CMN aumenta prazo para caminhoneiros refinanciarem débitos


O Conselho Monetário Nacional (CMN) oficializou hoje (28) um período maior para caminhoneiros que desejam refinanciar seus débitos. O prazo, que havia terminado em 30 de dezembro do ano passado, agora valerá até 30 de junho deste ano.

A decisão do colegiado cumpre o que estava previsto na Medida Provisória 707, publicada no final de 2015. O Procaminhoneiro é um programa do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) para aquisição de caminhões novos e usados de fabricação nacional com o objetivo de modernizar a frota brasileira. O Ministério da Fazenda ressaltou que a mudança foi apenas na data, sendo que todas as demais condições financeiras do programa permanecem inalteradas.

Também na reunião desta quinta-feira, o CMN eliminou, por questões formais, a subdivisão nos limites financeiros para financiamento a projetos de mobilidade urbana no âmbito do Programa de Aceleração do Crescimento (PAC). Os valores para contratação de crédito tinham três patamares: R$ 12,2 bilhões, R$ 7,2 bilhões e R$ 2 bilhões. 

Segundo a Fazenda, porém, “foram apontados obstáculos operacionais em se atualizar os limites de cada inciso”, e, por isso, passará a ser utilizado apenas o limite global de R$ 21,4 bilhões.




Defasagem do frete é de 12,9% de acordo com estudo do DECOPE

Estudo feito com mais de 300 empresas do país aponta novo aumento na diferença entre fretes cobrados e custos do transporte rodoviário de cargas.


Após pesquisa realizada com mais de 300 empresas do setor de transporte rodoviário de cargas em todo país e debate durante o Conselho Nacional de Estudos em Transporte, Custos, Tarifas e Mercado – CONET –, ocorrido em São Paulo, hoje (28), verificou-se uma diferença de 12,9% entre os fretes praticados no mercado e os custos efetivos da atividade. Embora o número seja menor do que o mesmo período do ano anterior (14,11%), ainda representa um aumento com relação a última pesquisa realizada em agosto de 2015 (10,14%).

Apesar do principal objetivo da sondagem desenvolvida pelo Departamento de Custos Operacionais, Estudos Técnicos e Econômicos da NTC&Logística (DECOPE) ser o entendimento de como o transportador está estabelecendo o frete, foi possível constatar também que 75,8% dos entrevistados apresentou queda no desempenho financeiro de 0,1 a 10% no ano passado. Ainda de acordo com a pesquisa, 83,6% dos empresários não recebe fretes em dia e 78% dos entrevistados está pessimista com o ano de 2016, não esperando nenhum crescimento e até diminuição de mercado.

O histórico da defasagem nas últimas pesquisas, vide tabela abaixo, costuma trazer números maiores no início do ano e uma diminuição ao término desse. De acordo com José Hélio Fernandes, isso se dá até pela conscientização do empresário após a primeira divulgação. “Sempre reforçamos a importância da participação do empresário em eventos como o CONET para que possa se informar sobre as taxas que merecem atenção na hora de gerenciar os negócios. Sabemos que o trabalho da entidade faz diferença, até mesmo pelos números da defasagem, que se modificam no decorrer do ano com mais conscientização. Por isso, também, a decisão de trabalharmos um evento logo no primeiro mês de 2016”, comenta Fernandes.


A defasagem no frete tem sua origem tanto no acúmulo das defasagens ao longo dos anos quanto na inflação dos insumos que compõem os custos, com o combustível e a mão de obra liderando o ranking. Fora isso, o desconhecimento de todos os custos que devem ser considerados no cálculo também pesa na conta, de acordo com a pesquisa, por exemplo, 68,4% dos transportadores de carga fracionada desconhecem ou não cobram a TRT, Taxa de Restrição de Trânsito.

Índice Nacional do Custo do Transporte de Carga – Fracionada e Lotação
A NTC apresentou no CONET também o estudo realizado pelo DECOPE sobre a variação média do INCT-F e INCT-L (Índice Nacional do Custo do Transporte de Carga – Fracionada e Lotação) no acumulado dos meses. Enquanto o primeiro aumentou 9,46% em 2015, o segundo subiu 9,01% no mesmo período.

Entre os principais insumos, o óleo diesel teve aumento de 13,49% nos últimos 12 meses, e o salário de motoristas contabilizou 9% de aumento.




USP testa rodovias com aço que só precisam de manutenção em 60 anos


Imagine uma rodovia construída com um material tão resistente que precise de pouca manutenção, só a cada 60 anos. É o que pesquisadores da Universidade de São Paulo estão testando. Vai dizer que não é uma imagem de sonho pra quem viaja ou já viajou pelas estradas do Brasil?
Uma pista sendo construída com o que tem de mais moderno no mundo, usando concreto, praticamente penteado a mão pra ficar melhor. Bom, isso ainda é meio sonho mesmo. Porque a "estrada" é um experimento científico feito na USP. E antes de explicar esse teste com essa maravilha, vamos a um choque de realidade.

O Rodoanel é uma estrada de concreto. E por ser de concreto, deveria ser mais resistente, deveria ser mais suave pra rodar. Mas você reconhece o sacolejo do vídeo? Sacolejo bem conhecido dos brasileiros. É o sacolejo da estrada ruim. Um trecho do Rodoanel está tão danificado que está sendo retirado e substituído por asfalto. E olha que, em se tratando de Brasil, uma estrada dessas nem é tão ruim. 
E ruim mesmo é em Goiás, que tem duas estradas que estão interditadas pra passagem de caminhões porque simplesmente não dá mais mesmo pra eles passarem. Mas tem buraqueira também em várias estradas de Minas. “Uai, está tudo ruim, cheio de buraco, desnível, acostamento muito mais baixo do que a pista”, diz o caminhoneiro Antônio Carlos Almeida Silva. Em Pernambuco...E por mais onde a colcha de retalhos de asfalto que são nossas estradas nos levar. “Pavimento sem manutenção, principalmente asfáltico, ele se degrada.

E depois que ele se degradou, o ritmo de degradação é muito rápido, então a recuperação é cada vez mais cara e difícil, fora o custo do usuário”, comenta José Tadeu Balbo, chefe do Departamento de Engenharia e Transportes da USP. Por isso o estudo da USP. Eles pegaram a tecnologia mais eficiente usada lá fora e estão testando adaptações pra nossa realidade. A base da estrada é feita de aço. Quase a estrutura de construção de um prédio. O que vai impedir rachaduras na pista.

Depois vem o concreto. Sem emenda nenhuma. Nada de desníveis. Claro que o sistema é mais caro. Até 40% mais. Mas o professor calcula que o investimento se paga porque a pista pode ficar até 60 anos sem esburacar. “A gente precisa, urgente, desenvolver soluções de alta durabilidade pras rodovias no Brasil. O Brasil é um país rodoviário, a ferrovia ainda é muito pouco explorada pra carga, então nós precisamos fazer pavimentos cada vez mais robustos”, diz José Tadeu Balbo.




OAB defende exame toxicológico para caminhoneiros

imagem: jusbrasil

A OAB requereu ingresso como parte interessada na ação que corre no STF para defender a necessidade de exame toxicológico para caminhoneiros.

Conforme o presidente nacional da OAB, Marcus Vinicius Furtado Coêlho, “não há inconstitucionalidade na exigência do novo teste toxicológico para os caminhoneiros. A questão deve ser abordada do ponto de vista da segurança da sociedade. O exame virá em benefício dos motoristas profissionais, para assegurar a qualidade no trabalho". 

O exame, com janela de 90 dias, permitindo identificar o uso pregresso de sustâncias psicoativas como maconha, cocaína e anfetaminas, foi questionado pela Confederação Nacional de Transportes Terrestres, que ingressou no STF contra diversos dispositivos da lei 13.103, que dispõe sobre o exercício da profissão de motorista. 

Na ação Marcus Vinícius diz ainda que “a obrigatoriedade do exame prevista na Lei 13.103/15 justifica-se pela dramaticidade dos números decorrentes dos acidentes com veículos pesados de carga e passageiros, os quais representam cerca de 5% da frota brasileira e estão envolvidos em 40% dos acidentes com vítimas fatais nas rodovias brasileiras, conforme comprova a documentação ora anexada”. 

Com informações da coluna Radar, da revista Veja.



DNIT cientifica motoristas por 3,6 milhões de infrações cometidas

Proprietários dos veículos têm 15 dias para recorrer.


DNIT publicou, nesta sexta-feira (22), no Diário Oficial da União, edital de notificação de autuação de infrações. São mais de 3,6 milhões de penalidades para motoristas que cometeram excesso de velocidade e avanço de sinal em rodovias federais de todo o país, mas não haviam sido encontrados pelos Correios, que devolveu as correspondências.

A notificação por meio de edital está prevista na resolução nº 404/12 do Conselho Nacional de Trânsito, respeitado o disposto no art. 282 do Código de Trânsito Brasileiro: “§ 1º A notificação devolvida por desatualização do endereço do proprietário do veículo será considerada válida para todos os efeitos”.

Os interessados deverão acessar o ambiente eletrônico MULTAS para imprimir cópia a Notificação de Autuação. Confira as listas dos veículos notificados, conforme a Unidade de Federação de origem:
Fonte: DNIT



Economista explica preços elevados dos combustíveis no Brasil



Nesta quarta-feira (20), o petróleo, nos Estados Unidos, atingiu a menor cotação desde 2003: foi negociado a menos de US$ 28, com queda de mais de 5%. Isso tem ocorrido porque a oferta do produto está maior que a demanda no mundo. Esse movimento tem sido observado desde meados de 2014. Somente no último ano, a variação negativa passou de 50%. 


Mesmo assim, no Brasil, o valor dos combustíveis não parou de crescer, especialmente a partir de outubro de 2015, após o reajuste de preços aplicado pela Petrobrás. Em um ano, a gasolina subiu, em média, 20% no país. O diesel teve alta de cerca de 13%. 

Em entrevista à Agência CNT de Notícias, o economista Adriano Paranaiba, professor do Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás e pesquisador da UnB, falou de fatores que explicam esse cenário. Ele também abordou as dificuldades do país para retomar investimentos em infraestrutura logística diante da crise. 

Apesar da queda do preço do petróleo no mercado internacional, desde o ano passado os combustíveis têm aumentado no Brasil. O que explica esse movimento?

No Brasil há um monopólio estatal na condução dos preços. Por isso, estamos sujeitos às políticas adotadas pela Petrobrás, que é responsável por toda a cadeia de distribuição e exploração de petróleo no país. Ao regular os preços, a empresa trabalha com uma margem de 35%. Inicialmente, o objetivo é proteger os consumidores se o petróleo fica muito caro no mercado internacional. Quando isso ocorre, ela tem gordura para trabalhar com algum prejuízo. Mas quando o barril do petróleo barateia, os preços dos combustíveis continuam altos para o consumidor, porque essa margem é utilizada pela estatal para cobrir as perdas e custear sua operação, que é cara. Para se ter uma ideia: a Exxon, uma das maiores empresas do setor no mundo, tem um terço dos funcionários da Petrobrás.  

A valorização do dólar também impacta nos preços dos combustíveis por aqui?

Influencia sim. Tudo o que consumimos depende de commodities, que são cotadas em dólar. Então, se o petróleo cair e o dólar subir, pode ser que o consumidor brasileiro não sinta essa variação. Mas isso não explica os preços atuais, porque o petróleo está num patamar histórico muito baixo. Mesmo em real, o barril custa menos da metade do que custava, por exemplo, em junho de 2014. [Naquele mês, o preço médio do litro da gasolina no Brasil estava em R$ 2,96 e o do diesel em R$ 2,50. Atualmente, a gasolina está em R$ 3,66 e o diesel em R$ 2,99. Os dados são da ANP (Agência Nacional do Petróleo)]

Qual o peso dos impostos?

Hoje os impostos federais somam cerca de 10% do valor. O ICMS equivale a 28%. Com os 35% de regulação da Petrobrás, dá mais de 60% do preço da gasolina que é custo estatal. Porque, se o objetivo do imposto é ter retorno para a sociedade, mas isso não ocorre, eu considero custo estatal. Agora, imagine se o combustível fosse 60% mais barato, qual seria o impacto disso no setor de transporte? Os empresários poderiam estar muito mais preocupados em como competir no mercado do que em como pagar custos operacionais. Qual a diferença de um mercado mais competitivo? É a inovação. Hoje, a maior preocupação é como pagar as contas e manter a empresa aberta. O empresário não consegue inovar. 

O escândalo de corrupção na Petrobrás gera algum impacto sobre os preços?

É uma análise de causa e consequência. Como você tem uma empresa estatal que não tem concorrentes, ela tem poder coercitivo de lei e pode determinar o preço dos produtos. Isso faz com que ela consiga vencer concorrências, porque tem solidez e segurança e, assim, também, fazer grandes aportes financeiros. Por isso, as pessoas que assumem cargos importantes de decisão na empresa não são pessoas de mercado, são indicações políticas. Sem fazer críticas a partidos: desde que a Petrobrás surgiu, a indicação de diretores não é via mercado, é via interesse político. Então, a pessoa está lá, não por sua competência de administração, mas por seu alinhamento partidário. 

O governo tem buscado a iniciativa privada para investir em infraestrutura. Como o cenário de crise pode impactar nesses objetivos e no desenvolvimento?

O governo tem dinheiro para investir em infraestrutura, mas não consegue aplicar porque a burocracia do próprio governo atrapalha. O problema é excesso de regulação, que atrapalha o investidor, pois não gera segurança institucional. Ele não sabe, se investir hoje, quando alguém vai intervir. Por exemplo: como atrair a inciativa privada se o governo quer criar a CPMF? Se há indicativos de que a Selic (taxa básica de juros) subirá ainda mais neste ano, ultrapassando os 15%, segundo analistas? Você cria um ambiente financeiro desfavorável. É necessário diminuir o tamanho do gasto público e a necessidade de aumentar impostos. O Custo Brasil é alto porque temos muitos impostos, custo operacional elevado, e insegurança, que faz com que o empresário não saiba qual será seu retorno. 

As expectativas dos empresários, segundo sondagem realizada pela CNT, é que a economia comece a apresentar melhoras a partir de 2017. Quais os passos, na sua visão, para essa retomada?

A melhora não vai acontecer enquanto não ocorrerem mudanças importantes. Tem uma crise política grande que precisa ser resolvida e que compromete qualquer ideia de ajuste fiscal e enfrentamento à crise econômica. Há muita instabilidade institucional. Então, tem que sanar essa questão política. E, depois que as instituições estiverem fortalecidas, que a Operação Lava-Jato terminar as investigações, independentemente do partido ou instância de governo, aí dá para pensar em consertar a economia do país. Do contrário, vai ocorrer o que ocorreu no ano passado, quando se falou em ajuste e não foi possível por causa do problema político.

Como o cidadão deve se prepara para os próximos meses ou anos, com a economia ainda em dificuldade?

Evitar endividamentos. Temos uma geração que se acostumou a crédito barato, mas hoje as taxas de juros estão altas. Então, tem que evitar se endividar. Quem tem emprego, se sobrou um dinheiro, deve quitar a dívidas. Tem que diminuir os gastos, porque não se sabe quem estará empregado amanhã e, além disso, temos um inimigo invisível chamado inflação. Mesmo que tenha emprego estável, há risco de seu dinheiro ser corroído pela inflação. E fazer poupança, porque é aí que vem o crescimento de verdade. As pessoas poupam e é isso que serve para investimento.


Evolução do preço do barril do petróleo até 2015, em US$: 




Atrasos nos fundos do BNDES para conservação de rodovias

Três empreiteiras brasileiras ganharam concessões viárias federais em 2013, porém, continuam à espera de financiamento por parte do Banco Nacional de Desenvolvimento para executar seus projetos, que contemplam 2.900 quilômetros de rodovias. 

O banco informou que liberaria o crédito em 2015, porém isso não aconteceu e as concessionárias Rota do Oeste da construtora Odebrecht Transport, Via 040 da empresa de engenheira Invepar e Concebra do grupo de infraestrutura Triunfo estariam empregando fundos próprios e créditos pontes para manter em curso as obras civis. 

Segundo foi divulgado, a medida foi tomada por conta da desaceleração econômica do país e a solução encontrada foi rebaixar o montante de financiamento de projetos. As novas condições econômicas restringiriam os financiamentos de 70% a 50-60%.




Análise: O envelhecimento da frota brasileira


Sabe como anda a idade média da frota dos caminhões no Brasil? Em qual faixa o seu caminhão encontra-se? Vamos à análise dos dados de registros da ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres). Já é sabido que a idade média mais alta dos caminhões é a dos profissionais autônomos. Está em 18 anos, segundo a agência reguladora. A idade média da frota das cooperativas é de 11,5 anos e das empresas é de 10,3. 

Os mais velhinhos são os caminhões chassi rígido com PBT (Peso Bruto Total) entre 8 e 29 toneladas que chegam aos 24 anos de média (autônomos), 16,1% (cooperativas) e 11,8 (empresas). São caminhões geralmente usados para distribuição urbana e de curta distância 4x2, 6x2 e 8x2. Deve se considerar que, para ter uma média de 24 anos, há muitos caminhoneiros rodando com caminhões com mais de 30 anos de uso, até mesmo, com 40 anos ou mais. 

Na categoria cavalo mecânico, as idades médias são: 19 (autônomos), 14,2 (cooperativas) e 8,8%. A idade média desses modelos é menor porque é um tipo de caminhão que começou a crescer em vendas dos anos 1990 para cá. A alta idade média dos caminhões brasileiros está totalmente ligada à falta de política do governo para o setor de transporte.

A dificuldade do acesso ao financiamento por parte dos caminhoneiros e menor dificuldade das empresas criou esse gigantesco vácuo entre idade média entre autônomos e empresas. Além disso, mais uma vez, a falta de regulamentação e uma política de frete tem feitos os caminhoneiros autônomos viverem sem condições nem mesmo de fazer a manutenção mecânica de seus veículos, quanto mais, criar poupança para trocá-lo por um novo.

Outra questão é a falta de um plano de renovação de frota. Vários países do mundo conseguem manter uma idade menor por não haver tantas barreiras e dificuldades para se comprar um caminhão novo e incentivar a troca do veículo velho por um novo. Essa política traz diversos benefícios econômicos, ambientais e de segurança para uma nação. Para ter uma ideia, um caminhão fabricado em 2015 polui menos do que 30 caminhões fabricados na década 1990 juntos. 

A diferença dos sistemas de segurança, como freio, suspensão e cabine, por exemplo, é gigantesca. No Brasil, há anos que se discute o tema, porém, nenhum projeto nunca saiu do papel e fazer isso poderia ser o mínimo que o governo brasileiro pelos caminhoneiros, pela segurança nas estradas e pelo meio ambiente.




Itens Polêmicos da Fiscalização Rodoviária


A fiscalização para caminhões nas rodovias federais vem se intensificando. Diversos itens são questionados pelos caminhoneiros, e por isso, segue lista abaixo, elaborada pela Federal Safety (Orientação Técnica 0815-01), sobre alguns itens polêmicos da fiscalização rodoviária.

Lacres e placas dos veículos

Todos os veículos deverão ter placas dianteira e traseira legíveis, com os caráteres limpos e de fácil visualização

É também cobrada a correta instalação das placas, não podendo em nenhuma hipótese estarem cobertas, seja pela estrutura do veiculo ou qualquer outro obstáculo.

Fazem parte da fiscalização da placa: a tarja (a plaqueta que indica a unidade da Federação e o município onde o veículo foi emplacado); e o lacre da placa traseira. O lacre pode ser de troca anual ou não. Alguns DETRAN ainda utilizam o lacre de chumbo, que está em processo de extinção.

O respectivo arame deverá estar afixado na estrutura fixa do veículo (automotor ou não), sem nenhum tipo de ruptura.

Caso o lacre esteja rompido ou haja problema de qualidade da placa, deverá ser consultado o DETRAN onde o veículo foi emplacado para o respectivo processo de vistoria e troca dos sinais identificadores.

Vidros com películas ou outros acessórios

Películas de proteção são permitidas nos vidros laterais e traseiros dos veículos. No caso do vidro dianteiro (para-brisas), não existe uma película no Brasil que atenda à regra do CONTRAN. A própria transmissão luminosa que já vem nos para-brisas originais e de reposição já atendem aos limites permitidos por lei.

A autuação por falta do selo instalador, bem como a reprovação nos testes de transluminescência são as maiores causas de autuações. Não existe permissão legal para uma faixa específica na parte de cima ou em baixo do para-brisas.

Decorações, painéis eletrônicos ou luminosos também não são permitidos, incluindo-se aí as redes de proteção de segurança (exigidas pelas gerenciadoras de risco). Adesivos que prejudiquem a visibilidade do retrovisor ou do para- brisas são proibidos, devendo ser retirados.




Governo diz que não há dinheiro para custear renovação de frota


O Ministério da Fazenda informou, por meio de nota, que “não há espaço fiscal” para projetos que envolvam gastos, em resposta à declaração do presidente da Associação Nacional dos Fabricantes de Veículos Automotores (Anfavea), Luiz Moan, de que o governo poderia ajudar no custeio de programa de crédito para substituição de veículos antigos por novos. 

Moan teve reuniões no dia 11 com os ministros da Fazenda, Nelson Barbosa, e do Planejamento, Valdir Simão. “Durante encontro [com o ministro da Fazenda, Nelson Barbosa], Moan apresentou os resultados e projeções do setor automotivo e o programa de renovação da frota. O ministério se comprometeu a avaliar as propostas, mas esclarece que não há no momento espaço fiscal para nenhum tipo de projeto que implique em dispêndio com subsídios ou equalizações”, diz o comunicado divulgado essa noite.

O Planejamento também se manifestou. Por telefone, a assessoria de comunicação da pasta disse que o presidente da Anfavea apresentou dados do setor a Simão, mas destacou que não há decisão do governo sobre programa ou subsídio para renovação da frota. 

A Anfavea e mais 18 entidades elaboraram um programa para substituição da frota entregue em dezembro de 2015 ao Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior. Segundo Moan, a redução da idade da frota de veículos contribuiria para aumento da segurança no trânsito, redução da poluição e economia de combustível.




Renovação de frota é muito mais que lobby de montadora


O debate sobre um programa de renovação de frota voltou à tona em meio a uma grave crise do setor automotivo, que registrou queda de 26,6% nas vendas de carros, caminhões e ônibus, em 2015. A novidade é que o documento recém-encaminhado pelas montadoras ao governo federal amplia para todo o setor a ideia original que era circunscrita aos caminhões. A concepção é simples: retirar das ruas veículos antigos, acima de 20 anos (30 anos no caso dos caminhões), e viabilizar que os seus proprietários comprem unidades mais novas – não necessariamente um modelo zero quilômetro.
Ao fomentar o mercado de usados, haverá um efeito secundário no segmento de novos, mas seria muita picuinha resumir o programa a um lobby das montadoras. O Brasil tem cerca de 1,8 milhão de veículos com mais de 20 anos, segundo o Sindipeças. Além de serem pouco eficientes e extremamente poluentes, eles colocam os motoristas em risco. Portanto, tirar veículos velhos de circulação melhora o meio ambiente, aumenta a segurança no trânsito e gera ganhos de produtividade na economia.
São constatações que, por si só, deveriam ser suficientes para sensibilizar o governo a viabilizar um programa de renovação da frota. A proposta para os caminhões, no entanto, ficou engavetada em Brasília durante dois anos. Enquanto isso, as sucatas ambulantes continuam rodando com incentivos estaduais, como isenções de IPVA aos veículos antigos (mais de 20 anos em São Paulo, por exemplo). Um verdadeiro contrassenso. Agora, 19 entidades, incluindo o setor público, se uniram para debater um projeto mais amplo de renovação.
Um ponto já está definido: o veículo que for entregue será completamente desmontado por uma empresa de reciclagem, que emitirá um “atestado de óbito”. Não pode haver o menor risco de a sucata voltar a circular e o dono receberá uma carta de crédito para ser utilizada na compra de um veículo mais novo. O problema principal é encontrar, em meio à grave crise fiscal, recursos para viabilizar essa carta de crédito e o financiamento necessário para a nova aquisição. No exemplo de um caminhão com mais de 30 anos de uso, quem vai correr o risco de crédito do proprietário que, na maioria das vezes, é o próprio motorista, que nem sempre consegue comprovar renda?
Uma ideia é envolver o BNDES, mas o banco estatal torrou os seus recursos nos últimos anos em operações nem sempre benéficas à economia do País. Outra alternativa é a redução do Imposto sobre Produtos Industrializados (IPI) do veículo que será adquirido nessa operação, mas o caixa falido do governo não demonstra fôlego. As montadoras podem reduzir suas margens de lucro para viabilizar a venda, mas a crise também está afetando os resultados do setor privado. Há ainda a possibilidade de criação de um fundo que seria abastecido pelo dinheiro do licenciamento dos veículos – espera-se que isso não signifique a elevação ou criação de impostos.
Se o programa de renovação de frotas traz benefícios econômicos, ambientais e de segurança, como descrito anteriormente, chegou a hora de todos se unirem e cada um ceder um pouco, a despeito da situação fiscal. O governo reduz a carga tributária, o BNDES financia ao menos uma parte da operação e as montadoras dão um desconto sobre o preço real de mercado – não vale um desconto sobre um valor inflado de tabela.
Ter uma frota mais jovem em circulação é benéfico para a sociedade, não apenas para a economia. Sendo assim, defender um programa de renovação independe da situação conjuntural. Mas, se a crise pode ser o “gatilho” para avançarmos com esse projeto, por que devemos desperdiçar essa oportunidade? De um governo que gasta de forma tão ineficiente os recursos arrecadados através de impostos, não devemos aceitar a desculpa simplória de que não há verba.



Caminhoneiro terá de pagar até R$ 500 por exame toxicológico


A partir de 2 de março, o motorista profissional que quiser renovar a carteira de habilitação, trocar de categoria, começar em um emprego ou até se for demitido vai precisar comprovar que não usou drogas como maconha, cocaína ou substâncias como a metanfetamina, nos últimos 90 dias.
A exigência do exame toxicológico para admissão ou demissão através da análise do cabelo, da unha ou do pelo, vem de uma portaria do Ministério do Trabalho, publicada em novembro do ano passado. O objetivo é reduzir o numero de acidentes nas estradas.
O caminhoneiro José Roberto Souza Camelo concorda com as exigências: “Já presenciei uns três ou quatro usando drogas para viajar à noite. Eles falam que é uma exigência do patrão”.

O diretor de Segurança e Saúde no Ministério do Trabalho, Rinaldo Marinho Costa Lima, explica que a multa para o empregador que não fizer o exame ainda vai ser definida, de acordo com o grau da infração.
Se a falta se encaixar no grau 3, faixa na qual está, por exemplo, o não fornecimento de equipamento de segurança individual para o trabalhador, a multa pode girar em torno de R$ 3.500.
“Em 2014, 15% das mortes em acidente de trabalho aconteceu com motoristas de caminhão. Estão associadas ao excesso de jornada de trabalho, que via de regra pode ter o componente do consumo de substâncias psicoativas”, diz Costa Lima.
Quase 13 milhões de motoristas possuem habilitação nas categorias C, D e E, de acordo com o Denatran. Isso representa quase 200 mil exames por mês pra renovação das habilitações.
Hoje, o preço estimado de um exame toxicológico fica entre R$ 200 e R$ 500. Um custo que o próprio caminhoneiro vai ter que arcar.
“A gente já paga IPVA, pedágio caro, combustível caro e ainda vem essa taxa. É um absurdo. Sou a favor de fazer o exame, mas não que me cobrem por isso”, diz o caminhoneiro Elias Cardozo de Lima.
O presidente do Contran e diretor do Denatran, Alberto Angerami, afirma que a melhor maneira de reduzir os acidentes e coibir o uso de drogas seria a fiscalização permanente: “Eu acho que a fiscalização é mais importante. Se o motorista que ingeriu drogas ilícitas nos últimos 90 dias for fazer o exame, ele é idiota. Na fiscalização, ele é pego de surpresa. Fornecendo o cabelo, a unha ou o pelo, é possível detectar se ele estava dirigindo sob o efeito de drogas”.


veja o vídeo:




Conquista do setor: criação de comitê para política de repressão ao roubo de cargas


A necessidade de uma legislação mais severa para reprimir o roubo de cargas é tema constante nas entidades do setor, como a FETCESP, sindicatos paulistas, NTC&Logística e Confederação Nacional do Transporte (CNT), entre outras.

Neste final de ano, o setor comemora mais um avanço, com a publicação do decreto nº 8.614 que regulamenta a Lei Complementar nº 121/2006, para instituir a Política Nacional de Repressão ao Furto e Roubo de Veículos e Cargas e disciplinar a implantação do Sistema Nacional de Prevenção, Fiscalização e Repressão ao Furto e Roubo de Veículos e Cargas.
O decreto, publicado no Diário Oficial da União de 23 de dezembro, cria um Comitê Gestor da Política Nacional de Repressão ao Furto e Roubo de Veículos e Cargas, que será vinculado ao Ministério da Justiça e composto por representantes do SENASP, DPF, DPRF, RFB, Susep, Dnit, ANTT, Denatran, além de possíveis convidados representantes de órgãos ou entidades para participar de suas reuniões. O Comitê será responsável por coordenar a Política, formular diretrizes e procedimentos para atuação integrada na prevenção, fiscalização e repressão ao furto e roubo de cargas, estabelecer padrões de coleta e sistematização de informações relativas à atividade criminosa e publicar relatórios semestrais com estatísticas e análises.
O presidente da FETCESP, Flávio Benatti, destaca que este é um dos resultados gratificantes dos trabalhos das entidades. “Os assuntos evoluem de forma lenta, apesar dos nossos esforços. No entanto, os avanços acontecem como neste caso. Desde a publicação da Lei em 2006, temos desenvolvidos ações para a sua regulamentação ”.
Para os avanços neste tema, Benatti destaca a participação de algumas pessoas, como Walmor Weiss e Romeu Natal Panzan muito antes da publicação da Lei Complementar. “O tema sempre continuou em evidência com a atuação do diretor adjunto de segurança da NTC&Logistica, Roberto Mira, juntamente com o assessor de segurança da NTC, FETCESP e Setcesp (sindicato de São Paulo), Coronel Paulo Roberto de Souza”. A reivindicação do setor ainda recebeu apoio de vários políticos, como os deputados federais Clarissa Garotinho e Vanderlei Macris.
O presidente da FETCESP, destaca que o trabalho das entidades neste tema continua. “Agora atuaremos junto aos órgãos envolvidos para o cumprimento das medidas previstas no Decreto”.

Fonte: FETCESP



Carga em Movimento


Todos os dias, 3,2 milhões de caminhões estão a postos para transportar mercadorias no País. Com mais de 200 milhões de toneladas de grãos para serem retiradas do campo, além das demais commodities, como café, celulose, hortifrutis e toda a cadeia da proteína animal e de alimentos processados, o agronegócio está entre os setores que mais utilizam esse serviço. 

Estima-se que quase 50% da frota de caminhões esteja a serviço do setor. “O campo sempre vai ser um ótimo cliente, porque a tendência de produção é crescente”, diz Valdecir Coelho Adamucho, sócio-diretor da G10 Transportes, com sede no município de Maringá (PR). A G10, uma das maiores empresas do setor, possui uma frota de 1,6 mil caminhões, dos quais 700 são graneleiros e 150 são unidades com tanques para óleo vegetal. Mas, o que ocorre hoje no setor de transporte de cargas representa o início do fim de um ciclo no País.
A mais visível mudança em andamento é o encurtamento das longas viagens por estradas, o que deve mexer no custo da carga transportada. E isso muda a regra do jogo. O que os especialistas do setor ainda não sabem é em que ritmo ela vai acontecer.
O transporte é um elemento importante na cadeia, a ponto de determinar se vale a pena tirar a produção do campo. Um bom exemplo é o que ocorreu com o milho mato-grossense no início do segundo semestre. Entre julho e setembro, logo após o término da colheita da segunda safra do cereal, o preço do frete disparou, em função do atraso da retirada dos estoques de soja do Estado, colhida no primeiro semestre. 
Com o gargalo logístico, o milho para exportação ficou inviabilizado. De acordo com o Instituto Mato-grossense de Economia Aplicada (Imea), para transportar uma tonelada do cereal, entre o município de Sorriso e porto de Santos, uma viagem de dois mil quilômetros, o frete era de R$ 300 por tonelada, ante a cotação ao produtor de R$ 230.
A tendência de encurtamento das viagens ocorre em paralelo à reorganização dos modais de transporte, principalmente no chamado Eixo Norte. Entre esses modais estão a modernização e a ampliação de portos, como o de Vila do Conde (PA), de Itaqui (MA) e de Itacoatiara (AM); a construção de zonas de transbordo de cargas de um modal para outro, como o de Rondonópolis (MT); o início de funcionamento de trechos de ferrovias, como a Norte-Sul, e a melhoria das rodovias em todo o País, ainda que ela ocorra lentamente. 
No Triângulo Mineiro, por exemplo, parte da produção vem sendo escoada através do Terminal Integrador de Araguari, na região de Uberlândia, com distâncias médias de 500 quilômetros entre os centros produtores e o transbordo para a ferrovia. Em Mato Grosso ocorre o mesmo com o terminal de Rondonópolis, o maior do continente sul-americano, que está recebendo, em 2015, 10 milhões de toneladas para serem embarcados em trens.
O terminal já absorve grande parte da soja cultivada na região, com destaque para polos produtivos, como Lucas de Rio Verde, por exemplo, município a 600 quilômetros de distância.



Retrospectiva 2015: O mercado de caminhões



O mercado de caminhões estava em plena ascensão no Brasil há poucos anos. O ápice foi em 2011, quando o setor registrou um total de 172.657 emplacamentos. De lá para cá, porém, os resultados vêm sendo pouco animadores. Até a crise financeira se instaurar de vez no país e 2015 se transformar em um verdadeiro desastre.

Se a queda de 11,3% de 2014 em relação a 2013 já era preocupante, com 137.052 vendas, os números de 2015 são bem piores: diante das 66.210 unidades comercializadas até o fim de novembro, já se espera uma retração por volta dos 50% neste ano. “Foi um período desafiador devido a diversos fatores, mas principalmente pela instabilidade econômica e política do país”, lamenta Ricardo Alouche, vice-presidente de Vendas, Marketing e Pós-Vendas da MAN Latin America.
De fato, as perdas afetam diversas áreas da indústria nacional. “Tivemos um 2015 de incertezas e de falta de confiança no mercado, fatores que contribuíram para o cenário negativo em diferentes setores da economia”, avalia Ricardo Barion, diretor de Marketing da Iveco para a América Latina. Os primeiros 11 meses de 2015 registram queda de 46,3% – ante às 123.355 unidades de 2014. As perdas nos emplacamentos, na verdade, atingem todos os tipos de veículos automotores no país. Mas nota-se, entre os caminhões, uma diferença: enquanto os extra-pesados caíram em participação de 36,2% para 27,4% em 2015, os leves subiram dos 19,8% de market share para os 26,4%.
Esse resultado mostra a tendência vista em 2015 para a compra de caminhões para entregas urbanas. O setor de varejo foi afetado com menos força pela crise econômica, já que trabalha com produtos essenciais para a sociedade – caso, por exemplo, dos alimentos. Entre os semileves, o modelo mais vendido entre janeiro e novembro deste ano foi o Ford F350, com 1.453 unidades emplacadas e vistosos 41,1% de participação nesta categoria. Já entre os leves, o destaque foi o Volkswagen 8.160, com 3.693 exemplares vendidos e 21,3% de market share neste nicho.

Ford e Volkswagen também foram as marcas que mais chamaram atenção entre os médios. A primeira conseguiu vender 1.770 unidades do Cargo 1119, enquanto a segunda emplacou 1.401 do VW 13.190, uma participação de 29,7% e 23,5%, respectivamente, neste segmento. A Volkswagen tem ainda o caminhão mais vendido entre janeiro e novembro de 2015, o VW 24.280, com 3.942 unidades registradas e participação de 27,1% na categoria dos semi-pesados, em que atua.
A queda registrada no mercado geral é explicada por especialistas em função da desaceleração da economia e, principalmente, pelas dificuldades de oferta de crédito com taxas vantajosas no financiamento de caminhões. “A restrição que se impõe aos transportadores com a retirada do financiamento pelo Bndes PSI é mais um obstáculo para aquisição de caminhões, o que resulta em queda de vendas, da produção e, consequentemente, da geração de empregos no Brasil”, aponta Roberto Leoncini, vice-presidente de Marketing, Vendas e Pós-Vendas de Caminhões e Ônibus da Mercedes-Benz do Brasil. A marca é apontada como a líder de vendas entre janeiro e novembro deste ano, com 26,9% de participação geral e 17.825 unidades emplacadas. Logo em seguida está a Volkswagen, com 26,2% e 17.382 vendas.
Poucas foram as novidades que surgiram no mercado de caminhões brasileiro em 2015. A Volvo lançou o FH 6X4 com o eixo suspensor, que pode desengatar e levantar o segundo eixo de tração. “É uma solução dirigida para transportadores com operações que têm trajetos com pouca ou nenhuma carga”, diz Bernardo Fedalto, diretor de caminhões Volvo no Brasil. Além disso, apostou também na edição especial para a linha FH em comemoração à passagem da Volvo Ocean Race no Brasil, disponível para 500 cv e 540 cv.
A Scania também apostou em uma série limitada, a Griffin Edition, disponível para os modelos R 440 e R 480, nas configurações de rodas 6X2, 6X4 e 8X2, com apenas 300 unidades. E incorporou ao seu portfólio um cavalo mecânico com configuração de rodas 8X2, que se encaixa entre a composição chamada de “vanderleia” (de eixos espaçados) e o bitrem e tem opções de cabines R, R Highline ou R Streamline. Por último, a marca sueca apresentou ao mercado a cabine estendida para as versões 4X2 e 6X2 dos modelos P 250 e P 310 da linha de caminhões semipesados. “Nossa rede de concessionárias foi expandida para 126 pontos de atendimento, sendo 12 novos Serviços Dedicados, solução para reduzir custos e aumentar a disponibilidade da frota instalando uma estrutura dentro da empresa do cliente”, completa Victor Carvalho, diretor de Vendas de Caminhões da Scania no Brasil.

A Mercedes-Benz foi outra marca que decidiu inserir em seu “line-up” a configuração 8X2. Para isso, escolheu a linha Atego, nos modelos semi-pesados 3030 e 3026. A linha inteira, aliás, ganhou novo chassi, mais robusto e resistente, com novo quadro que assegura mais flexibilidade para receber diversos tipos de implementos. “Em 2015, introduzimos mais do que nunca no Brasil o conceito ‘As Estradas Falam e a Mercedes-Benz Ouve’.
Fomos a diversas regiões do país e descobrimos quais eram as reais necessidades do mercado”, conta Leoncini. A marca alemã também lançou no Brasil em 2015 o furgão médio Vito, nas versões de passageiros e de carga, para introduzir a marca nos segmentos intermediários para até uma tonelada, onde não atuava; deu ao leve Accelo uma configuração 6X2 1316, com três eixos e 13 toneladas de capacidade, o que permite brigar com caminhões médios; e equipou com o novo motor OM 460, com 13 litros e potências de 456 cv e 510 cv, as novas versões 2646 e 2651 do extra-pesado Actros, que passaram a ser as configurações mais potentes produzidas no Brasil.
Já a conterrânea MAN passou a vender em abril o TGX 29.480 6X4, com 480 cv – 40 cv a mais que o TGX 29.440 . De acordo com a marca, o modelo é indicado para aplicações rodoviárias de longas distâncias com PBTC de até 74 toneladas em que se busque maiores velocidades médias – e, com isso, menor tempo no transporte de cargas.