho do carreteiro autônomo. “Que tenhamos neste ano uma grande movimentação de carga e uma maior valorização de nossa categoria para podermos oferecer um melhor conforto para nossas famílias”. Milton não está muito satisfeito com a economia no Brasil, mas de acordo com as informações que ele tem sobre a economia mundial, o Brasil está bem melhor. “Hoje a gente tem o direito de reclamar, o que não podíamos fazer. Isso já é um grande passo”, comenta.
Ele acredita na estabilização da economia para este ano que se inicia e afirma que tem muita coisa a ser feita para melhoria do setor de transporte. “O maior absurdo em nosso setor é que a transportadora que nos contrata ganha mais do que a gente, sendo que o instrumento de trabalho é o nosso caminhão e a nossa mão de obra. Enquanto isso, as empresas ganham entre 60% e 70%, e nós, ficamos com o que sobra”, esbraveja.
Como se estes fatores não fossem o suficiente, o carreteiro afirma ter ainda que enfrentar as estradas que não estão boas e acabam oferecendo perigo, principalmente quando se roda pela madrugada. “Prefiro viajar à noite, quando a rodovia fica mais livre, o clima está mais fresco, além do desgaste do veículo ser menor e render muito mais”. No ano de 2013, seu caminhão teve vários problemas na caixa de marchas e no motor. Sua expectativa é que nada disso se repita em 2014.
Sua expectativa para este ano é que a vida melhore para ele poder comprar um caminhão novo e assim continuar desempenhando a profissão que tanto ama. “Estou perto da família, estou feliz. Tenho uma família boa, filhos maravilhosos, Deus tem me abençoado bastante e aproveito esta oportunidade para deixar uma mensagem para todos os carreteiros do Brasil: Que todos tenham fé em Deus, muito amor no coração e acreditem que há esperança de um mundo melhor, cheio de amor e paz”, conclui.
Fonte: Revista O Carreteiro - 471



MPT investiga excesso de jornada de motoristas nas estradas em MS

Mais de 40 inquéritos foram abertos pelo Ministério Público do Trabalho (MPT-MS) para investigar empresas suspeitas de descumprir a legislação que disciplina o intervalo de motoristas nas estradas. A regra está em vigor desde julho de 2012.
Pela lei, a jornada deve ser de oito horas por dia com uma parada de 30 minutos a cada quatro horas trabalhadas. Além disso, o motorista deve fazer uma hora de almoço e ficar 11 horas seguidas sem dirigir. Para estes trabalhadores, o principal problema em cumprir as regras é encontrar locais adequados para descansar.
No país são mais de 3,6 mil postos de combustíveis cadastrados no Ministério do Trabalho, mas estes estabelecimentos estão distribuídos de forma desigual. Em alguns trechos a distância entre os pontos de parada chega a 100 quilômetros.
Segundo a Polícia Rodoviária Federal (PRF), de cada dez motoristas de ônibus e caminhões, pelo menos três descumprem a lei. Para a corporação, os acidentes são as principais consequências da infração.
Conforme a PRF, em 2013, 39 pessoas morreram nas estradas de Mato Grosso do Sul em acidentes que envolveram ônibus ou caminhões. Em 2012 foram 20 mortes registradas.
Quem for flagrado descumprindo a jornada de trabalho tem que cumprir imediatamente o tempo de parada. O motorista é multado em R$ 127 e perde cinco pontos na Carteira Nacional de Habilitação (CNH) e empresa empregadora também é investigada.

Fonte: Tv Morena.