Das mais de mil mortes de profissionais das estradas que acontecem todos os anos nas rodovias brasileiras, parcela delas indica que os acidentes foram provocados pelo consumo de drogas. A Universidade Federal de Minas Gerais calcula que três em cada dez caminhoneiros usam rebites e anfetaminas para ficarem acordados ao volante.
A Faculdade de Ciências Médicas de Minas Gerais ouviu caminhoneiros do Ceasa, em Contagem, na Grande Belo Horizonte, onde constatou que 50,9% dos profissionais que já sofreram acidentes no trabalho faziam o uso de drogas. “Concluímos que o problema das anfetaminas nas estradas é tão grave quanto o do álcool nas ruas da cidade. É algo do qual o caminhoneiro dificilmente consegue escapar na situação atual, com a pressão, o prazo de entrega, os prêmios, as comissões, e tudo mais para apressá-lo”, afirma o professor e médico-perito, Leandro Duarte de Carvalho, coordenador da pesquisa, que revela ainda que 86,9% dos condutores que admitiram fazer o uso das anfetaminas têm jornadas acima de 13 horas ininterruptas.
Dos entrevistados que confirmaram fazer o uso de estimulantes, 70% tem idade entre 20 a 46 anos e 21% de 46 a 75 anos. A frequência de uso da substância, na maioria dos casos, chega a até três vezes por dia.
Em 2007, o Ministério Público do Trabalho identificou o uso de cocaína em mais da metade de 104 caminhoneiros examinados durante operação nas rodovias do Mato Grosso. Cerca de 80% dos caminhoneiros abordados pelos promotores relataram sentir sono em serviço.
O estudo, disponível na íntegra aqui, convoca a Secretaria Nacional de Políticas sobre Drogas (Senad) para elaborar uma política de combate às drogas pela redução dos acidentes nas estradas. E aponta a necessidade de incluir os Institutos de Criminalística nas perícias de acidentes, para aprofundamento das investigações sobre as causas de acidentes que envolvem o transporte de cargas rodoviário.
Fonte: Radar Nacional
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