O país tem mais de 100 mil caminhões parados em garagens de empresas transportadoras. É o que aponta pesquisa realizada pela NTC&Logística, associação que reúne companhias de frete de todo o país, divulgada nesta quinta-feira (6).
Segundo dados do levantamento de conjuntura do setor, que é realizado semestralmente, as empresas apontaram que estão com 13,5% de seus caminhões parados, em média. A frota estimada pelo setor é de 800 mil caminhões, o que aponta para os perto de 100 mil veículos parados.
“Caminhão parado é prejuízo. O normal é que 5% da frota, no máximo, fique parado para manutenção ou de reserva”, disse Lauro Valdívia, direto técnico da associação, lembrando que o desemprego no setor é crescente já que para cada caminhão há, em média, mais de um motorista.
Além das empresas de frete, o país conta ainda com uma frota de caminhões em poder de motoristas autônomos, mais ou menos na mesma quantidade dos veículos das empresas. Há também uma frota em poder de embarcadores, empresas que transportam seus próprios produtos como bebidas e eletrodomésticos, que equivale a das transportadoras e a dos autônomos. Nem autônomos nem embarcadores são pesquisados nesse levantamento.
Os dados de outro setor ligado ao transporte de caminhões corrobora os números da pesquisa. De acordo com o levantamento mensal da ABCR (Associação Brasileira de Concessionária de Rodovias), o primeiro semestre de 2015 teve um volume de tráfego de veículos pesados 4,5% inferior ao do mesmo período de 2014 (que já havia sido menor que o de 2013).
O índice que mede o fluxo de veículos pesados nas estradas pedagiadas do país atingiu em julho o nível que tinha no primeiro semestre de 2010. O índice é calculado desde 1999 e somente havia registrado retração entre 2008 e 2009, quando voltou para o nível de 2007.
Queda
De acordo com Lauro Valdívia o motivo da paralisação é a drástica redução no volume de fretes no últimos meses. Para 84% dos pesquisados houve queda nos negócios em relação ao ano passado, devido, principalmente, à menor demanda.
Além disso, 80% dos empresários afirmaram que suas empresas estão em situação pior quando comparadas ao ano anterior. O aumento dos custos do setor, que variou entre 8% e 11% a depender do tipo de carga transportada, colaborou para esse situação.
“O setor de transporte aguenta aumento de custo sem aumento de frete num curto prazo. Mas se a crise se alongar, dificulta a situação econômica. Se durar muito tempo, muita empresa deve quebrar, principalmente as mais endividadas”, prevê Valdívia.
O baixo volume de fretes fez com que as empresas não conseguissem repassar aos clientes o aumento de gastos na quantidade considerada necessária para cobrir seus custos. Com isso, os fretes estão com preços 10,1% abaixo dos custos efetivos da companhia, segundo os dados do levantamento. Em agosto de 2013 esse valor era de 7,5% e no mesmo mês de 2014, 9,7%.
Fonte: Folha de São Paulo
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