PF investiga influência de empresas na greve dos caminhoneiros

Suspeita é de que o movimento seja um locaute, uma paralisação coordenada por empresários do setor de transportes.

 

A Polícia Federal vai investigar se houve influência de empresas nos protestos de caminhoneiros em estradas. O número de bloqueios foi menor, nesse terceiro dia.

Os caminhoneiros bloquearam rodovias federais e estaduais em seis estados. Durante o dia, algumas estradas foram liberadas, entre elas, a Fernão Dias, que liga Minas Gerais a São Paulo.

O Ministério da Justiça determinou que a Polícia Federal abra inquérito para investigar a greve dos caminhoneiros. A suspeita é de que o movimento seja um locaute, uma paralisação coordenada por empresários do setor de transportes.

“O Governo não vai tolerar a prática de crimes ou a prática de abusos por quem quer que seja”, afirmou o ministro José Eduardo Cardozo.

O Governo diz ter indícios de que o Movimento União Brasil caminhoneiro seja o responsável pelo locaute. O movimento já foi multado pela Justiça, que também bloqueou os bens do presidente da entidade, Nélio Botelho.

Segundo a Advocacia-Geral da União, Botelho também é presidente da Cobrascam, cooperativa de motoristas autônomos, que tem 39 contratos com a Petrobras, no valor de R$ 4 milhões por mês.

Nélio disse que a cooperativa tem, no máximo, 16 contratos e negou as acusações de locaute. Ele reafirmou as reivindicações do setor: redução do pedágio, mais subsídio para o óleo diesel e modificações na lei dos caminhoneiros.

“O governo não aceita negociar. Colocou ponto final nas negociações. Não abriu nem diálogo mais. É a única forma de nós nos salvarmos”, disse o presidente do Movimento União Brasil Caminhoneiro.

Hoje uma comissão especial da Câmara aprovou mudanças na lei dos caminhoneiros, entre elas: o descanso entre uma jornada e outra, que cairia de 11h para oito horas interruptas, outras três horas podem ser divididas ao longo do dia.

Numa cerimônia no Palácio do Planalto, a presidente Dilma disse que o governo não negocia com um movimento que atrapalha a atividade econômica e a vida das pessoas.

“O meu governo não ficará quieto perante processos de interrupção de rodovias. Porque, também na nossa bandeira tem a palavra ordem. E ordem, significa democracia. Mas significa respeito às condições da produção, da circulação e da vida da população brasileira”, afirmou a presidente.

A Petrobras não se manifestou sobre os contratos com a Cobrascam. No fim do dia, só continuavam bloqueadas uma rodovia estadual no Paraná e outra em Mato Grosso. 





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