Nova lei para retomada de veículos entra em vigor

A alteração na regra para retomada de veículos de consumidores inadimplentes passou a vigorar na sexta-feira, 14, depois de sanção presidencial e publicação no Diário Oficial da União. Para Flávio Meneghetti, presidente da Fenabrave – mentora da iniciativa –, a iniciativa impulsionará os resultados do último mês do ano: “Dezembro deverá registrar as melhores vendas de 2014”.
Com a entrada em vigor da nova legislação a segurança jurídica para os bancos cresce, avalia o dirigente, que estima redução de um ano para três meses no tempo necessário para retomada do veículo em caso de falta de pagamento do financiamento. Para Meneghetti a medida se somará a outros fatores, como antecipação das compras em decorrência da recomposição do IPI em janeiro, os lançamentos do Salão do Automóvel de São Paulo e a sazonalidade do mês deverão fazer com que o ano se encerre em seu melhor patamar.
“Em 2015 a taxa de aprovação das fichas de financiamentos deve avançar e chegar a seis para cada dez pedidos. Atualmente este índice está em quatro.”
O executivo afirmou que nos próximos dias os bancos realizarão as alterações necessárias aos novos contratos de financiamento, a fim de inserir as cláusulas de alerta aos consumidores inadimplentes. “As instituições devem ampliar o volume de crédito em cerca de 20% motivadas pela garantia da retomada.”
Na avaliação de Luiz Moan, presidente da Anfavea, em comunicado, “a lei é um instrumento fundamental para o setor automotivo ao premiar o cliente adimplente, possibilitando o fortalecimento do setor financeiro na concessão de crédito com a redução do custo e maior segurança jurídica”.
Para Décio Carbonari, presidente da Anef, a nova lei desburocratiza o processo e pode culminar na redução dos juros dos financiamentos. Segundo o dirigente a questão é estatística: quanto menos consumidores forem inadimplentes, menor será a taxa.
“A política de crédito é baseada no provisionamento de perdas e isso tem impacto direto na taxa de juros. É difícil mensurar quando os efeitos começarão a aparecer, mas é fato que com a inadimplência menor os juros tendem a cair.”
Carbonari ressalta que além do aumento de confiança dos bancos a nova lei serve para alertar o consumidor inadimplente. “Os compradores vão pensar mais antes de assumir uma dívida que talvez não possam arcar, porque sabem que o banco pode reaver o bem com maior facilidade.”
A aprovação da lei era aguardada com ansiedade pelos varejistas. Durante o Salão do Automóvel de São Paulo o presidente da Jac Motors do Brasil, Sérgio Habib, afirmou que a iniciativa representaria uma “injeção direta na veia” no mercado. Na ocasião o executivo considerou, ainda, que o efeito seria imediato. “As condições dos financiamentos não deverão mudar muito, com no máximo uma pequena redução nas parcelas, mas o fundamental será que os bancos passarão a aprovar número muito maior de fichas.”
Fonte: AutoData



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