Transportadoras enfrentam dificuldade em encontrar mão de obra para novos caminhões


A maior parte dos produtos transportados em território brasileiro se desloca por rodovias por meio de caminhões que cruzam todo o país. Contudo, empresários do setor de transportes passam por uma crise em relação a mão de obra qualificada  para conduzir veículos extra pesados. Segundo estimativas de transportadoras, atualmente há 100 mil vagas abertas no mercado de trabalho e uma das grandes dificuldades é encontrar motoristas familiarizados com a tecnologia dos novos veículos.
Atentas à isso, algumas montadoras oferecem cursos individuais, para que os profissionais que lidarão com seus produtos estejam aptos à usar todos os recursos oferecidos pelo caminhão. Os mais modernos, como o Hi-Way da Iveco, são dotados de diversos aparatos que deixam o transporte mais seguro, como o freio auxiliar Intarder, que, combinado ao freio motor, chega a quase 1.000 cavalos de potência de frenagem. Como adicional, esse item gera mais segurança no sistema antitravamento das rodas, além de vários outros equipamentos, que visam a segurança.
No entanto, muitos profissionais não estão preparados para operar os novos veículos. A marca italiana destaca um time de funcionários que fazem uma viagem completa com os motoristas para treinamento e capacitação. “Sem esse treinamento, os motoristas estão vulneráveis a prováveis acidentes, pois mesmo cheio de recursos de segurança nos caminhões, é necessário que eles saibam usá-los”, diz Ricardo Motta e Correa, gerente de marketing da Iveco.
Empresários do setor também alegam que a Lei 12.619/12, conhecida como lei do descanso, é um dos fatores que mais contribuem para a falta de profissionais qualificados no mercado. A legislação exige descanso diário de 11 horas, além de uma parada de 30 minutos a cada quatro horas de direção, sendo no máximo oito horas de jornada diária, podendo se estender por duas horas extras, o que acaba comprometendo a flexibilidade do período trabalhado. Porém, o problema mais grave está na falta de estrutura para prática da lei. Motoristas reclamam que não há postos de paradas nas rodovias brasileiras para pernoitarem e gozarem de descanso.
O transportador Nunzio Ribeiro, de Betim, Região Metropolitana de Belo Horizonte, conta que a lei do descanso resultou em um aumento de 36% na apólice dos seguros. Uma vez que, nem sempre é possível encontrar um local seguro para fazer as pausas obrigatórias. O empresário explica ainda que enfrenta dificuldades ao tentar contratar um bom motorista. “Hoje, eu contrato por indicação de colegas do setor, mas tem sido tão complicado achar um profissional, que investimos em filhos dos atuais caminhoneiros”.
Embora hajam esses empecilhos, a vida do caminhoneiro atualmente parece ser mais fácil que há duas décadas. “Há vinte anos, demorávamos dois dias para ir de Belo Horizonte para São Paulo, hoje, com tanto conforto à bordo, como câmbio automático, bancos de couro, ar condicionado, camas e outras regalias, fazemos o mesmo trajeto em apenas oito horas, com menor desgaste”, ressalta Ribeiro.



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