A evolução do mercado nos últimos 10 anos

Há cerca de 10 anos a indústria de caminhões sinalizou quais segmentos seriam mais importantes no futuro. Duas afirmações foram feitas no passado, e diziam o seguinte: os segmentos de caminhões de entrega urbana (semileves e leves) e dos modelos utilizados para a transferência de cargas em médias e longas distâncias (semipesados e pesados) eram os que cresceriam. Ou seja, sobraram os caminhões médios que, cada vez mais, têm a sua circulação restrita dentro das cidades, não atendendo mais a entrega urbana, e não são tão eficientes como o semipesados para curtas e médias distâncias rodoviárias. Vamos aos números para analisarmos melhor essas teorias.
Em 2003, segundo dados de emplacamentos da Anfavea (Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores), a representatividade de cada segmento era a seguinte: semileves tinham 8,86% dos emplacamentos, leves tinha 26,91%, médios, 12,80%, semipesados, 25,47% e pesados, 25,96%.
As vendas de caminhões semipesados não cresceram nesses últimos 10 anos. Se em 2003 foram emplacados 5 875 unidades, em 2013 o número caiu para 5 493. Essa queda (de 8,86% de participação no bolo para 3,35%) talvez se explique pelo alto preço dos modelos semileves, fazendo com que o transportador opte por um furgão (mais barato) ou escolha logo um leve, um pouco mais caro, mas com muito mais capacidade de carga. Já os leves cresceram bastante, de 17 839 unidades vendidas em 2003 para 34 091 emplacamentos, mostrando sua verdadeira vocação para entregas urbanas. Os médios também cresceram (pouco, é verdade), o que mostra que ainda têm utilidade em muitas regiões do país.
Em 2003, foram vendidos 8 486 médios, e, em 2013, 11 136 unidades. Crescimento pífio, é verdade. Em termos de importância no bolo, caiu de 12,80% para 7,21% de participação.
Já os segmentos de semipesados e pesados foram os que mais cresceram. Para se ter ideia, em 2003, as vendas de pesados eram menores do que as de leves.
Na época, foram emplacados 17 209 pesados, contra 55 886 no ano passado. Em termos de importância, cresceu 25,96% para 36,16%, sendo o segmento mais importante atualmente. No retrovisor dos pesados está o segmento de semipesados, que também cresceu bastante: de 16 882 unidades em 2003 para 47 943 (participação no total de 25,47% para 31,02%).
Isso explica porque as marcas nos últimos anos têm investido mais nos caminhões pesados e semipesados. Por curiosidade, o total de caminhões vendidos em 2003 foi de 66 291 unidades, e, em 2013, 154 549 caminhões.
Fonte: Transporte Online Texto de Marcos Villela



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