Organizados por sindicatos, mais de 100 mil protestam em 150 cidades

 

Atos liderados por centrais sindicais tomam ruas de todos os estados e DF.
Em 18 estados, mais de 80 trechos de rodovias foram bloqueados.

  


Reivindicações do Dia Nacional de Lutas (Foto: Reprodução/TV Globo)
Pelo menos 156 cidades de todos os estados do Brasil e do Distrito Federal tiveram protestos nesta quinta-feira (11), Dia Nacional de Lutas com Greves e Mobilizações organizado por centrais sindicais e movimentos sociais. Mais de 100 mil pessoas foram às ruas e estradas reivindicar melhorias nos transportes, saúde, educação, benefícios trabalhistas e reforma agrária, entre outras pautas. Durante todo o dia, mais de 80 trechos de rodovias em 18 estados foram parcial ou totalmente bloqueadas por manifestantes. Os atos foram pacíficos e houve poucos registros de tumultos. Em algumas estradas, manifestantes foram atropelados por motoristas.

Além de atos em rodovias, passeatas ocuparam ruas e avenidas de diversas cidades, fecharam o acesso a alguns portos e impediram o funcionamento de serviços de transporte público e de correio. Em ao menos cinco estados agências bancárias não abriram normalmente.

Manifestantes também defenderam pautas trabalhistas, como fim do fator previdenciário e das terceirizações, valorização da aposentadoria e redução da jornada de trabalho. Também houve pelo fim dos leilões de poços de petróleo, entre muitas outras pautas de diferentes setores.

A cidade com o maior número de manifestantes foi Campo Grande, com 35 mil participantes. Em São Paulo e Belo Horizonte, a estimativa de participantes foi de 7 mil, segundo autoridades. No Rio, pelo menos 5 mil pessoas saíram às ruas.

Bloqueios e ocupações
Os protestos desta quinta foram marcados por bloqueios nas estradas brasileiras. Embora os protestos nas rodovias tenham sido mais intensos durante a manhã, no início da noite várias delas ainda seguiam interditadas por manifestantes: a BR-324, na Bahia, a PA-275, no Pará, as rodovias ERS-126, ERS-265, RSC-153 e RSC-377, no Rio Grande do Sul, a SC-470, em Santa Catarina.

A BR-116, em São Paulo, também conhecida como Régis Bittencourt, foi liberada às 20h. O trecho do Rodoanel, obra do governo paulista, perto de Embu das Artes, foi liberado pelos manifestantes após as 18h.

Por volta das 11h30, quando os protestos já atingiam mais de 40 trechos de rodovias, o ministro da Justiça, José Eduardo Cardozo, afirmou por telefone ao G1 que o governo federal tentaria desbloquear rodovias federais interditadas. "O fechamento das estradas afeta o direito de ir e vir dos cidadãos, por esta razão, embora reconheçamos as manifestações, nós não concordamos com o fechamento das estradas", disse ele.

A Polícia Militar de São Paulo usou armas menos letais para tentar dispersar os manifestantes. Na BR-116, a Polícia Rodoviária Federal negociou com os manifestantes a liberação da via por causa de uma liminar judicial contra o fechamento de rodovias federais.

Em pelo menos três cidades - Bauru (SP), Porto Alegre e Rio Grande (RS) - os grupos de manifestantes decidiram ocupar prédios da prefeitura ou da câmara municipal. Em Porto Alegre, a Câmara Municipal está ocupada desde a quarta-feira (10). Em São Borja (RS), uma fazenda foi ocupada por integrantes do Movimento Sem Terra.

Feridos e detidos
Pelo menos três pessoas foram feridos em atropelamentos registrados em São Paulo e no Espírito Santo. Na Regis Bittencourt, dois manifestantes foram atropelados por um motorista em uma Brasília que tentou furar o protesto. Luciana da Silva, de 30 anos, e o sapateiro Isaías Manoel de Oliveira, de 50 anos, tiveram cortes na cabeça e no corpo, e afirmaram que não viram o automóvel. O motorista deixou o local depois que um grupo ameaçou agredi-lo.

No Espírito Santo, um idoso foi atingido por um skatista que participava de um protesto na 3ª Ponte, que liga Vitória a Vila Velha. Ele foi atendido por uma ambulância no local.

No Rio de Janeiro, pelo menos 12 pessoas foram detidas - duas delas menores de idade - pela polícia durante confronto no início da noite que incluiu o uso, por parte das autoridades, de bombas de gás lacrimogêneo e jatos d'água. Em nota, o governador Sérgio Cabral afirmou que não tolerará o vandalismo.

Durante protesto no Palácio Guanabara, manifestantes entraram na Casa de Saúde Pinheiro Machado para se proteger das bombas de gás. Tiros de balas de borracha da polícia quebraram portas de vidro na fachada da clínica.

Em Mogi das Cruzes (SP), um grupo de manifestantes quebrou o portão e invadiu uma unidade da Gerdau, indústria que fica na Rodovia Ayrton Senna, para paralisar a produção. Cerca de 20 funcionários estavam no local e todos saíram. A ação durou cerca de 40 minutos.

Em Santos (SP), houve um pequeno tumulto envolvendo motociclistas e manifestantes no início da manhã. Em Natal (RN), um homem foi preso pela Polícia Militar por volta das 10h30. Ele estava dirigindo um ônibus alugado e transportando pneus usados que, segundo a polícia, seriam queimados no protesto. O suspeito foi levado para a delegacia de plantão da zona Sul da capital.

 

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