A nova resolução determina que as aulas com simulador não devem ultrapassar 30% da carga horária e não são mais obrigatórias. A máquina lembra um vídeo game que reproduz uma viagem na estrada. Segundo o Contran, o aluno tem que passar por esse procedimento depois da aula teórica e antes da aula prática com o carro de verdade. O equipamento, que custa em média R$ 40 mil, passaria a ser obrigatório em janeiro deste ano e o Contran tinha prorrogado o prazo para julho, mas cancelou.
Custos e prejuízo
Em Araraquara, o dono de autoescola Rafael Oprime comprou e passou a alugar o simulador, mas agora está preocupado. Ele acredita que muitos alunos não vão querer fazer a aula com o aparelho. Com a mudança, pretende devolver o equipamento, mas não sabe se vai conseguir. “O valor mínimo de R$ 3 mil mensais e eu não vou conseguir vender isso. Teoricamente a gente vai ter que partir para alguma coisa na Justiça. Por ser facultativo não vai ter cliente que vai optar pelo serviço”, disse.
Rosangela Cavicchioli, dona de uma autoescola de Ibaté, pagou R$ 36 mil pelo simulador, que ainda não chegou. Ela afirma que vai repassar os custos para os alunos. “Não tem como eu trabalhar com esse aparelho, ainda acessar o software para fazer o agendamento dessas aulas, que custa muito caro também, e ainda esse valor do simulador”, explicou.
O vice-presidente da Associação das Autoescolas de Araraquara, Eduardo Borghi, diz que, apesar dos transtornos, o fim da obrigatoriedade é melhor. “Nós ficamos um pouco mais tranquilos até com relação a investir ou não investir. Já que é facultativo, nós temos essa liberdade de colocar o simulador ou não. Quem vai determinar isso é o mercado”, disse.
O Contran informou que suspendeu a obrigatoriedade depois de discussões sobre o assunto na Câmara dos Deputados. Além disso, não vai reembolsar os donos de autoescolas que estiverem arrependidos da compra dos equipamentos.
Mais aumento
Outra mudança na resolução do Contran é que as aulas práticas para categoria B – que inclui carros de passeio – devem aumentar cinco horas até dezembro deste ano e, por isso, vai aumentar os preços. “Esse custo deve ser repassado para o candidato. Aproximadamente 20%”
Os alunos reclamam dos preços e do tempo para tirar a CNH. “Com a carga maior, vai ter mais processos ainda e você vai demorar mais tempo para tirar a carta, além de pagar mais caro”, disse o estudante Victor de Almeida.
O Departamento Estadual de Trânsito (Detran) de São Paulo não comentou o aumento no custo para os alunos. De acordo com o departamento, até agora foram credenciados cinco simuladores em São Carlos, cinco em Rio Claro e dois em Araraquara.
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