Governo quer pegar motoristas drogados pelos cabelos

Depois de décadas de impunidade, o Brasil dá os primeiros passos para combater o uso de drogas por motoristas. Até o final do ano deve entrar em vigor a Resolução 460 do Contran , que incluiu o exame toxicológico de larga janela de detecção como obrigatório na renovação e/ou adição da CNH – Carteira Nacional de Habilitação, categorias C, D e E, na maioria dos casos, referente a motoristas profissionais.
Esse exame toxicológico é mais popularmente conhecido como exame de cabelo porque, através da extração de pequena quantidade de cabelo, é possível constatar o uso de qualquer droga, incluindo anfetaminas, até pelo menos 90 dias antes da coleta. Esse procedimento já é utilizado no Brasil por empresas aéreas, em concursos públicos para as polícias militares, Federal e Rodoviária Federal. O exame de cabelo (queratina) também pode ser feito com amostras de pelos de qualquer parte do corpo, como por exemplo, pelos da perna, braço, axila, peito e outros.
O termo “exame de larga janela de detecção”, é porque , ao contrários dos exames de urina e saliva, é possível detectar o uso de drogas nos últimos meses e não apenas horas antes, no caso da saliva ou poucos dias nos exames de urina. Através do exame de larga janela é possível identificar o usuário de drogas regular cumprindo o papel mais importante do processo que não é o de simplesmente flagrar, no ato, um motorista sob efeito das drogas, mas evitar que quem dirige regularmente use substâncias que alterem a capacidade motora ou mascarem o cansaço e a fadiga, de forma ilícita.
Na avaliação de Rodrigo Kleinubing, perito criminalístico e coautor do livro “Dinâmica dos Acidentes de Trânsito”, os exames contribuem para reduzir as falhas do fator humano, causa mais frequente dos acidentes. “O tempo de reação do motorista é fundamental para evitar um acidente. Ou seja, quando ele percebe o risco e começa a reagir. Quando está sob efeito de drogas esse tempo é ainda maior e as consequências mais graves.”, explica Kleinubing. O perito recorda ainda que, no caso de veículos de carga, o espaço necessário para a parada total do veículo em uma frenagem é muito maior do que o de um automóvel. Por isso, é fundamental o estado de atenção e o motorista tem que estar descansado, com plena consciência do que está ocorrendo na pista. Além disso, Kleinubing acrescenta a importância desse tipo de exame para a prevenção dos acidentes.
Em 26 de abril de 2012, ocorreu no Rio Grande do Sul um dos acidentes de maior repercussão no país, quando um caminhoneiro, que dirigia cansado, sob efeito de anfetaminas, perdeu o controle do veículo numa curva e colidiu com um comboio de viaturas policiais e carros de equipes de reportagem. Na ocasião um repórter da Band e seu cinegrafista morreram. Ficou comprovado que o motorista tinha rebite dentro do veículo e os exames clínicos confirmaram que ele estava sob efeito da droga. Além da fadiga do motorista, ainda contribuiu para o acidente o péssimo estado de manutenção do caminhão.
Ao focar nessa primeira fase nas categorias C, D e E, o objetivo principal das autoridades é reduzir os acidentes com motoristas profissionais. Principalmente nas estradas pelas graves consequências dos acidentes com motoristas transportando, por exemplo, 30 toneladas de carga ou dezenas de passageiros.
A exigência desses exames visa também combater o aumento do uso de drogas por motoristas profissionais, o chamado rebite, que está sendo substituído pela cocaína. Vários estudos comprovam o aumento do consumo de drogas lícitas e ilícitas por motoristas profissionais para suportar as extenuantes jornadas ou por irresponsabilidade.
Para Nauber Nascimento, representante da ANTT- Agência Nacional de Transportes Terrestres no Contran, Conselho Nacional de Trânsito,a medida ajuda a purificar o mercado e aumentar a segurança dos usuários das rodovias. “Como Conselheiro da Agência no CONTRAN, fui favorável a esta resolução, pois entendemos que amplia a segurança, em primeiro lugar, mas também pode se constituir em um instrumento eficiente para a cada vez maior profissionalização dos ofertantes, sobretudo no transporte de cargas.”
No Brasil ainda não existem estatísticas sobre quantos acidentes ocorrem todos os anos com motoristas sob efeito de drogas, mas nos EUA a estimativa mais conservadora é de que 20% dos acidentes são causados por esses motoristas, provocando a morte de mais de 6.500 pessoas por ano e ferimentos em outras 400 mil.
Apesar da falta de dados estatísticos no Brasil não faltam estudos relacionando o trabalho como motorista profissional, o uso de drogas e acidentes de trânsito. A questão é objeto de vários documentos e pesquisas há mais de 20 anos, realizadas por pesquisadores de algumas instituições mais respeitadas do país. Apesar do alerta desses estudiosos, praticamente nada foi feito para combater o problema que agora assume proporções catastróficas.
O primeiro levantamento que teve repercussão nacional e despertou a atenção da mídia, foi uma operação realizada pelo Ministério Público do Trabalho e Polícia Rodoviária Federal, em Rondonópolis no Mato Grosso, em 2007.
Na ocasião, 104 motoristas fizeram exames de urina e foi detectado suspeita de uso de cocaína por 51% deles e 3% estavam em estado de alucinação, sem a menor condição de dirigir. Com o exame de larga janela o índice poderia ser muito maior.
Para Paulo Douglas de Almeida, do Ministério Público do Trabalho, que coordenou a operação, os exames de larga janela devem ser aplicados no futuro para todos os motoristas. “Entendo que nesse momento os motoristas profissionais sejam os primeiros, mas é preciso entender também que, na maioria dos casos, eles não usam anfetaminas e outras drogas porque querem, mas porque são levados a isso pela jornada abusiva de trabalho”. O alerta do Procurador é para que a sociedade entenda que, se os motoristas continuarem sendo explorados, dificilmente conseguiremos reduzir o consumo de drogas.
Excesso de jornada – Problema antigo que muitas vezes leva a droga
Em 2002 a Confederação Nacional dos Transportes realizou pesquisa com caminhoneiros e apurou que existiam 1,2 milhão de autônomos, com jornada média de 15 horas por dia. Dos motoristas entrevistados 51,5% informavam trabalhar entre 13 e 19 horas por dia e 10,4% mais de 20 horas. Essas condições desumanas, inclusive com pernoite em cabines minúsculas, sem conforto e segurança, acrescidas de prêmios para quem chega antes, foram estimulando o uso de rebites e agora drogas ilícitas para sobreviver num mercado cada dia mais desumano.
O uso mais frequente pelos motoristas que querem ou precisam dirigir muitas horas sem parar é dos medicamentos a base de anfetamínicos, principalmente os moderadores do apetite, que possuem em sua composição principalmente fenproporex e anfepramona (dietilpropiona). Conhecidos como rebites e utilizados em misturas exóticas que vão de guaraná em pó a energéticos. A situação é tão grave que se estima que 60% da produção mundial de fenproporex é exclusivamente utilizada no Brasil.
Na tese de mestrado apresentada na Universidade Federal de Santa Catarina em 2004, a Engenheira Maria Terezinha Zeferino realizou importante pesquisa intitulada: “Acidente de trânsito e os estimulantes do tipo anfetaminas. Estudo de caso junto às empresas de transporte rodoviário de cargas no Estado de Santa Catarina”, na dissertação da especialista, ficou evidente o conhecimento e tolerância das empresas em relação ao uso de anfetaminas. “A pesquisa, realizada com 48 empresas de transporte de cargas de Santa Catarina, apurou que 96% das empresas pesquisadas sofreram acidentes de trânsito, resultando em morte ou lesão permanente do motorista a serviço da empresa, sendo que este índice de acidentalidade pode ser influenciado pelo uso de drogas, pois 48% das empresas responderam que seus motoristas fazem uso de drogas e destas 65% evidenciaram o uso de anfetaminas “rebites” pelos caminhoneiros.”, explicava então Maria Zeferino.
Outro trabalho importante foi realizado pelo Prof. Edmarlon Girotto da Universidade Estadual de Londrina, no Paraná, em que foram pesquisados e entrevistados 670 motoristas de caminhão no Porto de Paranaguá, intitulado: “Características do trabalho, consumo de substâncias psicoativas e acidentes de trânsito entre motoristas de caminhão”.
Publicado em 2014 o estudo revelou que “o consumo de substâncias psicoativas para suportar a carga de trabalho antes ou durante a direção, ao longo de toda a profissão de motorista, foi referido por 50,7% dos motoristas avaliados. Dentre aqueles que referiram consumo de substâncias psicoativas, as mais citadas foram: anfetaminas (67,1%), anfetaminas com energéticos (17,1%) e energéticos (6,5%). O consumo de anfetaminas e cocaína (isoladamente ou em associação com outras substâncias) foi mencionado por 90,6% e 4,7% dos motoristas relataram consumo de psicoativos.”
Girotto afirma que considera a nova resolução do Contran extremamente válida, até porque em outros países mostraram resultados positivos em relação ao trânsito e reforça a posição do Procurador do MPT, Paulo Douglas: “ A maior culpa do uso de tais substâncias pode não ser do motorista de caminhão. Vejo que, na maioria das vezes, ele é indireta ou diretamente obrigado a consumi-los, pois precisa cumprir prazos não condizentes com a capacidade suportável de carga de trabalho humana.”, acrescenta Girotto.
Muitos caminhoneiros reclamam que o uso de drogas e anfetaminas cria uma concorrência desleal. Paulo Vieira, que trabalha há mais de 35 anos dirigindo caminhões e ônibus, explica que muitas vezes perde serviço porque não aceita usar drogas. “Tem transportadora que entrega a documentação da carga junto com o rebite porque sabe que não há como cumprir o horário a não ser abrindo mão do sono. Quando o motorista não aceita dirigir nessas condições, infelizmente, aparece outro e pega o serviço. Além disso, tem muito menino novo entrando na estrada que já usa droga. Para eles é normal. Como o pai de família sério pode concorrer com isso? ”
Em recente matéria sobre a questão da jornada de trabalho dos motoristas profissionais e o aumento do uso de rebite, vários caminhoneiros defenderam no facebook do nosso portal, exames toxicológicos de larga janela regularmente e não apenas na renovação da carteira ou adição de categoria. É um indício que os próprios motoristas profissionais querem o controle do uso de drogas, afinal, além da concorrência desleal eles correm risco de vida convivendo na pista com outros profissionais que dirigem sob efeito de drogas.



Truques contra a pesagem de carga


Uma das principais causas de acidentes com caminhões no Brasil é o desrespeito aos limites de carga. E os infratores ainda usam truques para fugir da fiscalização.
De madrugada o movimento de caminhões é intenso. Quem viaja muito carregado prefere esse horário para evitar a fiscalização.
Antes de amanhecer encontramos balanças fechadas. Mas, quando elas estão funcionando alguns caminhoneiros entram na balança com os faróis acesos para impedir a leitura da placa. E apagam as luzes depois de passar pelas câmeras. Tem motorista que tira a placa. E tem outros que usam um mecanismo para baixar a placa só na hora de passar pela balança. As câmeras da estrada fotografaram vários caminhões assim.

Um caminhão acabou de fugir da balança. Ele passou pelas câmeras da estrada e seguiu viagem sem ser incomodado. O motorista só é multado se a polícia rodoviária estiver por perto ou lá dentro da balança.
“Esse veículo é abordado pela Polícia Rodoviária, ele retorna para o local da pesagem então além da autuação da evasão ele também é autuado pelo excesso de peso”, aponta o Major Dinael Carlos Martins, coord. Polícia Rodoviária Estadual – SP.
Dentro da balança luz verde para a direita, tem que pesar a carga. Tem quem ignore o sinal e vá embora sem pesar.
A sobrecarga é uma ameaça para todos. Caminhão muito pesado estraga o asfalto, perde a estabilidade e demora mais para frear. Uma carreta ficou sem controle depois de ultrapassar numa descida. Espalhou a carga pela estrada e só conseguiu parar 200 metros depois.



Motoristas poderão ser obrigados a acender faróis

Câmara dos Deputados analisa o Projeto de Lei 7329/14, do deputado João Ananias (PCdoB-CE), que torna obrigatório o acendimento dos faróis dos veículos durante o dia nas rodovias.

Atualmente, o Código de Trânsito Brasileiro (CTB) obriga os condutores a manter as luzes baixas acesas durante a noite e, em túneis, no período diurno. Segundo a proposta, também deverão ter os faróis acesos durante o dia os veículos de transporte coletivo regular de passageiros e as motos.
“Esse é um procedimento que começou a ser adotado na Europa na década de 1970, como um método de baixo custo para evitar colisões frontais”, argumentou o deputado.
Com a aprovação do projeto, Ananias espera que o número de acidentes nas rodovias seja reduzido, em razão da maior visibilidade dos veículos que transitam em alta velocidade.
Tramitação
A proposta tramita em caráter conclusivo e será analisada pelas comissões de Viação e Transportes; e de Constituição e Justiça e de Cidadania.
Íntegra da proposta: PL-7329/2014




Estrada 'mais perigosa do mundo' é atração turística na Bolívia

Milhares de turistas descem de bicicleta o 'Caminho da Morte'.
Via tem só 3 metros de largura e é margeada por precipícios e cachoeiras.

Um dos precipícios da estrada (Foto: GravityBolivia.com/Divulgação)

Estreita, serpenteando uma montanha a 4.700 m de altitude e com precipícios de centenas de metros desprotegidos, a estrada Camino a los Yungas, na Bolívia, é tão perigosa que é conhecida como “caminho da morte” ou "estrada da morte".
Curiosamente, após ser considerada na década de 1990 a “estrada mais perigosa do mundo” pelo Banco Interamericano de Desenvolvimento, a via se transformou em atração turística. Todo ano, milhares de pessoas percorrem o caminho de bicicleta.

Mortes
Cruz em homenagem a mortos na estrada (Foto: GravityBolivia.com/Divulgação)
Até algum tempo atrás, de 200 a 300 pessoas morriam todos os anos em acidentes com carros e ônibus na estrada, que tem apenas 64 km de extensão. Depois que foi construída uma via alternativa para os veículos, em 2007, esse número diminuiu.
A rota, entretanto, continua perigosa. Quem se atreve a percorrê-la tem que manter o foco no caminho de apenas 3 metros de largura. De um lado, o ciclista encontra o paredão da montanha. Do outro, precipícios de até 600 m de altura. Em alguns lugares o solo é barrento, as nuvens tampam a visão e há deslizamentos de rochas.
Mas, quando a pessoa desce com calma e com a ajuda de um guia profissional, o passeio é “fácil e seguro”, afirma Derren Patterson, gerente da Gravity Bolivia. A empresa guia cerca de 6 mil turistas por ano no passeio de mountain bike pela estrada. Há turistas de todas as nacionalidades, inclusive do Brasil.
“Tem que descer com cuidado, não como um louco. Se for rápido demais ou com muito medo o ciclista pode sofrer uma queda grave. Mas quando a pessoa vai com calma e foca a atenção o tempo todo, a descida é fácil”, afirma Patterson.
Bicicleta em um dos abismos da beira da estrada (Foto: GravityBolivia.com/Divulgação)

Beleza natural
O passeio começa em 4.700 metros de altitude em La Cumbre, a uma hora de carro de La Paz, e desce 3.500 m, ao longo de 64 km. Segundo Patterson, há registros de que 20 ciclistas morreram até hoje na Estrada da Morte. Um deles estava com um grupo da Gravity: um senhor morreu de ataque cardíaco durante o trajeto.
Animais pastando pelo caminho fazem parte da paisagem (Foto: GravityBolivia.com/Divulgação)Patterson garante que a beleza natural da região faz a aventura valer a pena. “É um dos lugares mais bonitos que já conheci. Dá para ver montanhas com mais de 6 mil metros de altura, glaciares e paisagens impressionantes. Passamos pela selva, por cachoeiras, rios e por um bosque que fica no meio das nuvens”, descreve.
Os turistas também podem ver planícies nevadas, lhamas pastando e pequenas vilas. A maior parte do caminho (cerca de 90%) é na descida.



Chip desenvolvido para controle do transporte de cargas vai eliminar burocracia em portos

O transporte de cargas no Brasil passará a ser monitorado por meio de chips. A tecnologia já é testada como forma de eliminar burocracia nos processos de liberação de cargas e reduzir custos em logística.
Fruto de parceria entre governo e indústria, o lacre eletrônico vai acelerar processos de fiscalização durante o transporte de cargas. Não será mais preciso esperar longas horas de fila no Porto de Santos, por exemplo, para que o produto transportado tenha a documentação analisada pela Vigiagro, órgão fiscalizador do Ministério da Agricultura.
Entraves na logística brasileira provocam perdas de R$ 160 bilhões e a solução para o problema promete ser o lacre eletrônico. A tecnologia desenvolvida na USP de São Paulo já foi testada nos portos de Santos (SP) e Navegantes (SC). O lacre é inserido no contêiner e contém todas as informações sobre os produtos transportados.
Desta forma, toda a papelada como notas fiscais que o caminhoneiro precisa apresentar são dispensadas com todas as informações armazenadas no chip. A Vigiagro consegue acessar detalhes da carga. O contêiner é registrado por meio de um aplicativo disponível para celular onde é possível precisar, por exemplo, a situação da carga.
A nova tecnologia deve ainda reduzir o acúmulo de documentos que abarrotam a Vigiagro. Calcula-se que somente em 2013 tenham sido produzidas mais de 300 mil folhas de documentação.



Entidades e governo concluem Plano de Renovação de Frota

Na próxima quarta-feira, dia 20, dirigentes de entidades de classe ligadas ao setor de transportes irá se reunir com o ministro Mauro Borges, do Ministério do Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior, para entregar oficialmente a proposta do Plano de Renovação de Frota elaborada pelo grupo, em conjunto com o governo. Foi o que o informou o Conselheiro do Sindipeças, Renato Simenauer, durante palestra sobre o tema realizada no 24º Congresso da Fenabrave, encerrado em Curitiba.
“É a primeira vez que uma coalizão de entidades se une em torno da proposta”, comentou Renato, ao adiantar que o Plano prevê a substituição de 30 mil caminhões a cada ano, a partir do 7º ano de implantação. Os veículos deverão ter mais de 30 anos de uso e serão obrigatoriamente sucateados, para impedir sua volta ao mercado, entre outras exigências.
Outra novidade do programa, segundo o vice-presidente da Anfavea, Luiz Carlos Gomes Moraes, é a criação de uma tabela de preços para veículos usados, acrescida de um valor adicional, para estimular a venda e o sucateamento do bem. A iniciativa conta com o apoio do assessor da diretoria do BNDES, Samy Kopit, que também participou do debate. “O delta desse fator de indução ainda não está definido, mas é consenso que isso tem uma função social”, explicou o executivo, ao afirmar que o Plano não cria nenhum déficit fiscal. Ao seu ver, o Programa é estruturante, pelo fato de melhorar a condição do transporte e possibilitar a redução do Custo Brasil. Em complemento, Samy explica que a iniciativa vai aumentar a arrecadação e reduzir as despesas com acidentes, seguros e emissões de poluentes.
Margarete Gandini, coordenadora geral da Indústria Automotiva do MDIC disse, por sua vez, que todas as minutas dos atos legais para aprovação do Plano já estão prontas. Mas, ressalva, “por força da legislação eleitoral, nada disso poderá ser aprovado antes das eleições de outubro”, insinuando que, em caso de reeleição, esta seria uma das primeiras medidas da presidente Dilma em seu segundo mandato.



Deputados aprovam aumento de mistura de biodiesel e etanol em combustíveis

O Plenário da Câmara dos Deputados aprovou nesta quarta-feira (6) a Medida Provisória 647/14, que aumenta os percentuais de biodiesel e etanol misturados, respectivamente, ao óleo diesel e à gasolina vendidos nos postos de combustível do País. O texto aprovado foi proposto pela comissão mista do Congresso que analisou a matéria, de autoria do deputado Arnaldo Jardim (PPS-SP).
Pelo texto, o percentual obrigatório de mistura do biodiesel ao óleo diesel já subiu para 6% em 1º julho e passará para 7% a partir de 1º de novembro deste ano. Até a edição da MP 647, o percentual era de 5%.
O texto original da MP permitia ainda que o Conselho Nacional de Política Energética (CNPE) retornasse ao percentual de 5% por motivo justificado. Mas o texto aprovado, proposto por Jardim, autoriza a redução até o limite de 6%. Na prática, como explicou o relator, o CNPE poderá trabalhar com qualquer valor entre 6% e 7%.
A MP 647 também estabelece que a Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) deverá fixar os limites de variação. E que o biodiesel adicionado ao óleo diesel deverá vir, prioritariamente, da agricultura familiar. O governo deverá editar normas garantindo essa preferência.
Etanol
O texto aprovado traz ainda outra mudança proposta pelo relator, que determina que o percentual obrigatório de adição de álcool anidro à gasolina poderá subir para 27,5%, desde que constatada sua viabilidade técnica. Atualmente, segundo a Lei 8.723/93, o governo pode elevar o percentual de mistura do etanol anidro até o limite de 25%, ou reduzi-lo até 18%. O parecer mantém o piso de 18%.
Jardim comentou em Plenário que durante a tramitação da MP outros temas ligados ao setor energético, como contratos da Companhia Hidro Elétrica do São Francisco (Chesf) e assuntos relacionados a termelétricas, também foram analisados. Mas, segundo ele, após negociações com o governo, ficou acertado que temas estranhos ao texto original da MP deveriam ficar de fora.



Renovação de frota incluirá implemento rodoviário


Os implementos rodoviários foram incluídos no programa de renovação de frota do Ministério de Desenvolvimento, Indústria e Comércio Exterior (MDIC) e na linha de financiamento para pequenos produtores rurais denominada Mais Alimentos, que integra o Programa Nacional de Fortalecimento da Agricultura Familiar (Pronaf) do Ministério do Desenvolvimento Agrário (MDA) informou a Associação Nacional dos Fabricantes de Implementos Rodoviários (Anfir).
A diretoria da Anfir, que esteve reunida em Brasília com os dois ministérios para incluir os produtos do setor nesses programas, acredita que as ações poderão reduzir um pouco as perdas que o setor deve registrar em 2014. “Estamos abrindo mais oportunidades de mercado para oferecer produtos de melhor qualidade a esses segmentos da sociedade”, afirma, em nota, Alcides Braga, presidente da associação.
As vendas de implementos rodoviários de janeiro a julho de 2014 ficaram 9,01% abaixo do registrado em igual período de 2013. Em sete meses a indústria fabricou 91.304 unidades ante 100.349 produtos no mesmo intervalo do ano passado.
De acordo com nota da Anfir, a queda nas vendas acompanha o ritmo desaquecido da economia brasileira, independentemente das linhas de crédito à disposição do mercado com juros de 6%,no programa PSI/Finame. “O setor está caminhando para retração em torno de 10%”, diz o presidente da Anfir.
O segmento de Reboques e semirreboques (Pesado) apresentou de janeiro a julho de 2014 vendas 14,02% ante 2013: 33.330 unidades frente a 38.766 produtos comercializados. No segmento de Carroceria sobre chassis (Leve) a retração foi de 5,86%. As vendas de janeiro a julho totalizaram 57.974 unidades, contra 61.583 no mesmo período de 2013.



Estradas ruins multiplicam gastos com transporte rodoviário

O transporte rodoviário é o principal modal da matriz logística do Rio Grande do Sul. Corresponde a 85,3% da movimentação no Estado, índice superior à média nacional, que depende 68,9% das rodovias. Dos 8 mil quilômetros de rodovias estaduais, apenas 4,7 mil são pavimentados e somente 126 duplicados, segundo dados do Departamento Autônomo de Estradas de Rodagem (Daer). No momento, 1,1 mil quilômetros estão em obras — para pavimentação ou duplicação. Nas rodovias federais, a situação é semelhante. Dos 5,3 mil quilômetros, 307 estão duplicados e 345, em obras.
Além de colocarem em risco a vida dos motoristas, estradas sem pavimentação ou não duplicadas provocam gastos com pneu, combustível e peças. Em média, o custo repassado aos produtos transportados representa 30% do valor da mercadoria. “A solução para isso seria investimento maciço em infraestrutura. Pode até ter pedágio, desde que tenhamos estradas em condições para transitar”, afirma o presidente do Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas e Logística (Setcergs), Sérgio Neto. Ele aponta que em países que investem em infraestrutura, como a China, apresentam um Produto Interno Bruto (PIB) superior ao brasileiro. No RS, o custo com transporte de cargas representa 17,3% do PIB, índice semelhante ao brasileiro. Nos Estados Unidos, encontra-se em 8% e, na Ásia, em 9,5%.
As dificuldades não se restringem às condições de infraestrutura. Para quem vai começar um negócio, os principais problemas são a burocracia e a tributação. Após a formalização no Cadastro Nacional da Pessoa Jurídica (CNPJ), a questão tributária toma tempo. “Depois da burocracia para abrir a empresa, o empreendedor tem que fazer um estudo para saber como tornar o negócio viável”, afirma Neto.
O roubo de cargas também provoca prejuízos. Em média, as empresas de transporte gastam 12% do seu faturamento investindo em equipamento de segurança. “Isso tem forte impacto no custo logístico”, diz Neto. No Brasil, cerca de R$ 1 bilhão é roubado ao ano em mercadorias e caminhões não recuperados. No RS, são mais de R$ 100 milhões em perdas, com cerca de 300 ocorrências em 2012.
Outro ponto que impacta principalmente quem vai começar um negócio no setor logístico é a falta de motoristas qualificados para o transporte de cargas, problema que atinge também empresários já consolidados no ramo. Estima-se que, no Brasil faltem cerca de 120 mil profissionais e, no Rio Grande do Sul, em torno de 15 mil.
Logística cara desanima empresários
O déficit histórico infraestrutural no Rio Grande do Sul encarece a logística e desencoraja aqueles que querem empreender no setor dos transportes de carga. Comparado ao estado vizinho, Santa Catarina, e a São Paulo, o RS ficou anos sem investimentos em rodovias. “A grande obra que tivemos foi a construção da freeway. A mais recente é a BR 448, que tem 22 quilômetros de extensão”, lembra Francisco Cardoso, diretor da Interlink Cargo e vice-presidente de Transporte Internacional do Setcergs. Ele afirma que, se as estradas brasileiras fossem como as dos Estados Unidos, os custos variáveis do transporte (combustível, pneus, peças e manutenção dos caminhões) poderiam ser reduzidos em 20%. “Não é a dependência do modal rodoviário que encarece a logística brasileira, mas a condição das rodovias”, comenta ele.
O Brasil conta com cerca de 200 mil quilômetros de estradas, dessas apenas 11 mil são duplicadas. “Para termos condições de concorrer com as economias desenvolvidas, temos também que aumentar nossa malha viária”, opina Cardoso.
Outra barreira assinalada pelo empresário dirige-se não apenas ao transporte. Segundo Cardoso, apesar de o crédito estar mais acessível e barato em comparação a anos anteriores, é muito difícil abrir uma empresa e mantê-la, visto a quantidade de regulamentações que devem ser cumpridas. O setor de logística está entre os que mais pagam impostos no país. “Quanto mais uma empresa cresce, mais cara ela fica e mais obrigações tem. Por isso que a maioria das empresas são de pequeno porte e não conseguem crescer.”
Cardoso considera ainda que um desafio para que o país evolua economicamente é o enfrentamento das leis trabalhistas. O decreto da Consolidação das Leis do Trabalho (CLT) data de 1943. “Temos uma legislação antiga e engessada. Nos Estados Unidos, paga-se por hora de trabalho. No Brasil, não pode. A pessoa precisa trabalhar no mínimo seis horas por dia.”
Quanto aos prejuízos com o roubo de cargas, o setor empresarial propõe que as autoridades aprovem leis que punam os receptadores de mercadorias e caminhões. “Segurança é dever do Estado, mas a gente não a tem. Por isso, as empresas precisam investir em gerenciamento de risco e isso custa até 8% da tarifa do frete”, diz Cardoso.



Feliz dia dos pais!


A todos os guerreiros das estradas que estão longe de casa hoje e que mesmo em meio as dificuldades diárias não deixam se cumprirem seu papel na vida dos filhos. A vocês desejo um feliz dia dos pais! 



Alguns caminhoneiros tem feito uso do rebite para aumentar tempo na estrada

Todos os dias milhares de veículos passam pela BR-153, entre eles, vários caminhoneiros com cargas diversas que para se manter acordado e chegar mais rápido ao destino acabam recorrendo ao uso da anfetamina popularmente conhecida como rebite.
O caminhoneiro Fransciso Lopes confirma que o uso da anfetamina é muito comum por parte de alguns caminhoneiros. “Presenciei muitos colegas fazendo o uso da droga para poder aguentar mais tempo na estrada. É uma coisa muito ruim e coloca em risco não apenas a ele próprio, mas também a outros condutores que estão na pista”, afirma.
Apesar de vários anos na profissão e da muita informação que existe sobre o uso do rebite, o caminhoneiro José Novais ainda se surpreende com o alto uso da droga. “Isso é uma prática muito ruim e tinha que acabar. Andamos assustados nessas rodovias, porque temos que cuidar deles e de nós mesmos ao mesmo tempo. Todos sabemos que faz muito mal o problema não é a falta de informação tenho certeza”, destaca.
Segundo o médico Alvaro Rocha Alencar, a anfetamina é um estimulante para inibir o sono e que pode causar dependência com o uso prolongado. “A anfetamina é um estimulante do sistema nervoso central e diminui o sono de quem usa. É uma droga forte. O importante é destacar que essa substância com o uso prolongado causa dependência e além disso com o tempo a pessoa vai tendo dores de cabeça crônica, taquicardia, insônia e até impotência sexual”, explica o médico.
Ainda segundo o médico, entre outros problemas causados pelo consumo exagerado da droga estão a irritação, maior agressividade, depressão, desorientação e descoordenação, além de o usuário ter delírios persecutórios, como por exemplo achar que os outros estão tramando contra ele.
Na última terça-feira (5) um caminhoneiro foi preso na BR-153 em Gurupi com 18 comprimidos de anfetaminas e com carteira de habilitação adulterada e segundo o policial rodoviário Alvaro Artiaga casos como o dele são comuns. “Casos como o dele aparecem com alguma frequência nas estradas pelo Brasil. Nesse caso específico este caminhoneiro foi encaminhado a central de flagrantes primeiro pelo documento encontrado alterado e a segundo pelo porte da droga. Ainda pelo porte da droga vamos fazer um levantamento para ver se ele estava apenas portando a anfetamina para consumo ou se era para tráfico de drogas”, afirma o policial.



Roubo de cargas se constitui em um dos grandes entraves do setor

Lançada pelo Congresso Nacional no dia 20 de maio, a Frente Parlamentar Mista de Combate ao Roubo de Cargas é a mais nova esperança do setor de transportes para minimizar um dos principais problemas vivenciados pelos profissionais da área.
O grupo, composto por 183 deputados e três senadores, é presidido pelo deputado George Hilton (PRB-MG) e tem como objetivo agilizar a tramitação e aprovação de Projetos de Lei considerados prioritários para enfrentamento à atividade ilícita, além de promover discussões que resultem em medidas que agravem as penas dos envolvidos com esse tipo de crime.
Ciente da importância da criação da nova frente de trabalho, o presidente da Associação Brasileira de Logística e Transporte de Cargas (ABTC), Newton Gibson, ressaltou todo o esforço realizado pela entidade, em conjunto com a Confederação Nacional do Transporte (CNT), ao longo dos anos, com destaque na instalação da CPMI do Roubo de Cargas, na qual a ABTC participou e sediou parte dos seus trabalhos durante o I Congresso Nacional de Transporte de Cargas, na cidade de João Pessoa (PB), no ano de 2000.
A Associação também participou na indicação do Presidente, Vice-Presidente e relator da referida Comissão, na certeza de ter oferecido grandes contribuições para minimizar os prejuízos causados por esse tipo de crime, que é foco de preocupações da economia brasileira.
Criada em 2000, a CPMI teve seus trabalhos concluídos três anos depois e resultou na aprovação do relatório do Deputado Oscar Andrade, que contou com diversas denúncias, inclusive da ABTC, e ao final sugeriu ao Ministério Público o indiciamento de 156 pessoas por receptação qualificada de cargas roubadas.
Ainda em 2005, Gibson não mediu esforços para incluir na pauta de votações do Plenário o até então Projeto de Lei Complementar 187/97, que sugeria a criação do Sistema Nacional de Prevenção, Fiscalização e Repressão ao Furto e Roubo de Veículos e Cargas, hoje alvo da recém criada frente. Agora como Lei Complementar 121/2006, de autoria do Deputado Federal Mário Negromonte, foi aprovada há oito anos, mas ainda espera um posicionamento do governo federal quanto a sua regulamentação. Com a atuação firme do grupo de parlamentares, espera-se que a Lei Negromonte e as demais reivindicações do setor possam ter a aprovação concluída no menor espaço de tempo possível.



Publicadas novas regras de financiamento de veículos para agricultores

Os financiamentos de tratores, caminhões e caminhonetes de carga têm novas regras, a partir deste mês de agosto. As medidas estão relacionadas à apresentação da nota fiscal do veículo que será adquirido e foram aprovadas pelo Conselho Monetário Nacional (CMN) e publicadas na Resolução nº 4.352.
A partir de agora, agentes financeiros que operam de programa de desenvolvimento da agricultura familiar, e que fazem financiamento de caminhonetes de carga deverão exigir dos agricultores a apresentação da nota fiscal do fabricante.
Já para os financiamentos de tratores e caminhões os bancos podem aceitar tanto a nota fiscal das revendas quanto dos fabricantes. Até então, o Manual de Crédito Rural (MCR) exigia que fosse apresentada a nota fiscal emitida pelo fabricante para aquisição de tratores e caminhões.
Continuará sendo exigida do agricultor e do técnico que elabora o plano ou projeto técnico a apresentação de comprovantes de uso do veículo nas atividades agropecuárias e não agropecuárias geradoras de renda do empreendimento durante, pelo menos, 120 dias por ano. O técnico também deve comprovar a necessidade e a capacidade de pagamento das caminhonetes de carga.
Manual de Crédito Rural
MCR 10.1.39
O crédito para aquisição de veículos novos, sem prejuízo do disposto no MCR 3-3-6, deve atender às seguintes condições:

  • a) podem ser adquiridos veículos de carga, automotores, elétricos ou de tração animal, adequados às condições rurais, inclusive caminhões, caminhões frigoríficos, isotérmicos ou graneleiros, caminhonetes de carga, reboques ou semirreboques e motocicletas adaptadas à atividade rural, que constem da relação da SAF/MDA, observando a descrição mínima e valor máximo de cada item, e, também, do CFI do BNDES, quando se tratar de caminhões, caminhões frigoríficos, isotérmicos ou graneleiros e reboques ou semirreboques;
  • b) deve ser apresentada comprovação técnica e econômica de sua necessidade à instituição financeira, fornecida pelo técnico que elaborou o plano ou projeto de crédito, sempre que o veículo a ser financiado seja automotor ou elétrico;
  • c) deve ser apresentada comprovação de seu pleno emprego nas atividades agropecuárias e não agropecuárias geradoras de renda do empreendimento, durante, pelo menos, 120 (cento e vinte) dias por ano;
  • d) não podem ser financiados caminhonetes de passageiros, caminhonetes mistas e jipes. (Res 4.107)
  • e) o plano, projeto ou orçamento para o financiamento deve conter o código do MDA, referente ao item a ser adquirido e, também, o código do CFI do BNDES, quando se tratar de caminhões, caminhões frigoríficos, isotérmicos ou graneleiros;
  • f) quando se tratar de financiamentos para caminhonetes, a nota fiscal referente à aquisição do bem deverá ser emitida pelo fabricante.



Valor do frete cai no Mato Grosso

O frete de grãos (soja e milho) está 17,8% menor para trechos longos e 13,3% para curtos em Mato Grosso em relação ao ano passado. Os percentuais referem-se ao valor pago pela tonelada de soja ou milho para ser transportada de Sorriso para Santos (trecho longo) e para Rondonópolis (trecho curto). Entre os motivos apontados pelo setor do transporte está a desvalorização da saca do milho.
O frete de grãos de Sorriso para Rondonópolis na última semana de julho estava em R$ 90 a tonelada. O valor era 13,3% maior que os R$ 78 a tonelada verificados na semana passada. Contudo, há relatos de transportadores de que chegou-se a ver o frete saindo a R$ 65 a tonelada na última semana de julho de 2014.
Já para o chamado trecho longo, por exemplo, Sorriso a Santos a queda no mesmo período foi de R$ 280 para R$ 230 a tonelada.
A redução é confirmada Sindicato das Empresas de Transporte de Cargas de Mato Grosso (Sindmat). Conforme o diretor do sindicato, Claudio Rigatti, com o fim da colheita da soja a procura por caminhões diminuiu levando o frete a cair entre 10% e 15%.
“Estas são as médias mais comuns, pois o valor do frete depende do trecho de transporte contratado. Em alguns trechos, a queda ultrapassa 20%, o que significa em moeda algo em torno de R$ 60,00 sobre a tonelada, para o trecho entre Sorriso e Porto de Paranaguá (PR)”, comenta Rigatti.
Além do fim da colheita da soja, a desvalorização da saca do milho é outro ponto que está pesando no frete. “É preciso considerar que a desvalorização da saca de milho fez com que os produtores segurassem as negociações. Podemos dizer que com relação ao milho, a comercialização deste produto está ocorrendo com atraso. É isto que o segmento de transporte percebe”.
Custos
As variações e quedas do valor do frete para o transportador impactam nos custos operacionais, pois diante de uma infraestrutura deficitária, ainda tem de enfrentar o aumento do roubo de veículos e de cargas, altos custos do óleo diesel, barreiras fiscais, falta de mão de obra, entre outros.



Empresa é multada em R$ 600 mil por submeter motoristas a jornadas excessivas


A justiça de Santos condenou, no início de julho, a empresa de logística Deicmar a pagar indenização de R$ 600 mil por danos morais coletivos. A Deicmar obrigava seus motoristas de caminhão e carreta a fazer horas extras constantes, chegando a 14 horas de trabalho diário, bem acima do limite legal.
A multa foi resultado de uma ação ajuizada pelo Ministério Público do Trabalho (MPT) em Santos após inquérito civil comprovar as jornadas excessivas, incluindo períodos durante a madrugada.
Em um dos casos revelados pelo inquérito, um motorista entrou no trabalho às 7h e só encerrou o expediente às 20h40. A jornada excessiva repetiu-se no dia seguinte e em diversos outros dias em 2008 (período da investigação). Análise feita por peritos do MPT concluiu que 38% dos empregados haviam trabalhado mais de 10 horas por dia em junho de 2008. Em julho, o percentual subira para 43%, e, em agosto, para 44%. O limite legal no Brasil são 8 horas diárias, que podem ser acrescidas de no máximo 2 horas extras, sempre com adicional de remuneração.
Segundo o procurador do Trabalho Rodrigo Lestrade Pedroso, representante do MPT na ação, a atitude da empresa causaria nos trabalhadores “extremo cansaço físico e mental, o que pode resultar em doenças e acidentes”. Ele ressaltou que, antes de a ação ser ajuizada, a empresa se recusou a firmar um acordo com o MPT, em que se comprometeria a respeitar os direitos de lazer e repouso dos empregados.
Pela decisão, a Deicmar deverá também manter controles de jornada de seus funcionários e não pode exigir deles prestação de serviço acima de 8 horas diárias ou 44 horas semanais (a exceção seria apenas para compensação de jornada com previsão em norma coletiva). A pena pelo descumprimento das obrigações é uma multa diária de R$ 1 mil por obrigação e por trabalhador. As multas serão destinadas ao Fundo de Amparo ao Trabalhador (FAT).



Caminhoneiros formam fila de quase 4km na Estrada do Belmont, em RO

belmontMuitos caminhoneiros estão passando horas em fila para o embarque e desembarque de produtos na Estrada do Belmont, Bairro Nacional em Porto Velho. A região que dá acesso a empresas que ficam na margem do Rio Madeira está comprometida depois da enchente em Rondônia. Nessa região portuária ficam as principais empresas de combustíveis e logística do estado.
A fila já tem quase quatro quilômetros. O acostamento não existe. Quem tenta passar e não consegue, precisa parar e esperar até surgir um espaço para retornar. Durante toda esta segunda-feira (4), seguir adiante em alguns pontos da Estrada do Belmont foi praticamente impossível.
Para tentar solucionar o problema, em alguns trechos, os próprios caminhoneiros se organizaram para liberar pelo menos um sentido da pista. Segundo eles, muitos estão parados desde as 9 horas, sem almoçar.
Em meio ao caos, quem aproveitou para faturar foram os vendedores ambulantes. Mas nem todos tiveram sorte. O comerciante Rosemar Guimarães recebeu várias encomendas de marmitex e não conseguiu entregar porque o trecho até os clientes estava travado.
Todo o problema acontece por causa da falta de estrutura na pista, contam os motoristas e moradores próximos à via. Como alguns trechos do rio fizeram com que a terra dos barrancos cedesse, os estacionamentos das empresas ficaram comprometidos. Por isso, os caminhões, precisam ficar parados na pista, esperando para descarregar os produtos.