É indiscutível que a recessão afetou profundamente o setor de transporte rodoviário de cargas. No entanto, é muito difícil quantificar a involução do setor nos últimos anos.
Resta recorrer a dados que guardam alguma relação com o segmento. Um destes deles é o índice ABCR de movimento de veículos pesados nas rodovias concedidas. Este indicador mostra recuo de 8,5% em 2015 em relação a 2013. Ou seja, o movimento de caminhões nas rodovias regrediu ao nível de 2011. E nada indica que este panorama vai mudar rapidamente. No primeiro trimestre de 2016, o movimento caiu 5,6% em relação ao mesmo período de 2015.
Da mesma forma, o licenciamento de caminhões, que apresentou pico de quase 156 mil unidades em 2013, regrediu para 137 mil unidades em 2014 e menos de 72mil unidades em 2016, o volume mais baixo desde 2003.
No primeiro trimestre de 2016, foram licenciados apenas 13.111 caminhões, o que representa uma queda de 32% em relação aos 19.306 que entrarem em circulação no mesmo trimestre do ano anterior.
Acompanhando este tendência, o mercado de implementos rodoviários e carroçarias sobre chassi vendeu em 2015 cerca de 88 mil unidades, ante quase 160 mil em 2014.
Uma das causas desta retração é o sucateamento do setor industrial, cuja produção, segundo o IBGE, caiu 13% em março de 2016 em relação a março de 2014. No primeiro trimestre de 2016, a queda foi de 11,7% em relação ao mesmo período do ano anterior. A queda foi ainda mais acentuada nos bens de capital (28,9%) e nos bens duráveis (27,3%).
Felizmente, o setor do agronegócio vem mantendo sua vitalidade. De acordo com dados da CONAB, a produção de grãos deve chegar a 209 milhões de toneladas na safra 2015/2016 – aumento de 8% em relação às 193,6 milhões de toneladas de 2013/2014.
Outro setor que vem demonstrando bons resultados é de comércio exterior, que acumulou saldo de US$ 13,3 bilhões no primeiro quadrimestre de 2016. No entanto, este resultado se deve muito mais à queda das importações do que ao aumento das importações.
Fonte: NTC&Logística
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